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Ava Mendes
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Bandeiras Tarifárias 2025: cores, valores e como economizar

Bandeiras Tarifárias 2025: cores, valores e como economizar com cada uma

Introdução

Sua conta de luz chegou mais cara do que o esperado? O culpado pode estar em um pequeno ícone colorido na fatura: a bandeira tarifária. Em janeiro de 2025, a bandeira foi mantida na cor verde, indicando que não haverá custo adicional nas contas dos consumidores de energia elétrica. Mas isso nem sempre acontece.

O sistema de bandeiras tarifárias foi implementado em 2015 pela ANEEL e tem como objetivo sinalizar para o consumidor o custo real com a produção de energia elétrica, dando ao consumidor o sinal adequado nos momentos em que o custo da energia está elevado. Em 2025, esse sistema continua sendo o principal mecanismo de transparência sobre os custos de geração no Brasil.

Neste guia completo, você vai entender como funcionam as cores das bandeiras, quais são os valores atualizados para 2025 e, principalmente, como economizar em cada situação. Vamos desvendar esse "semáforo" da energia elétrica de uma vez por todas.

O que são bandeiras tarifárias e por que elas existem?

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela ANEEL para sinalizar o custo real da energia gerada. Antes de 2015, os custos extras com energia eram repassados aos consumidores apenas no reajuste anual das tarifas — ou seja, você pagava mais caro até um ano depois do custo ter ocorrido.

Com as bandeiras, esse repasse acontece mensalmente, de forma transparente. As bandeiras tarifárias são uma forma diferente de apresentar um custo que já estava na conta de energia. Anteriormente, os custos com compra de energia pelas distribuidoras eram incluídos no cálculo das tarifas e repassados aos consumidores até um ano depois. Com as bandeiras, a sinalização mensal do custo de geração passa a constar nas faturas, com acréscimo já no mês da ocorrência do custo adicional.

Por que o custo varia?

O Brasil é um dos países mais dependentes da energia hidrelétrica do mundo. Cerca de 65% da energia elétrica é produzida em hidrelétricas, o restante provém principalmente de termelétricas e da geração eólica. Quando os reservatórios estão cheios e há chuvas abundantes, a geração hidrelétrica funciona perfeitamente — e a bandeira fica verde.

Mas quando chove menos ou o consumo aumenta muito, o cenário de afluências abaixo da média reduz a geração por meio de hidrelétricas, elevando os custos devido à necessidade de acionamento de fontes mais caras, como as usinas termelétricas. E é aí que as bandeiras amarela e vermelha entram em ação.

As três cores das bandeiras tarifárias: entenda cada uma

O que varia mensalmente é a cor aplicada (verde, amarela ou vermelha em dois patamares), determinada conforme as condições do sistema elétrico. Vamos detalhar cada uma:

Bandeira Verde: condições favoráveis

Bandeira verde: Condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo. Isso significa que os reservatórios estão em bom nível, há chuvas suficientes e o sistema está operando com as fontes mais baratas.

Valor adicional: R$ 0,00

Quando acontece: Geralmente no período chuvoso, entre novembro e abril, embora possa variar conforme as condições climáticas.

Bandeira Amarela: atenção ao consumo

Com a bandeira amarela, que representa a geração em condições menos favoráveis, a tarifa sofrerá acréscimo de R$ 1,885 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumido.

Essa bandeira indica que o sistema começou a acionar usinas termelétricas ou outras fontes mais caras para complementar a geração hidrelétrica.

Valor adicional: R$ 1,885 a cada 100 kWh

Impacto prático: Uma residência que consome 200 kWh por mês pagaria R$ 3,77 a mais na conta.

Bandeira Vermelha: custos elevados

A bandeira vermelha possui dois patamares, refletindo diferentes níveis de dificuldade na geração:

Bandeira Vermelha Patamar 1:
Adiciona R$ 0,04463 por quilowatt-hora (kWh) consumido, ou seja, R$ 4,46 a cada 100 kWh.

