Hoje vou contar um pouco mais da minha história, porque hoje foi dia de Recebidinhos. Mas são recebidinhos que, para mim, representam muito mais que um mimo. Representam os sentimentos de pertencimento e reconhecimento.
Muito falei de adaptabilidade na minha participação da Expansion Week, porque venho de uma vida de processos onde a adaptação era o requisito básico de sobrevivência. Filho de professores municipários, fui bolsista em escola particular entre filhos de médicos, juízes, pecuaristas. Depois era um metaleiro dentro da faculdade de Educação Física, onde majoritariamente reinava o pagode. Por fim, na psicologia voltava o contexto do colégio, bolsista em Universidade Particular e depois de formado entrando na psicanálise e me deparando com um dos contextos mais elitistas que me deparei na vida. Sem contar a exclusão clássica por sempre estar acima do peso.
Transitando entre esses cenários foi que fui aprendendo melhor a ler e interpretar as pessoas, me adaptar, conseguir captar sinais que passavam despercebido por diversas outras pessoas. Sempre em busca de um pertencer onde eu pudesse ser autêntico, mas era complicado ter assunto quando tu passou as férias na própria cidade jogando bola com os vizinhos e teus colegas foram passar um tempo na Europa, ou então querer sair com a turma de faculdade e não saber nem o “Dois pra lá, dois pra cá”.
Na psicologia eu havia encontrado satisfação profissional, gosto muito do trabalho que faço na clínica e o impacto que causava. Mas a comunidade nunca me gerou a sensação de pertencimento. Aqui onde vivo é um contexto conservador, cheio de preconceito, conduzido por pessoas que aparecem apenas para alimentar o próprio ego. E quem me acompanha sabe o meu jeito de ser e o quanto isso me deixava mal.
Veio a pandemia e precisei me reinventar, ingressei na programação mais pelo que vi da comunidade do que pela satisfação do primeiro ‘Hello World’. E olha que a satisfação dos primeiros códigos foi absurda!
E conforme ia avançando nesse universo, a satisfação ia aumentando. Cada novo vínculo construído através da minha autenticidade reforçava essa sensação de pertencer. Eu sempre amei escrever e ajudar os outros. A programação tornou viável eu unir os dois.
Como eu comentei na Expansion Week, a educação e o poder transformador que ela tem, na minha família, é ensinado antes de a gente aprender a falar e andar. A comunidade de programação me trouxe sentimentos incríveis e que me impulsionaram a ser eu mesmo, a me impor novos desafios, crescer e encontrar várias outras formas de contribuir com a evolução de outras pessoas.
Como também sou humano, lido com meus impostores todos os dias e nesse cenário não seria diferente. Felizmente eu encontrei pessoas incríveis ao longo da minha trajetória e essa empresa sensacional. O pertencimento ao Space Squad, cercado por pessoas que eu admiro imensamente e são exemplos para mim, gera o reconhecimento que me ajudam a derrotar meus impostores para seguir produzindo, agregando valor à comunidade e tentando cada vez expandir minha zona de conforto para inovar na forma de ajudar as pessoas a sentirem-se tão realizadas quanto venho me sentindo nesse processo.
Obrigado a galera que direta ou indiretamente sempre me ajudou com essa evolução constante, revisando meus artigos, dando feedback, estudando junto, indicando leituras, tirando dúvidas.
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