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O Faraó que adorava Deus

Script do vídeo: O Faraó que adorava Deus.

Olá! Sejam bem-vindos ao canal minutos históricos!

Você com certeza já ouviu falar sobre o Antigo Egito, como as Grandes Pirâmides, os Faraós que eram adorados como deuses encarnados, os hebreus que viveram no Egito por séculos, e muitos outros detalhes.

Mas você sabia que houve um Faraó que adorava Deus?

Meu nome é Victor Gabriel, e hoje estaremos falando mais sobre este Faraó.

Aquenáton nasceu no ano de 1372 A.C. Seu nome significava "Aquele que louva Aton", "Util a Aton" ou "Usado por Aton". Ele foi um Faraó da XVIII (13°a) dinastia do Egito que reinou por dezessete anos e morreu em 1336 ou 1 334 a.C. Principalmente lembrado por abandonar o tradicional politeísmo religioso egípcio e introduzir uma adoração centrada em um único deus, Aton, que é as vezes descrita como monoteísta ou henoteísta. Inscrições antigas ligam Aton ao El Elyon, com a linguagem oficial posterior evitando chamá-lo de um deus, dando a essa deidade um status superior e acima dos meros deuses.

Akenaton foi marcado na história Egípcia por sua personalidade excêntrica e governo turbulento, sendo referido em seu tempo como "Faraó louco". Aquenáton era filho do Faraó Amenófis III. Sendo um membro da família real, foi criado dentro dos luxuosos palácios e templos do Reino. Cercado por um ambiente de poder, e privilégio. Como príncipe herdeiro, ele foi instruído ao aprendizado de religião, literatura, arte, história, matemática, habilidades e táticas militares para o auxiliar em tempos de guerra. Também recebeu educação em habilidades administrativas para governar de forma sábia. Quando atingiu certo patamar de idade, ele se casou com Nefertiti. Ela se tornaria uma das rainhas mais famosas do Antigo Egito. Ao longo do tempo, o casal deu luz à muitas filhas de Akenáton, e um filho, que se tornaria o famoso Faraó Tutancâmon após a morte de seu pai.

O casal fazia de tudo para com que a imagem de sua família fosse eternizada em relevos, pinturas e outras formas artísticas, algo que certamente contrariava os costumes da realeza Egípcia daquela época.

Seu pai, Faraó Amenófis III teve um reinado pacífico e longo, marcado por boas relações diplomáticas com nações vizinhas, projetos arquitetônicos voltados para a infraestrutura, mas também estabilidade econômica, mostrando que seu pai era sábio em sua governança. Após sua morte, Akenáton assumiu o trono do Egito em 1353 antes de Cristo. Após o quinto ano de seu reinado, mudou seu nome de Amenófis IV para o nome pelo qual ficou famoso, e significa "Aquele que louva Aton" ou "Aquele que é útil a Aton".

Especula-se que ele já pudesse ter tido contato com ideias de uma religião monoteísta durante sua infância. Monoteísmo é a crença em um único e verdadeiro Deus criador. Pouco após tornar-se Faraó, ele começou a promover o culto ao deus Aton. Este era um aspecto do deus sol, superior ao antigo deus Rá, que fazia parte do antigo panteão Egípcio. Todavia, seu fervor pelo culto a este novo deus intensificou-se de tal forma que o fez marginalizar outras divindades, elevando o novo deus à posição de único deus supremo.

Durante seu reinado, o Egito estava sob forte influência dos sacerdotes do templo de Amón pois, ao longo do tempo, haviam acumulado muita riqueza e influência no Reino. O tempo de Karnak, na cidade de Tebas, que na época era a capital Egípcia, era o mais influente centro religioso do povo Egípcio. Com vastos recursos e terras sob seu comando, esta classe de sacerdotes tinha o poder político e religioso em suas mãos, e ficaram extremamente descontentes com as mudanças religiosas idealizadas por Aquenáton.

Ao promover o culto ao deus Aton e rejeitar a tradicional religião politeísta do Egito e suas outras divindades, Aquenáton estava desafiando diretamente a hierarquia poderosa dos sacerdotes de Amon, que se sentiram seu poder ameaçado.

