Lucas Vegi responde qual é a próxima fronteira da engenharia de software

Olha, eu vou responder essa pergunta. Eu me preparei para ela, hein, mas vou responder ela de uma forma não tão objetiva, tá? Como a gente está falando de engenharia de software aplicada à programação funcional, não tem como eu não falar que essa é uma das fronteiras de engenharia de software. Naturalmente eu não vou dizer que é a principal, mas essa é uma delas. A gente tem uma engenharia de software inteira para ser revisitada dentro desse paradigma, então tem muita coisa para se fazer, muito trabalho inédito a ser conduzido.

No entanto, eu acho que, da mesma forma que o Valim falou recentemente e outras pessoas também compartilharam aqui com vocês, eu acho que a principal fronteira é entender de fato, de uma maneira mais conclusiva, como a IA pode de fato nos ajudar dentro do processo de engenharia de software. A gente já tem muitas pesquisas em andamento com IA aplicada para automatização de várias das subtarefas do processo de desenvolvimento de software, mas tudo ainda é muito exploratório. A gente ainda não tem nada muito conclusivo, a gente tem muito a evoluir nesse sentido.

Até porque, fazendo um gancho com a primeira parte da minha resposta, se a gente for pensar em IA aplicada à engenharia de software funcional, eu especulo que os resultados podem divergir bastante em relação à maioria das outras pesquisas. Por que, quando a gente pensa em LLMs, essas LLMs são treinadas com grande volume de código, por exemplo. Naturalmente, se a gente for pegar um GitHub da vida, ou um ChatGPT da vida, o ChatGPT recebeu muito mais códigos em Python, Java, JavaScript do que códigos em Elixir, do que códigos em Clojure. Então, possivelmente, algo, um resultado que a gente obtiver, uma pesquisa que se aplica a bases de códigos orientados a objeto talvez não tenha resultados tão bons em códigos aplicados em linguagens funcionais.

Então isso acaba convergindo as duas coisas. Eu acho que tem espaço para a gente ter esse tipo de investigação também: a IA aplicada à engenharia de software em contextos específicos, porque eu tenho pra mim que esses resultados com certeza vão divergir bastante e a gente precisa conhecer isso para poder aplicar. Então, as fronteiras, no meu ponto de vista, são essas.

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