Micro frontends é uma abordagem arquitetônica para desenvolver aplicações web que divide a interface do usuário (frontend) em componentes menores e independentes. Neste artigo, vamos explorar os fundamentos dos micro frontends e como criar sua primeira aplicação.
1. Fundamentos
Antes de começar a desenvolver sua primeira aplicação, é importante entender os conceitos fundamentais dos micro frontends:
Componentes independentes: Cada componente é desenvolvido, testado e implantado de forma independente, permitindo que as equipes trabalhem em paralelo sem interferir no trabalho umas das outras.
Escalabilidade: Micro frontends são projetados para lidar com o crescimento do projeto e a complexidade do código.
Flexibilidade tecnológica: Diferentes componentes podem usar diferentes tecnologias, frameworks e bibliotecas, facilitando a experimentação e adoção de novas tecnologias.
2. Sua primeira aplicação
2.1 UI Frameworks
Escolha os frameworks de UI que você deseja usar em seus micro frontends, como React, Vue, Angular, Svelte, etc. Você pode usar diferentes frameworks para diferentes componentes ou combinar componentes de um mesmo framework.
2.2 Root config
A configuração raiz (root config) é o ponto de entrada da aplicação. Ela é responsável por carregar e gerenciar os micro frontends, definindo a lógica de montagem e desmontagem dos componentes.
2.3 Routing
O roteamento é um aspecto importante dos micro frontends, pois determina quais componentes serão exibidos com base na URL atual. Você pode usar soluções de roteamento específicas do framework ou um roteador independente, como o single-spa-router.
2.4 CSS
Para manter o isolamento entre os micro frontends, é importante gerenciar o CSS de forma eficiente. Algumas abordagens incluem o uso de CSS-in-JS, CSS Modules, ou a adoção de convenções de nomenclatura como BEM para evitar conflitos de estilo.
2.5 Layout
O layout da aplicação é responsável pela organização e posicionamento dos micro frontends na tela. Você pode criar um componente de layout dedicado ou utilizar uma biblioteca de layout como CSS Grid, Flexbox ou Bootstrap para organizar os componentes na página.
2.6 Shared dependencies
As dependências compartilhadas são bibliotecas ou recursos usados por vários micro frontends. É importante gerenciá-las de forma eficiente para evitar duplicação de código e garantir uma experiência consistente. Algumas soluções incluem o uso de um gerenciador de pacotes como Yarn ou NPM, ou a configuração de importações externas no Webpack.
2.7 Compartilhando componentes, lógica e estado
É possível compartilhar componentes, lógica e estado entre os micro frontends. Isso pode ser feito através de uma biblioteca compartilhada, ou utilizando uma solução de gerenciamento de estado global, como Redux ou Vuex.
2.8 Desenvolvimento local
O desenvolvimento local é uma parte crucial da criação de micro frontends, pois permite que as equipes trabalhem em seus componentes de forma independente e vejam as mudanças em tempo real.
2.9 CLI
A interface de linha de comando (CLI) é uma ferramenta útil para automatizar tarefas comuns no desenvolvimento de micro frontends, como criar projetos, executar testes e implantar componentes. Algumas soluções, como single-spa, fornecem sua própria CLI, enquanto outras podem ser construídas usando ferramentas populares como Yarn ou NPM scripts.
3. Implementando sua primeira aplicação micro frontend
Agora que você conhece os fundamentos dos micro frontends, é hora de criar sua primeira aplicação. Siga estas etapas para começar:
Planeje os componentes e escolha os frameworks de UI e outras tecnologias a serem usadas.
Configure a aplicação principal (root config) e registre os micro frontends.
Crie os micro frontends e configure suas dependências, roteamento e estilos.
Adicione um componente de layout e organize os micro frontends na página.
Gerencie as dependências compartilhadas e compartilhe componentes, lógica e estado quando necessário.
Configure o ambiente de desenvolvimento local e use uma CLI para automatizar tarefas comuns.
4. Conclusão
Os micro frontends são uma abordagem arquitetônica poderosa que permite dividir a interface do usuário em componentes menores e independentes. Ao seguir os fundamentos e as etapas descritas neste artigo, você pode criar aplicações escaláveis e flexíveis que são mais fáceis de manter e desenvolver.
Lembre-se de que a adoção dos micro frontends também apresenta desafios, como a complexidade adicional na coordenação e comunicação entre os componentes e a necessidade de gerenciar várias dependências. Portanto, é fundamental considerar os prós e contras dessa abordagem antes de adotá-la em seu projeto.
Na próxima etapa, vamos criar nosso primeiro projeto de micro frontend com dois componentes em React, um componente em Vue e um componente em Angular. Isso nos permitirá explorar a interoperabilidade entre diferentes frameworks e aprimorar nossa compreensão de como os micro frontends funcionam na prática. Através dessa experiência prática, você poderá avaliar melhor se os micro frontends são a escolha certa para seu projeto e sua equipe.
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