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Marcos Felipe
Marcos Felipe

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Uma introdução prática à Reflection no PHP

Analisando ou modificando estruturas no PHP com PHP

São inúmeras linguagens de programação que disponibiliza mecanismos para se fazer reflexão em estruturas de dados, no PHP isso também não seria diferente. Mas antes precisamos entender, o que é reflexão?

Em ciência da computação, reflexão computacional (ou somente reflexão ) é a capacidade de um programa observar ou até mesmo modificar sua estrutura ou comportamento. — Wikipedia.

Se você tem uma pequena vivência com o PHP, provavelmente já deve ter encontrado algum código “mágico” que resolve algum problema. Um exemplo um pouco comum é a injeção de dependência do Laravel (que não é exclusividade da ferramenta), vamos ver um exemplo (caso você não tenha vivência com o Laravel, não tem problema):

Se analisarmos o exemplo, vemos que o construtor da nossa classe UserController espera uma instância de UserRepository, certo? Até aqui, sem problemas, apenas PHP. A “mágica” do Laravel acontece quando o próprio framework cria a instância de UserRepository e passa automaticamente para o nosso controller. Para isso, o framework utiliza um padrão chamado service container que por outro lado utiliza uma técnica chamada injeção de dependência. Basicamente, o service container analisa que a classe UserController precisa de um UserRepository para ser instanciado e cria essa instância, mas como ele sabe que ele precisa dessa instância? Com reflexão.

Trabalhar com reflexão no PHP é possível graças as classes mágicas de Reflection do PHP. Essas classes estão disponíveis no core da linguagem desde a versão 5, então não é necessário fazer nenhuma instalação. Existem algumas classes de Reflection no PHP, sendo que cada uma depende de onde você vai aplicar:

Vamos seguir com a ideia do exemplo em Laravel, mas agora fora do framework. Imagine que precisamos instanciar a classe UserController que espera uma instância de UserRepository, tudo isso fora do framework.

Analisando o nosso pequeno exemplo podemos ver que precisamos descobrir o que o construtor necessita para que possamos instanciar, tudo isso de forma “mágica”, utilizando reflexão. Se olharmos a lista das classes disponíveis, podemos notar que existem 2 tipos de classes que chamam a nossa atenção para esse caso, são as ReflectionParameter e ReflectionMethod, porem olhando a assinatura é possível notar que ReflectionParameter não serve diretamente para o nosso caso, pois o primeiro argumento é um callable e não é o caso do nosso __construct, então sobra o ReflectionMethod. Então, basta instanciar a classe ReflectionMethod passando o nosso controller junto com o nome do nosso método que é __construct.

Criamos a nossa reflexão do método __construct utilizando a classe ReflectionMethod. O interessante de se analisar é que o método getParameters() da classe de reflexão retorna uma lista de ReflectionParameter que representa cada parâmetro, ou seja, mesmo que não utilizando o ReflectionParameter diretamente acabamos chegando na ideia do mesmo resultado, tudo isso graças à uma ótima API das classes. Isso não é particularidade apenas da ReflectionMethod, podemos fazer o mesmo utilizando a classe ReflectionClass, criando uma reflexão para o nosso controller e analisando o construtor do alvo.

Dessa maneira, conseguimos começar do nível de cima e ir acessando às nossas necessidades até o último nível. Com esses pequenos exemplos, conseguimos começar a entender como utilizar a API de reflexão do PHP e o básico (bem básico) de como um service container funciona.

Os exemplos podem ter ficado um pouco longos mas são bem simples, pois são apenas um começo de como a reflexão do PHP funciona, de qualquer maneira aconselho você a começar a testar cada uma das classes e entender suas particularidades e funcionalidades.

Espero que isso te ajude de alguma forma.

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