Impacto prático: Uma família que consome 200 kWh pagaria R$ 8,92 a mais.

Bandeira Vermelha Patamar 2:
O acréscimo é de R$ 0,07877 por kWh, totalizando R$ 7,87 a cada 100 kWh.

Impacto prático: Para o mesmo consumo de 200 kWh, o adicional seria de R$ 15,74 na fatura.

Em agosto de 2025, a ANEEL acionou a bandeira vermelha patamar 2, com custo extra de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora consumidos, demonstrando que o sistema continua ativo e respondendo às condições do setor elétrico.

Valores atualizados das bandeiras tarifárias em 2025

Para facilitar o planejamento financeiro, veja a tabela completa com os valores vigentes em 2025:

Bandeira Valor por 100 kWh Condições
Verde R$ 0,00 Condições favoráveis de geração
Amarela R$ 1,885 Condições menos favoráveis
Vermelha Patamar 1 R$ 4,46 Condições custosas de geração
Vermelha Patamar 2 R$ 7,87 Condições ainda mais custosas

Os valores das bandeiras são fixos e definidos por resolução da ANEEL, mudando apenas em revisões regulatórias pontuais. Isso significa que você pode calcular com precisão o impacto na sua conta.

Como calcular o impacto na sua conta

A fórmula é simples:

Adicional = (Consumo mensal em kWh ÷ 100) × Valor da bandeira

Exemplo: Consumo de 350 kWh com bandeira vermelha patamar 1:

  • 350 ÷ 100 = 3,5
  • 3,5 × R$ 4,46 = R$ 15,61 de adicional

O impacto das bandeiras é proporcional ao consumo: quanto mais energia usada em um mês com bandeira amarela ou vermelha, maior será o acréscimo na fatura.

Como economizar energia em cada bandeira tarifária

Agora que você entende o sistema, vamos às estratégias práticas de economia. A boa notícia é que com as bandeiras tarifárias, o consumidor ganha um papel mais ativo na definição de sua conta de energia. Ao saber que a bandeira está vermelha, o consumidor pode adaptar seu consumo e diminuir o valor da conta.

Economizando com bandeira verde

Mesmo sem custo adicional, vale manter bons hábitos:

  • Troque lâmpadas antigas por LED: A iluminação consome de 15% a 25% da energia. Utilize lâmpadas de LED, que economizam até 85% em relação às incandescentes
  • Aproveite a luz natural: Aproveitar a luz natural durante o dia contribui para a redução dos gastos
  • Mantenha a geladeira eficiente: Verifique as borrachas de vedação e evite abrir a porta com frequência

Estratégias para bandeira amarela

Quando a bandeira amarela é acionada, é hora de redobrar a atenção:

  • Reduza o tempo de banho: O chuveiro elétrico lidera o ranking, respondendo por até 35% do consumo mensal das residências
  • Use o chuveiro no modo verão: A recomendação é utilizar a opção "verão" sempre que possível, o que pode gerar uma economia de até 30% no consumo
  • Acumule roupas para lavar: A máquina de lavar deve ser usada com a capacidade máxima indicada pelo fabricante para evitar desperdício de energia e água

Táticas intensivas para bandeira vermelha

Com a bandeira vermelha, cada kWh economizado faz diferença real no bolso:

Chuveiro elétrico:
O chuveiro elétrico é um dos campeões quando falamos dos aparelhos que mais gastam energia. Sua utilização pode levar a um gasto mensal de 88 kWh em média. Reduza o tempo de banho e use sempre no modo verão.

Ar-condicionado:
Equipamentos como ar-condicionado merecem atenção, podendo somar até 15% do consumo mensal. Use a capacidade máxima da máquina de lavar ou secar para otimizar o gasto de energia; evite a função de água aquecida nos ciclos de lavagem; limpe os filtros de eletrodomésticos regularmente.

