Pense kotlin

A cada ano que passa, a tecnologia exige que desenvolvedores se adaptem a ferramentas mais modernas, seguras e produtivas. Nesse cenário, Kotlin deixou de ser apenas uma alternativa ao Java e se consolidou como uma das linguagens mais desejadas e estratégicas do mercado.

Mas por que exatamente você deveria aprender Kotlin em 2025?

🕰️ Um breve histórico

Kotlin foi criado pela JetBrains, a mesma empresa por trás do IntelliJ IDEA. Sua primeira versão estável foi lançada em 2016, mas o ponto de virada aconteceu em 2017, quando a Google anunciou Kotlin como linguagem oficial para Android.

Desde então, a linguagem ganhou espaço não apenas no desenvolvimento mobile, mas também em backends, scripts, automações e aplicações multiplataforma.

✅ Sintaxe moderna e concisa

Kotlin reduz drasticamente o boilerplate code comum em linguagens como Java. Operações que antes exigiam muitas linhas agora são expressas de forma elegante e direta:

// Exemplo simples de data class em Kotlin
data class Usuario(val nome: String, val idade: Int)

🛡️ Null Safety por padrão

Quantos sistemas você já viu quebrando com NullPointerException?
Em Kotlin, esse tipo de erro é mitigado desde o início, graças ao tratamento de nulabilidade integrado:

// variável que pode ser nula
var nome: String? = null

O compilador te força a lidar com a possibilidade de null, aumentando a segurança do código.

🔁 Interoperabilidade total com Java

Kotlin roda sobre a JVM e se comunica perfeitamente com Java. É possível usar bibliotecas Java, herdar classes e até migrar código gradualmente, sem necessidade de reescrever tudo de uma vez.

🧠 Paradigmas modernos: OOP + funcional

Kotlin é uma linguagem multiparadigma. Você pode usá-la de forma orientada a objetos, mas também conta com recursos funcionais avançados, como:

Lambdas: uma função anônima — útil para passar comportamentos como argumento.

val dobro = { x: Int -> x * 2 }
println(dobro(5)) // Saída: 10

Funções de ordem superior: Funções que recebem ou retornam funções como parâmetro.

fun aplicarOperacao(x: Int, operacao: (Int) -> Int): Int {
    return operacao(x)
}
val resultado = aplicarOperacao(10) { it + 5 }
println(resultado) // Saída: 15

Imutabilidade: Trabalhar com variáveis imutáveis (val) e coleções que não podem ser modificadas.

val nomes = listOf("Ana", "Bruno", "Carlos") // Lista imutável
// nomes.add("Daniel") // Erro de compilação
val idade = 30
// idade = 31 // Erro: não pode reatribuir 'val'

Escopos funcionais (let, apply, run, etc.): Essas funções ajudam a trabalhar com objetos de forma segura e legível.

val nome: String? = "Kotlin"
nome?.let {
    println("O nome tem ${it.length} letras") // let executa só se não for nulo
}
val pessoa = Pessoa("João", 25).apply {
    idade = 26 // apply permite modificar o objeto dentro do bloco
}
val saudacao = nome?.run {
    "Olá, $this!" // run retorna o resultado do bloco
}

⚙️ Suporte de ferramentas e IDEs

Como foi criada pela JetBrains, o suporte da IDE IntelliJ IDEA e do Android Studio é de altíssimo nível: eefatorações seguras, autocomplete inteligente, análise de código em tempo real e integração com ferramentas modernas como Coroutines e Gradle Kotlin DSL.

🌐 Onde o Kotlin é usado?

Kotlin hoje vai muito além do Android. Veja alguns dos principais cenários de uso:

📱 Android – Linguagem oficial recomendada pela Google.
🌐 Backend – Frameworks como Ktor, além de suporte completo no Spring Boot.
⚙️ Scripts – Para tarefas automatizadas com Kotlin Scripting.
🧩 Kotlin Multiplatform (KMM) – Compartilhamento de código entre Android, iOS, Web e Desktop.
📦 SDKs e bibliotecas reutilizáveis – Criação de soluções multiplataforma com base única.