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Lucas Faria
Lucas Faria

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Dev na Gringa: Como Encontrar Vagas e Salários

Originalmente postado no Dev na Gringa Substack. Caso queira receber novos artigos no seu e-mail, considere se inscrever.


Resolvi começar essa nova publicação para divulgar a todos o conhecimento que adquiri ao longo dos anos como dev na gringa. Trabalho para empresas americanas desde o final de 2020.

Minha motivação veio ao receber alguns anúncios do Instagram sobre conteúdos similares. Porém, todos esses conteúdos seguem aquela fórmula de lançamento que tem sido febre nos últimos anos.

Gatilho de escassez. Promessas que são difíceis de ser cumpridas. Participar de aulas/eventos ao vivo.

É uma abordagem que eu não gosto.

Nesse primeiro artigo quero mostrar a vocês como eu consegui iniciar a carreira internacional.

Linguagem e stack

Um dos tópicos mais perguntados sobre ser dev na gringa é sobre linguagens e stacks.

É mais fácil você ser contratado por startups e empresas menores do que empresas grandes. Porque vão te contratar como um contractor terceirizado usando plataformas como Deel.com ou Remote.com.

Na minha experiência, linguagens dinâmicas são bem mais comuns nessas vagas. JavaScript/TypeScript/Node, Python, Ruby.

E essas empresas pequenas também vão esperar que você possua experiência significativa com a stack. Esperam alguém que já possa contribuir o mais rápido possível.

Startup é uma luta por product market fit. Você tem um quantidade limitada de dinheiro para encontrar um produto que possa te fazer crescer. E eventualmente lucrar. Portanto é necessário que seu time seja experiente.

Lembrando que esse artigo é focado em empresas norte-americanas. Se você quer ser um dev para essa gringa, o inglês é fundamental. Não tem como fugir. E a escrita é algo muito importante também, que as vezes é deixada de lado.

Conseguindo vagas: marketplace de desenvolvedores

Plataformas como a G2i, Turing e X-Team.

Minha carreira começou na G2i. Entrei no marketplace em Outubro de 2020 e um mês depois tive meu primeiro contrato.

Na época estava fazendo mestrado em Ciência da Computação, e decidi sair para ir trabalhar.

Quando meu contrato acabou, fui contrato direto pela empresa. Também peguei outros contratos junto com a G2i também.

Recomendo entrar na comunidade se você for um desenvolvedor focado em tecnologias no mundo JavaScript. Embora agora também estão expandindo para outras também.

É uma comunidade. Tem vários eventos gratuitos também focado em carreira e também em saúde mental.

Conseguindo vagas: aplicação direta

Existem dois tipos de empresas: startups/pequenas e grandes.

Existem as que eu já comentei, startups e empresas pequenas. Onde o processo de contratação é curto (2-3 etapas) e mais rápido também. E você entra como contractor.

Existem também empresas internacionais que contratam no Brasil que pagam compensação total (salário + ações + bônus) similar. Famosas BigTech. Essas tem processos mais extensos, e geralmente é regime CLT.

Não acho que existe diferença entre job security entre contractor e CLT. No Brasil, não há leis de proteção ao trabalhador igual a Europa. A única diferença é que a empresa tem que pagar uma multa. E essas empresas tem dinheiro. Ainda mais considerando que somos baratos comparados com o talento dos EUA.

A questão é mais em cima do quão estável a empresa está. Uma startup que está no prejuízo certamente tem o risco maior de não dar falir do que trabalhar no Google Search.

No Brasil, não temos muitas big techs com nível de um salário em dólar.

Acho que as principais são (sem ordem específica):

  • Google
  • Meta
  • Amazon
  • Microsoft
  • Uber
  • Coinbase
  • Brex
  • Netflix
  • Spotify

Sobre os sites que você pode usar, eu tive mais sucesso usando esses três:

  1. Wellfound (antigo AngelList)
  2. LinkedIn
  3. Remoteok

Recomendo você customizar o seu CV de modo a destacar o que aquela empresa busca.

Depois da minha primeira experiência trabalhando pra fora, passei a receber mais recruiters me chamando no LinkedIn também.

Vale lembrar que o processo de contratação é diferente em empresas grandes e startups. Pesquise sobre.

Otimizando o LinkedIn

Uma seção rápida sobre o que funciona pra mim:

  1. Todas as experiências em inglês
  2. Empregos descritos em bullet points citando o impacto de cada projeto que você entregou
  3. Quando estiver procurando, colocar como aberto para oportunidades

Tirando isso, nunca fiz muito mais do que isso.

Eu gosto de publicar conteúdo no LinkedIn, embora tenha feito isso pouco e não acho que ajuda muito.

Vejo muitos conteúdos rasos quando vejo posts brasileiros. O famoso LinkeDisney. Mas eu consegui seguir pessoas que eu admiro e meu feed está sempre interessante quando leio.

Então, se você gostaria usar mais, recomendo você dar um follow na maior parte da sua rede. E buscar pessoas específicas que você queira seguir.

Conseguido vagas: indicação

Essa é a melhor. Mas também a mais difícil.

O meu conselho para mandar bem nessa é sempre tentar fazer o seu melhor trabalho possível. De modo que as pessoas lembrem de você.

Não sou muito de participar de eventos só para conhecer pessoas. A não ser que o assunto me interesse.

A melhor comunidade de tech que eu conheço é a Taro (link de indicação). É fundada por dois ex-engenheiros da Meta/Pinterest. Já aprendi muito lá.

Embora não tenha muitos brasileiros.

Qual salário esperar

Para empresas grandes, o melhor é você olhar os salários do levels.fyi no Brasil.

Para marketplaces, lembre-se que a empresa contratante também está pagando o serviço do marketplace. Eu vejo valores como $30USD/h para quem está começando, mas esse valor logo começa a subir.

Para startups, depende da empresa. A variação aqui é grande. Pode ir desde $60k anual, e daqui o céu é o limite. Creio que dependa mais das suas habilidades, do quão difícil é contratar alguém com a sua stack, e da sua capacidade de se vender.

Se você está preocupado com o salário, recomendo você perguntar o budget para a empresa logo no início. Não há nada de errado nisso. Só entender se faz sentido seguir em frente para ambos.

Conclusão

Na minha opinião, não vale a pena pagar por cursos caros sobre como conseguir um trabalho para fora.

Como programadores, já é esperado que a gente desenvolva a capacidade de procurar por informação de maneira eficiente.

Trabalhar para fora é algo que eu penso ser parecido. Não existe fórmula mágica.

Trabalhar como dev na gringa requer habilidades em uma stack popular, boa comunicação em inglês e proatividade na busca por vagas.

Rock Lee treinando em circunstâncias não-favoráveis

Não tem segredo. É um processo simples. Não quer dizer que seja fácil. Requer dedicação e trabalho duro. Igual o Rock Lee sempre demonstrou.

Mas, se você tem alguma outra dúvida específica, fico feliz em tentar ajudar. Pode enviar as perguntas nesse Google Forms, e vou ir tentar respondendo aos poucos.


A minha ideia com essa newsletter é publicar artigos sobre informações que eu gostaria de saber alguns anos atrás.

Se você acha que pode ser útil pra você também, sinta-se a vontade para se inscrever.

No futuro, devo ter alguns conteúdos para assinantes pagos, caso você queira deixar seu suporte. Esses serão focados na carreira como engenheiro de software. Abordagens para lidar com promoções.

Mas, vou tentar deixar a maior parte do meu conteúdo sobre trabalhar para fora de maneira gratuita.

Espero que gostem, e até a próxima!

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