Danilo O. Pinheiro, dopme.io

Posted on Aug 12

🏢 Como Integrar .NET com SAP

#csharp #dotnet #sap

Integrar aplicações .NET com sistemas SAP é um desafio recorrente em ambientes corporativos. O SAP, sendo um ERP robusto e crítico para operações empresariais, exige integrações seguras, escaláveis e bem documentadas.
Este artigo aborda as principais estratégias arquiteturais, padrões de integração e detalhes técnicos para conectar .NET ao SAP.

📌 1. Cenários Comuns de Integração .NET ↔ SAP

Integração de Dados Mestres

Sincronização de produtos, clientes, fornecedores.
Ex.: CRM em .NET consumindo dados mestres do SAP.

Processos Transacionais

Ordens de compra, ordens de venda, requisições de materiais.
Ex.: Aplicativo web que cria ordens no SAP.

Relatórios e Dashboards

Extração de dados financeiros e logísticos.
Ex.: Power BI integrado a APIs .NET que leem dados do SAP.

🏗 2. Arquiteturas Possíveis

2.1. Direta via SAP .NET Connector (NCo)

O SAP .NET Connector permite comunicação direta entre .NET e SAP via RFC e BAPI.
Ideal para sistemas on-premises com baixa latência.
Fluxo:

  .NET App → SAP NCo → SAP RFC/BAPI → SAP ERP

Vantagem: Baixa sobrecarga e acesso direto a funções do SAP.
Desvantagem: Acoplamento alto e dependência de rede interna.

2.2. Integração via Web Services (SOAP/REST)

SAP expõe serviços via SAP Gateway ou SAP PI/PO.
.NET consome usando HttpClient ou WCF (no caso de SOAP).
Fluxo:

  .NET App → API Gateway/SAP Gateway → SAP

Vantagem: Menos acoplamento e compatível com ambientes híbridos/cloud.
Desvantagem: Depende de configuração no SAP para expor os serviços.

2.3. Integração via Mensageria (Event-Driven)

Usa RabbitMQ, Kafka ou Azure Service Bus para troca de eventos.
SAP envia/recebe mensagens de forma assíncrona.
Fluxo:

  .NET Service ↔ Message Broker ↔ SAP

Vantagem: Escalabilidade e desacoplamento.
Desvantagem: Complexidade maior na orquestração e consistência eventual.

2.4. Integração via Data Layer

Uso de SAP Data Services, ODBC/JDBC ou replicação de banco.
.NET acessa dados diretamente em tabelas do SAP.
Atenção: Apenas para leitura ou em cenários específicos.

⚙ 3. Detalhes Técnicos

3.1. Conexão com SAP via NCo

using SAP.Middleware.Connector;

public class SapConnectorConfig : IDestinationConfiguration
{
    public RfcConfigParameters GetParameters(string destinationName)
    {
        if ("SAP_DEST".Equals(destinationName))
        {
            var parms = new RfcConfigParameters
            {
                { RfcConfigParameters.AppServerHost, "sap.server.local" },
                { RfcConfigParameters.SystemNumber, "00" },
                { RfcConfigParameters.User, "USER" },
                { RfcConfigParameters.Password, "PASS" },
                { RfcConfigParameters.Client, "100" },
                { RfcConfigParameters.Language, "EN" }
            };
            return parms;
        }
        return null;
    }

    public bool ChangeEventsSupported() => false;
    public event RfcDestinationManager.ConfigurationChangeHandler ConfigurationChanged;
}

3.2. Consumo de APIs SAP OData

using System.Net.Http;
using System.Threading.Tasks;

public class SapODataClient
{
    private readonly HttpClient _httpClient;

    public SapODataClient(HttpClient httpClient)
    {
        _httpClient = httpClient;
    }

    public async Task<string> GetSalesOrdersAsync()
    {
        var response = await _httpClient.GetAsync("https://sap.server.local/sap/opu/odata/sap/API_SALES_ORDER_SRV");
        response.EnsureSuccessStatusCode();
        return await response.Content.ReadAsStringAsync();
    }
}

🧩 4. Padrões Arquiteturais Recomendados

Facade Pattern: Encapsular a lógica de integração num único serviço.
Adapter Pattern: Criar adaptadores para trocar entre SAP NCo, APIs REST ou mensageria.
Retry & Circuit Breaker: Usar Polly no .NET para resiliência.
DTO Mapping: Mapear entidades SAP para objetos de domínio .NET.

🔒 5. Segurança

Autenticação: SAML, OAuth 2.0 ou autenticação básica.
Criptografia: TLS 1.2+ obrigatório.
Logs e Auditoria: Implementar rastreabilidade com correlation ID.
Segregação de Acesso: Princípio do menor privilégio.

📊 6. Diagrama de Integração (Exemplo Híbrido)

✅ 7. Boas Práticas

Isolar código de integração em módulos independentes.
Monitorar transações usando Application Insights, Datadog ou Elastic APM.
Criar testes de integração simulando respostas do SAP.
Documentar endpoints, BAPIs e RFCs usados.
Evitar chamadas síncronas em alto volume — considerar batch.

📚 8. Recursos e Ferramentas

SAP .NET Connector: https://support.sap.com/nco
SAP Gateway: Integração OData/SOAP.
SAP PI/PO: Plataforma de integração corporativa.
Postman: Testes de API.
Polly: Resiliência em .NET.
Serilog: Logging estruturado.

✅ Conclusão

Integrar .NET com SAP exige uma combinação de decisões arquiteturais sólidas, escolhas tecnológicas adequadas e rigor operacional. Não existe uma única “melhor” solução — a escolha depende de requisitos como latência, volume, segurança e governança:

Para chamadas diretas e de baixa latência: SAP .NET Connector (NCo) ou BAPIs/RFC.
Para integrações mais desacopladas e cloud-friendly: OData / SAP Gateway ou APIs REST/SOAP.
Para cenários assíncronos, escaláveis e resilientes: mensageria (RabbitMQ/Kafka/Service Bus) e middleware (PI/PO, Integration Suite).

Adote padrões como Facade/Adapter, isole a lógica de integração, implemente retry/circuit-breaker, e inclua tracing e logging desde o início. Testes de integração e documentação (RFCs, BAPIs, endpoints OData) são críticos para manter a confiabilidade operacional.

Planeje a integração como um produto: versionamento, monitoramento e governança facilitam a evolução segura da solução.

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E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos,

Lucas 24:46

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