Geladeira:
A geladeira representa de 25% a 30% da conta. Evite abrir a porta sem necessidade e posicionar a geladeira longe de fontes de calor.

Aparelhos em stand-by:
Assim como uma goteira desperdiça água, a energia também pode ter "vazamentos invisíveis". São os chamados gastos ocultos, que acontecem dentro de casa sem que a gente perceba. Desligue aparelhos da tomada quando não estiverem em uso.

Ferro de passar e forno elétrico:
Para economizar, a dica é só ligar o equipamento na tomada quando já tiver separado todas as peças que deseja passar. E juntar uma grande quantidade de roupas e passá-las de uma só vez.

Dicas universais para todas as bandeiras

Instalar sensores de presença em ambientes de pouca circulação para evitar luzes acesas sem necessidade. Agrupar roupas para lavar e passar, otimizando o uso dos equipamentos.

Outras práticas importantes:

  • Prefira eletrodomésticos com Selo Procel A: Buscar eletrodomésticos com selo Procel, garantindo mais eficiência
  • Mantenha manutenções em dia: Realizar manutenção das instalações elétricas, assegurando segurança e menor consumo
  • Evite horários de pico: O horário de ponta é o período do dia em que ocorre um pico na demanda por energia elétrica. No Brasil, esse horário costuma ocorrer entre 17h e 21h

Quem paga e quem não paga bandeiras tarifárias

Nem todos os consumidores são afetados pelas bandeiras tarifárias. As bandeiras são cobradas para consumidores cativos das distribuidoras. Quem está no mercado livre não paga bandeiras, pois negocia preço de energia e não está sujeito ao adicional por cor.

Consumidores que pagam:

  • Residências conectadas à rede convencional
  • Pequenos comércios e empresas no mercado cativo
  • Estabelecimentos do Grupo B (baixa tensão)

Quem está isento:

  • Consumidores do mercado livre de energia
  • Clientes com geração própria (energia solar, por exemplo)
  • Consumidores fora do Sistema Interligado Nacional (como Roraima)

O adicional por kWh integra a base de cálculo da fatura, então podem incidir ICMS e PIS/COFINS. Por isso, o valor final pode ser maior do que o adicional puro.

Como acompanhar a bandeira tarifária vigente

A ANEEL divulgará as bandeiras para os meses subsequentes, com o primeiro anúncio de 2025 ocorrendo no dia 31 de janeiro. O cronograma de divulgação para o ano será seguido rigorosamente, com anúncios feitos sempre no último dia útil de cada mês para o mês seguinte.

Você pode verificar a bandeira vigente de várias formas:

  1. Na sua conta de luz: A bandeira em vigor aparece de forma destacada na conta de luz, geralmente em um campo chamado "Informações de Bandeira Tarifária" ou junto ao detalhamento de consumo
  2. Site da ANEEL: Acesse www.aneel.gov.br para consultar a bandeira atual
  3. App da distribuidora: A maioria das concessionárias disponibiliza a informação em seus aplicativos
  4. Site da sua distribuidora: Consulte diretamente no portal da empresa

Com esse cronograma, os consumidores podem se planejar com antecedência e ajustar seus hábitos para evitar aumentos inesperados na conta de luz.

Quando NÃO vale a pena se preocupar com bandeiras tarifárias

Embora as bandeiras afetem milhões de brasileiros, existem situações em que a preocupação pode ser menor:

Consumo muito baixo

Se você consome menos de 100 kWh por mês, o impacto das bandeiras será mínimo — menos de R$ 2 mesmo na vermelha patamar 2. Nesse caso, pode não valer o esforço de mudanças drásticas de hábito.

Você já tem energia solar

Quem possui painéis solares e gera a maior parte da energia que consome está naturalmente protegido das bandeiras, pois o adicional incide apenas sobre o que é consumido da rede.

Contratos especiais

Alguns consumidores têm contratos diferenciados com suas distribuidoras, que podem incluir proteções ou condições especiais em relação às bandeiras.

