Não existem demandas para engenheiras tanto quanto para doutoras, mas sempre existem demandas para quem consegue fazer um bom trabalho.
Descrever sobre Edith Clarke é falar sobre pioneirismo e luta, ela foi a primeira mulher a ter mestrado de engenharia elétrica no MIT, primeira mulher engenheira e primeira mulher a lecionar engenharia elétrica, 66 anos de um legado incrível, inspirando e abrindo espaços para outras.
Em Maryland, no Condado de Howard, Estados Unidos, ano de 1883, nasce Edith Clarke, que infelizmente ficou órfã jovem. Usou a herança de seus falecidos pais para estudar matemática e astronomia no Vassar College, lugar em que se formou com 25 anos. Durante alguns anos Clarke ministrou aulas de matemática e física em uma escola particular para meninas em San Francisco (depois no Marshall College em Huntington, West Virginia).
Clarke almejava de ser engenheira, então no ano de 1911 passando por todos os preconceitos da época, matriculou-se para Engenharia Civil na Universidade de Wisconsin. Trabalhou durante os verões para a American Telephone and Telegraph (AT&T) em Nova York e este é o momento que a computação entra em sua vida, foi contratada como “computadora” (computadores humanos), alguém que resolvia equações matemáticas. Passou a ser gerente de um grupo de assistentes de computação que trabalhavam para o Departamento de Engenharia de Transmissão e Proteção durante a Primeira Guerra Mundial, trancou o curso de engenharia civil para fazer aulas noturnas de Engenharia Elétrica na Columbia University, aprendeu muito sobre a teoria das linhas de transmissão e circuitos elétricos de Campbell, em 1919 se tornou a primeira mulher a obter um mestrado em engenharia elétrica no MIT.
Mesmo formada as oportunidades para engenheiras eram limitadas, Clarke iniciou na General Eletric (GE) como computadora, treinou e dirigiu um pequeno grupo de mulheres que faziam cálculos de tensões mecânicas em rotores de turbina, frustrada com diploma de engenheira em 1921 se demitiu para dar aulas de física na Turquia, no Constantinople Women’s College, inventou a calculadora que recebeu seu sobrenome e até que em 1922 a GE a contrata novamente, dessa vez como a primeira engenheira da empresa. Edith não para e em 1945, aposentada se torna a primeira professora de engenharia elétrica dos Estados Unidos, no ano de 1957 deixa as salas de aula, por fim dois anos mais tarde faleceu.
Curiosidades:
A calculadora de Clarke consiste em um dispositivo gráfico para resolução de equações que envolvem corrente elétrica, tensão e impedância em linhas de transmissão. Uma das vantagens é que ele era muito mais rápido que os outros métodos disponíveis na época.
Edith Clarke foi a primeira mulher a entregar um artigo no American Institute of Electrical Engineers (AIEE). Nele, ela mostrou o uso de funções hiperbólicas para calcular a potência máxima que uma linha pode carregar sem ter instabilidade.
Posteriormente, Clarke teve dois artigos premiados pela AIEE. Em 1943, ela escreveu um livro influente na engenharia chamado Circuit Analysis of A-C Power Systems.
Em 1954, ela recebeu o The Achievement Award da Society of Women Engineers.
Entrou para o Hall da Fama dos inventores dos EUA em 2015.
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