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Anderson Malheiro de Carvalho
Anderson Malheiro de Carvalho

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Testes com Jest - Primeiros passos

Todo programador em algum momento da sua carreira se depara com o desafio de escrever testes para o seu código. Quando chega esse momento provavelmente você pensará: “Como diabos eu vou fazer isso?”. Sim, escrever testes não é uma tarefa fácil, principalmente quando você está começando nesse mundo.

A habilidade de testar códigos é uma das mais importantes quando você está procurando um novo emprego na área de desenvolvimento. Vai por mim, (digo isso por experiência própria), saber escrever testes vai te dar vários pontos a mais naquele processo seletivo que você tanto almeja passar.

Mas enfim, sem mais delongas, vamos ao que interessa. Provavelmente você está pensando: “Anderson, então você está me dizendo que eu preciso escrever mais código para testar meu código?”

desconfiado

Sim, é isso mesmo, você vai escrever código para testar o teu código. (Tem uma galera que é meio maluca e escreve testes para testar se os testes estão implementados 🤔).

Nessa série de posts vou tentar fazer uma introdução aos testes, focados nas linguagens Javascript e TypeScript com o framework Jest.

Na área de testes temos um conceito chamado Pirâmide de Testes, introduzido por Mike Cohn no seu livro Succeeding with Agile. Essa pirâmide agrupa os tipos de testes pela sua complexidade e custo, dos mais simples na base aos mais complexos e custosos no topo.

Pirâmide de testes

No base da pirâmide temos os testes unitários. Como da para imaginar, esses testes são focados em unidades pequenas do código como funções, classes ou componentes, verificando se essas unidades funcionam como deveriam, retornam os resultados esperados e assim por diante. No próximo nível temos os testes de serviço ou testes de integração, onde checamos como várias partes do sistema se comportam em conjunto, como vários componentes ou se uma API consegue obter dados de um banco. Por fim, na última camada temos os testes end-to-end ou E2E, onde testamos a aplicação como um todo, executando fluxos e checando se funcionam como deviam.

No nosso caso, vamos focar nos testes unitários por enquanto. Vamos lá!

Para configurar o seu projeto para utilizar o Jest como ferramenta de testes primeiramente precisamos adicioná-lo como dependência no projeto com o seguinte comando:

# com npm
npm i --save-dev jest

# ou com yarn
yarn add -D jest
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O próximo passo é adicionar um script no package.json para executar nossos testes:

{
 ...
    "scripts": {
    "test": "jest"
  }
}
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Pronto! Com isso já conseguimos executar nossos testes.

Tá, mas e agora, como escrevo um teste? 🤔

Basicamente o Jest entende como arquivos de teste arquivos com extensão .spec.js ou .test.js, mas por fins de organização e compatibilidade vamos utilizar a extensão .test.js pois normalmente os testes E2E feitos com Cypress utilizam a primeira forma por padrão.

Então vamos supor que você tenha uma função bem simples que soma 2 valores, assim:

// sum.js

function sum(a, b) {
  return a + b;
}

module.exports = sum;
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Para implementar um teste, o Jest oferece basicamente dois métodos que permitem testar algo, que são o it() e o test(). Ambos funcionam da mesma forma e recebem os mesmos dois argumentos, uma string com a descrição do teste e uma função de callback com a implementação do teste. A única coisa que deve se levar em consideração na hora de escolher qual dos dois utilizar é a forma como você vai escrever a descrição do teste, para que fique mais legível e de acordo com o método escolhido. Por exemplo:

// na leitura ficaria: "deve somar dois números"
it("should sum two numbers", () => {...})

ou

// na leitura ficaria: "testa se essa função soma dois números"
test("if this function sum two numbers", () => {...})
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Sacou? A diferença está basicamente na leitura do código. Você deve se atentar a escrever uma sentença que faça sentido na hora de ler junto com o método, pois os testes também podem ajudar no entendimento do funcionamento do sistema 😉.

Continuando, como vimos o método recebe uma descrição e uma função de callback como argumentos. Nessa função devemos implementar o nosso teste e, para um teste ser realmente um teste, nós devemos obviamente testar algo 😬. Se liga:

const sum = require("./sum");

it("should add 2 + 2 and return 4", () => {
  const result = sum(2, 2);
});
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Se escrevemos só isso, nosso teste não checa nada, só chama a função e pronto. Para fazer realmente testar algo o Jest nos provê mais um método, chamado expect() que faz essas asserções pra nós. Sendo assim, nosso código deveria ficar desta forma:

const sum = require("./sum");

it("should add 2 + 2 and return 4", () => {
  const result = sum(2, 2);
  expect(result).toEqual(4);
});
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O método expect() recebe um argumento que seria o valor ou expressão que você quer checar e oferece várias funções de verificação que são chamadas em cadeia e você deve utilizá-las para checar algo relacionado àquele valor. No nosso caso utilizamos a função toEqual() que recebe um argumento, o valor esperado, e checa se o parâmetro passado no expect é igual a ele.

E assim escrevemos o nosso primeiro teste. Bem simples não é?

É isso galera. Nos próximos posts vou trazer mais conceitos e dicas sobre o funcionamento do Jest ✌.

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