Schematics: Criando um gerador de códigos com Angular — Parte 2
Este post é o segundo de uma série sobre o Schematics, que aborda desde os conceitos até termos um gerador de código funcional. Leia o primeiro post aqui.
No post anterior nós aprendemos os principais conceitos do Schematics e criamos a nossa primeira Collection. Agora, vamos estruturar a nossa Collection e criar o nosso gerador.
Criando o Schema
O Schema contém os metadados com as opções que o schematic permite e/ou precisa para funcionar. Pra adicionar um Schema ao nosso schematic padrão, vamos criar o arquivo schema.json
dentro da pasta my-schematics
com o seguinte conteúdo:
Nele, nós definimos alguns atributos padrões, como o path
, que é fornecido pelo CLI, e o atributo name
, que será o nome do nosso módulo customizado.
Nós conseguimos obter o nome do módulo pelo flag --name
e pelo argv[0]
que é o primeiro argumento passado pro comando (ex.: ng g my-schematics hello). Caso nenhum nome seja passado, o x-prompt
perguntará o nome do módulo. Lembrando que o nome está marcado como required
, tornando ele um parâmetro obrigatório.
Esses parâmetros estarão disponíveis como atributos do no nosso objeto _options
, que a gente usou no hello world.
Feito isso, vamos alterar o collection.json
novamente para que ele referencie o nosso schema:
Definindo a Collection padrão
Lembra que eu disse que é legal estender a collection do Angular pra gente não precisar ficar passando o nome da nossa collection o tempo todo? Pra isso, Vamos adicionar a linha ["extends": "@schematics/angular"]
ao arquivo collection.json
. Ele vai ficar assim:
Depois, vamos adicionar a chave cli
com a nossa collection no arquivo angular.json
do projeto:
// angular.json
...
"cli": {
"defaultCollection": "my-schematics"
}
Agora, você pode executar o seu schematic da mesma forma que executa os comandos do Angular!
Configurando o gerador
Vamos configurar a RuleFactory
para gerar o nosso módulo conforme o template que ainda iremos definir. Para isso, substitua o conteúdo do arquivo index.ts
pelo arquivo abaixo:
A nossa Rule
pode ser resumida em três etapas:
- Obtenção os dados do projeto a partir da configuração do workspace;
- Montagem do
path
em que os arquivo serão criados; - Parse dos arquivos de template.
É necessário dar algumas voltas pra ter um schematic consistente e que funcione tanto dentro do projeto quanto a partir da raiz, assim como os schematics do próprio Angular. No final de tudo, o resultado é bem satisfatório.
Criando o Template
Nós podemos trabalhar de várias formas com o schematics. Seja executando os schematics padrão para gerar uma estrutura de módulo personalizada ou alterando arquivos da tree. Como estamos falando em geração de código, vamos gerar o nosso módulo via template.
Nosso template vai conter um módulo com dois componentes. O template do schematics não é nada diferente do que nós já estamos acostumados. A sintaxe lembra muito um cara old school chamado ASP.
Como já temos o nosso index.ts
pronto pra compilar o nosso template, vamos ao trabalho!
Template do módulo
O primeiro arquivo a ser criado é o nosso módulo. Vamos criar uma pasta chamada files
dentro do diretório do nosso schematics e nela o arquivo: __name@dasherize__.module.ts.template
. Esse nome esquisito é necessário para que o parser gere o nome do arquivo utilizando a função dasherize
que irá converter o atributo name
para kebab-case.
No nosso template, nós utilizamos a função classify
para converter o atributo name
para PascalCase, e com isso gerar os nomes das classes dinamicamente.
Template dos componentes
No caso dos componentes, a lógica é a mesma. Você pode criar um ou vários componentes no mesmo diretório ou em pastas separadas que o schematics respeitará a sua estrutura. No nosso caso, vamos criar os dois componentes (list e form) no mesmo diretório do módulo:
E agora, José?
Vamos ver se esse treco todo funciona? Primeiro vamos rodar o npm run build
do projeto my-schematics
para compilar o projeto, navegar para o projeto my-project
e ficar feliz porque agora é hora da verdade! Vamos executar o nosso gerador:
ng g my-schematics awesome
RODOOOUU!! Geramos um módulo com dois componentes básicos dentro do nosso projeto. Agora basta definir as suas rotas e testar os seus componentes que acabaram de sair do forno. OU, fica a lição de casa: adicionar as rotas ao seu template do schematics também.
Eu preferi padronizar tudo. Módulos, rotas, esqueletos de página e até mesmo os testes unitários foram adicionados ao template. Uma dica é: Crie um módulo completamente funcional do jeito que você quer padronizar e converta ele pra template somente quando estiver tudo pronto. Assim fica mais fácil de testar enquanto você está desenvolvendo.
Até a próxima!
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