Não é porque você usa IA que sua empresa se tornou inovadora.
Na verdade, em muitos casos, a Inteligência Artificial está apenas automatizando ineficiências antigas com uma interface moderna.
Projetos que prometem disrupção acabam, muitas vezes, apenas acelerando processos que já não faziam sentido.
A lógica da produtividade é mantida — só que com dashboards animados, fluxos de decisão opacos e modelos que ninguém sabe exatamente como (ou por que) estão rodando.
O sintoma mais comum?
Organizações que celebram o uso de IA, mas seguem reféns de decisões centralizadas, dados desorganizados e silos de informação.
Automatizar sem repensar processos é como pavimentar uma estrada que leva ao lugar errado — só que mais rápido, com menos atrito e mais custo de nuvem.
Alguns exemplos reais (e dolorosos):
Times de atendimento treinados para depender de respostas geradas por IA, mas sem autonomia para validar ou adaptar.
Sistemas de recomendação que reforçam viéses de negócio ao invés de questioná-los.
Geração automática de relatórios que ninguém lê, mas que seguem ocupando pipelines de dados e horas de reunião.
Estamos otimizando a superfície. Mas ignorando a estrutura.
A inovação de verdade exige desconforto.
Ela exige repensar modelos mentais, estruturas de poder, rituais de decisão.
E isso não vem no pacote do modelo pré-treinado.
Não é sobre IA. É sobre a coragem de rever o que a IA está expondo.
Sua cultura de dados, seu fluxo de valor, suas métricas de sucesso.
A pergunta que incomoda — e precisa ser feita:
Quantos dos seus projetos de IA estão realmente criando valor… e quantos estão apenas te deixando ocupado?
Se o resultado final é “mais um processo automatizado que ninguém entende e poucos usam”, talvez você não esteja inovando.
Talvez só tenha terceirizado sua complacência para um algoritmo.
A IA pode ser o espelho mais brutal da ineficiência institucional.
O problema não é a tecnologia. É o que ela está revelando — e o que você está escolhendo ignorar.
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