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Jean Cabral
Jean Cabral

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Baixar a branch do PR: quando vale a pena testar localmente?

“Você costuma baixar a branch do PR para testar localmente?”

Essa pergunta parece simples, mas pode render boas discussões sobre qualidade de código, eficiência nas revisões e confiança no processo de desenvolvimento.

Nem todo pull request precisa ser executado localmente e quando isso se torna uma prática comum para todo PR, talvez o problema esteja em outro lugar.

Neste artigo, trago algumas reflexões sobre quando faz sentido testar um PR localmente e como isso se encaixa com a Pirâmide do Code Review uma abordagem (fantástica) que propõe uma hierarquia de prioridades ao revisar pull requests, inspirada na lógica da Pirâmide de Maslow.


🧱 A Pirâmide do Code Review

Antes de falar de testar localmente, vale conhecer essa estrutura simples que define níveis de prioridade em uma revisão de código:

  1. Base da pirâmide: Functionality & Implementation – O código faz o que deveria fazer?
  2. Segunda camada: Testability & Coverage Tests – O código está bem testado? É fácil de testar?
  3. Terceira camada: Readability e Maintainability – Dá para entender e manter esse código?
  4. Topo da pirâmide: Code Style – O código segue o padrão do time?

Essa pirâmide nos ajuda a revisar com foco no que realmente importa, e só subir a escada se os degraus abaixo estiverem ok.


✅ Quando vale a pena testar localmente?

Baixar a branch e rodar localmente faz sentido quando você está na base ou na segunda camada da pirâmide:

1. Implementação

  • O PR mexe em regras críticas (ex: valores financeiros, autenticação)?
  • Há dúvidas se o código faz realmente o que deveria?

2. Testabilidade

  • Os testes cobrem bem os casos de uso?
  • Existem fluxos manuais ou side effects que não estão claros no PR?

Outros motivos

  • É um PR que muda o comportamento da UI ou da API e você quer ver na prática.
  • O CI está instável e você quer validar o funcionamento local.
  • A descrição do PR está vaga, e rodar ajuda a entender o contexto.

❌ Quando isso pode virar um problema?

Se você sente necessidade de testar todo PR localmente, pode haver sinais de alerta:

  • Os testes automatizados não cobrem bem o código.
  • Os PRs não explicam claramente o que foi feito.
  • O CI não é confiável ou não tem validação de comportamento.
  • O código não é previsível: pequenas mudanças geram efeitos inesperados.

Se testar localmente se torna regra, é sinal de alerta: talvez o problema não esteja no código, mas na confiança no processo (e isso custa tempo).


⚖️ Prós e contras de testar localmente

✅ Pontos positivos

  • Dá mais confiança para aprovar.
  • Ajuda a pegar side effects.
  • Facilita entender contextos complexos.

❌ Pontos negativos

  • Torna a revisão mais lenta e pesada.
  • Cria dependência de ambiente local e setups manuais.
  • Pode mascarar problemas na qualidade do código ou na cobertura de testes.

🔁 E se o tempo for curto?

Use o bom senso. Nem todo PR precisa de execução local. Se for pequeno, direto e bem testado, a leitura de código pode ser suficiente. Confie na pirâmide: valide se a implementação corrige/cobre o problema de negócio, avalie os testes e só depois pense em rodar algo manualmente.


💬 Conclusão

Testar a branch do PR localmente é uma prática útil (mas não obrigatória). Ela deve ser usada com critério, como uma ferramenta de apoio para validar o que a leitura de código ou os testes automatizados não respondem sozinhos.

A pergunta que fica é:

Você testa localmente por necessidade, ou por desconfiança do processo?

Se for a segunda opção, talvez seja hora de investir em testes melhores, pipelines mais confiáveis e PRs mais bem descritos.


Imagem da Pirâmide do Code Review

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