Ao longo da minha carreira, tive a oportunidade de trabalhar em diversas empresas e observar de perto diferentes culturas de engenharia e gestão. Uma situação que infelizmente se repete com frequência é o erro de tentar desenvolver internamente soluções que o mercado já oferece e que funcionam muito bem.
O principal problema dessa prática é que, na maioria dos casos, essas ferramentas não fazem parte do core business da empresa. Isso significa investir tempo, dinheiro e energia em algo que não agrega valor direto ao produto principal. Enquanto isso, o time de engenharia deixa de focar naquilo que realmente diferencia o negócio.
Vejo também outro comportamento preocupante: empresas que optam por seguir caminhos completamente diferentes do mercado, criando seus próprios processos, metodologias e até sistemas internos para controle de tarefas, enquanto existem soluções consolidadas e eficientes disponíveis.
Ferramentas como Jira, Redmine e metodologias como Kanban e Scrum existem por um motivo: elas funcionam. Claro que podem (e devem) ser adaptadas conforme a realidade da empresa, mas ignorá-las completamente costuma ser um mau sinal.
Já participei de entrevistas e projetos em que esse tipo de abordagem resultava em caos organizacional, com tarefas mal descritas, ausência de documentação, retrabalho constante e perda de produtividade. Muitas vezes, tudo isso acontece porque a empresa acredita que está inovando, quando na verdade está complicando o que poderia ser simples.
Inovar não é necessariamente criar algo novo do zero.
A verdadeira inovação está em usar bem o que já existe, aprimorando processos e otimizando recursos.
No fim das contas, reinventar a roda pode parecer uma boa ideia no início, mas quase sempre acaba custando caro e atrasando o que realmente importa: entregar valor ao cliente.
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