Você está no mercado livre

Como mencionado, consumidores do mercado livre de energia não pagam bandeiras tarifárias. Para empresas com consumo acima de 500 kW, essa pode ser uma alternativa interessante.

Você já maximizou a eficiência

Se você já trocou todos os equipamentos por modelos eficientes (Selo Procel A), usa LED em toda a casa, tem hábitos conscientes e sua conta ainda é alta, pode ser que o problema não seja desperdício, mas sim o volume necessário de consumo para suas atividades.

Nesses casos, soluções estruturais — como investir em energia solar ou avaliar a portabilidade para fornecedores alternativos — podem ser mais eficazes do que ajustes pontuais.

Alternativas para reduzir o impacto das bandeiras tarifárias

Beyond simples mudanças de hábito, existem alternativas estruturais que podem proteger você das variações das bandeiras:

Energia solar residencial

Investir em painéis solares permite gerar sua própria energia, reduzindo drasticamente a dependência da rede e, consequentemente, o impacto das bandeiras tarifárias.

Portabilidade de energia

Para consumidores elegíveis, a portabilidade permite escolher fornecedores de energia mais baratos. Ao contrário do sistema tradicional, plataformas como energialex.app oferecem tarifa única todo dia, sem variação por horário de ponta. O processo é 100% online, gratuito, sem trocar distribuidora, e oferece energia 100% limpa (solar e eólica) com economia de até 20% para o Grupo B.

A Alexandria cuida de toda a papelada e burocracia, com ativação em 60 a 90 dias. Para o Grupo B (residências, comércios, escolas), não há fidelidade nem multa para cancelar.

Tarifa Branca

A tarifa convencional é aquela que o custo da energia é igual independente do horário. A Tarifa Branca é uma forma diferente de consumir energia elétrica, um modo diferente de pagarmos nossa conta de luz. Na Tarifa Branca ela é separada em 3 tipos: horário Fora da Ponta, Horário Intermediário e Horário Ponta.

Se você consegue concentrar o consumo fora do horário de ponta (geralmente das 17h às 21h), pode economizar significativamente.

Eficiência energética

Investir em equipamentos eficientes pode parecer caro no curto prazo, mas reduz permanentemente o consumo — e, portanto, o impacto de qualquer bandeira tarifária.

Conclusão

As bandeiras tarifárias são o "termômetro" do sistema elétrico brasileiro. Entender suas cores, valores e significados é o primeiro passo para tomar controle da sua conta de luz. Em 2025, com o Rio de Janeiro apresentando a tarifa convencional média mais cara do Brasil, com valores superiores a R$ 1,40 por kWh, e um acréscimo de R$ 23/MWh no preço médio da energia elétrica paga pelos consumidores cativos, a atenção ao consumo se torna ainda mais crucial.

Os três pontos principais para lembrar:

  1. As bandeiras refletem custos reais: Verde significa geração barata (hidrelétricas), amarela e vermelha indicam uso de fontes mais caras (termelétricas)
  2. Você tem poder de ação: Ajustar hábitos de consumo, especialmente com bandeira vermelha, pode reduzir significativamente sua conta
  3. Existem alternativas: Desde energia solar até portabilidade de fornecedor, há caminhos para reduzir a dependência do sistema de bandeiras

Lembre-se: o objetivo das bandeiras não é apenas cobrar mais, mas dar transparência e incentivar o consumo consciente. Ao entender o sistema e agir estrategicamente, você transforma informação em economia real.

Ferramentas gratuitas como energialex.app facilitam todo esse processo, oferecendo simulação sem custo e portabilidade 100% digital para quem deseja energia mais barata e limpa, sem as variações das bandeiras tarifárias.


Sobre a autora

Ava Mendes é especialista em energia renovável e economia doméstica. Ajuda consumidores residenciais e empresariais a reduzirem custos com eletricidade através de portabilidade de energia. Conheça soluções gratuitas em energialex.app


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