O Faraó tomou medidas para reduzir o poder e influência dos sacerdotes, e fez isto fechando templos dedicados a deuses tradicionais, redirecionando recursos para o culto de Aton. Uma das mais radicais medidas tomadas por ele foi estabelecer uma nova capital Aquetáton. Lembrando um pouco o exemplo de Brasília, a nova capital tinha o objetivo de ser o novo centro político da nação. Esta mudança tinha o objetivo de afastar o centro do poder do Faraó da influência dos tradicionais sacerdotes de Amon, que eram localizados em Tebas, tendo como foco consolidar a nova ordem religiosa instituída por ele.

A marginalização dos sacerdotes de Amon e a rejeição das práticas religiosas tradicionais alteraram profundamente as representações artísticas, a linguagem, e até mesmo aspectos da vida diária do povo Egípcio.

Os sacerdotes de Amon agiram através da ocultação de estátuas e textos sagrados dos guardas palacianos enviados para reprimir os sacerdotes diante da implacável perseguição religiosa ordenada pelo Faraó. Após sua esposa e ele se proclamarem como divindades na Terra, nomearam novos sacerdotes aos templos, isto quando não forçavam os que adoravam Amon a prestar serviços à nova religião.

Ele e sua esposa exigiram que adorações e orações fossem feitas em seus nomes. Aquenáton também começou a ignorar grande parte das questões políticas do Egito, afirmando pouco se importar com qualquer coisa que ocorresse fora dos muros de seu opulente palácio.

A outrora estável economia Egípcia começou a declinar. A corrupção, crimes e outras mazelas sociais elevaram-se de forma significativa, e a população começou a temer que seu Faraó estivesse possuído por um espírito maligno, ou simplesmente louco. Governando por 17 anos, acredita-se que tenha falecido no ano de 1334 antes de Cristo, mas a data exata é incerta.

A causa de sua morte é incerta, sendo um dos muitos enigmas da Egiptologia. Muitas teorias foram criadas em torno de sua morte. Algumas sugerem que ele pode ter sido deposto, ou até mesmo assassinado, possivelmente devido à insatisfação generalizada da população com o nível extremo de suas reformas, vistas como radicais e idealistas.

Após sua morte, o Egito passou por um período transitório de recuperação e instabilidade, pois os sucessores imediatos de Aquenáton começaram o processo de reparar todo o estrago causado pelo seu reinado radical, e seu descaso com o povo e a economia. Progressivamente, o retorno às antigas práticas politeístas foi realizado.

Por exemplo, o sucessor imediato de Aquenáton, Tutancâmon, era filho do falecido Faraó. O mesmo restaurou os templos e a adoração aos deuses, e transferiu a capital de volta a Tebas, garantindo o retorno do poder à tradicional elite sacerdotal, trabalhando para apagar as memórias de Aquenáton, e também demolindo ou reutilizando templos e monumentos dedicados ao culto de Aton.

No entanto, a memória de Aquenáton e sua revolução religiosa sobreviveram ao teste do tempo graças à textos e representações artísticas, que estavam em locais escondidos ou inacessíveis, fora do controle da elite sacerdotal.

Aquenáton traz consigo tanto uma rejeição veemente, quanto uma fascinação por parte dos historiadores. Por um lado, argumenta-se que foi um visionário ao tentar trazer uma nova compreensão da divindade, enquanto outros o consideram um herege que perturbou a ordem social e religiosa de seu tempo.

Sua era foi marcada por turbulências e controvérsias, mas também é um tempo riquíssimo em arte e cultura. As representações artísticas deste período são distintas e inovadoras, pois exibiam uma estética mais naturalista, criando uma ruptura com a rigidez e formalidade da arte tradicional.

Relevos de seu tempo exibem o Faraó e sua família de forma mais realista e intimista, divergindo muito da tradição passada. Os estudiosos também argumentam que o reinado de Aquenáton e sua reforma religiosa realizaram um impacto duradouro na história da religião e filosofia. Alguns sugerem que a ideia monoteísta deste período influenciou tradições religiosas, como o judaísmo, o que é plausível, visto que os judeus habitavam no Egito neste período. Porém, outros acreditam que o impacto foi limitado, alegando que o legado de Aquenáton foi mais marcante na cultura e arte Egípcias.

O reinado de Aquenáton e a subsequente rejeição de suas reformas servem como exemplo das tensões entre a tradição e a inovação, entre o poder sacerdotal e o poder do monarca, e também entre as diferentes ideias de divindade, e seu legado é objeto de debate há um bom tempo, e seu legado é um lembrete das lutas eternas entre o novo e o antigo.

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