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André N. Darcie
André N. Darcie

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Implementando o Strangler Pattern em C# para Migrar um Monólito para Microservices [PT-BR]

A migração de um monólito para microservices usando o Strangler Pattern é uma abordagem gradual e controlada, onde partes do monólito são substituídas progressivamente por serviços independentes. Essa estratégia é recomendada quando um sistema monolítico enfrenta problemas de escalabilidade, dificuldade de manutenção e implantação lenta, além de equipes grandes que precisam trabalhar em paralelo sem conflitos frequentes de código. Martin Fowler (2004) introduziu o conceito de Strangler Fig Application, comparando-o a uma figueira estranguladora que cresce ao redor de uma árvore até substituí-la completamente [Fowler, 2004].


1. Criar um API Gateway

A primeira etapa da implementação é introduzir um API Gateway para atuar como intermediário entre os clientes e os serviços. Esse gateway inicialmente encaminha todas as chamadas para o monólito, mas será ajustado conforme novos microservices forem criados.

Ao configurar o gateway, você define regras para rotear requisições ao monólito e, conforme novos serviços são implementados, ele começa a redirecionar chamadas diretamente para os microservices.


2. Identificar Funcionalidades para Migrar

Antes de iniciar a extração, é essencial realizar uma análise de dependências dentro do monólito para identificar módulos com baixo acoplamento e que possam ser externalizados com o mínimo de impacto na lógica central. Essa análise pode ser feita através de ferramentas como NDepend para visualizar dependências e métricas de complexidade do código.

Critérios para seleção de funcionalidades candidatas à migração:

  • Baixa interdependência com outras partes do sistema (módulos que não compartilham muitas classes e funções internas).
  • Pontos bem definidos de entrada e saída (como APIs REST ou chamadas de métodos bem encapsuladas).

  • Processos que já possuem separação lógica dentro do código (como classes organizadas por domínio seguindo boas práticas de arquitetura em camadas).

  • Funcionalidades com grande carga de processamento (que poderiam se beneficiar da escalabilidade independente dos microservices).

Além disso, é recomendável mapear fluxos de dados e dependências antes da migração, garantindo que cada microservice extraído mantenha autonomia sobre seus dados e não dependa do banco de dados monolítico.


3. Atualizar o API Gateway para Redirecionar Chamadas

Após criar os microservices, o API Gateway é atualizado para rotear chamadas diretamente para eles.

  • Fallback para o monólito: Se o microservice não estiver disponível, o gateway pode encaminhar a requisição ao monólito temporariamente.
  • Balanceamento de carga: Configurar o API Gateway para distribuir requisições entre múltiplas instâncias dos microservices, garantindo alta disponibilidade.

Essa transição gradual reduz o risco de downtime e evita grandes refatorações de uma vez só.


4. Implementar Comunicação entre Monólito e Microservices

No início, o monólito pode precisar chamar microservices para continuar operando. Isso pode ser feito por:

  • HTTP Clients (Rest API): O monólito chama os microservices via HTTP.
  • Mensageria (RabbitMQ, Kafka, Azure Service Bus): Permite comunicação assíncrona, reduzindo acoplamento e melhorando a escalabilidade [Newman, 2015].

Ao reduzir as chamadas diretas via HTTP e priorizar eventos assíncronos, garantimos que o sistema se torne menos dependente de falhas individuais.


5. Migrar Gradualmente os Dados

Os microservices inicialmente podem acessar o banco do monólito, mas a longo prazo cada serviço deve ter seu próprio banco para evitar dependências.

  • Estratégia de sincronização de dados:
    • Criar serviços que replicam dados do banco do monólito para os microservices.
    • Publicar eventos via mensageria para manter consistência entre bases.

Essa separação melhora a escalabilidade, permitindo que cada microservice escolha a melhor abordagem de armazenamento (SQL, NoSQL, etc.).


6. Desativar as Partes do Monólito

Quando um microservice estiver funcionando corretamente:

  1. Redirecione todas as chamadas para ele via API Gateway.
  2. Remova a implementação correspondente do monólito.
  3. Desative qualquer dependência remanescente no código legado.

Com isso, o monólito é gradualmente eliminado, sem necessidade de grandes reescritas ou longos períodos de instabilidade.


7. Monitoramento e Logging

Uma migração de sucesso requer monitoramento contínuo. Ferramentas úteis para isso incluem:

Monitorar tempo de resposta, erros e tráfego entre serviços ajuda a garantir uma migração estável.


Conclusão

O Strangler Pattern é a abordagem mais segura para migrar um monólito para microservices, pois permite uma transição controlada sem reescrever toda a aplicação de uma só vez. Essa estratégia evita grandes riscos de falha, períodos de inatividade e dificuldades na manutenção. A implementação eficaz em C# com .NET requer o uso de um API Gateway, comunicação assíncrona e migração gradual de dados. O resultado é um sistema mais escalável, modular e resiliente, adequado para demandas modernas de software distribuído.

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