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Luiz Picolo ツ
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O Xiismo Tecnológico

Discutir sobre novas tecnologias nos meios em que o “xiismo tecnólogico” se perpetua não é uma tarefa fácil. A alguns dias atrás me encontrei em meio à uma discussão sobre bancos não relacionais e gostaria de deixar, neste pequeno texto, alguns pontos relacionados a este acontecimento.

Mesmo se tratando de uma “analogia”, o “Xiismo tecnológico”, o qual é título deste texto, iniciasse a partir do momento em que uma determinada tecnologia e utilizada, evangelizada e, sobre tudo, considerada como a melhor para todos os tipos de situações e escopos. No mundo do desenvolvimento essa prática é comum e, em partes, certa e errada. Digo em partes porque, defender uma tecnologia e compreender bem tudo que ela faz é muito bom para o desenvolvedor, mas colocá-la como a grande “heroina” para todos os fins já é um problema, que, até certo ponto, se torna grave, tornando a equipe de desenvolvimento escrava do comodismo. Uma destas tendências “xiitas” pode ser vista, por exemplo, nos defensores dos bancos de dados não relacionais ou os famosos NoSql, afirmando veemente que bancos relacionais são defasados e seu uso está fadado ao fim. Sobre esse assunto eu indico um texto da revista SQL Magazine e outros dois textos da IBM Developer Work 1 e IBM Developer Work 2 que reflete bem a questão do que é o paradigma não relacional. Os autores frisam que os bancos de dados não relacionais foram criados para sanar problemas dos relacionais, porém não para substituí-los.

Ressaltando que não existe um banco de dados superior ao outro, a decisão do uso de cada um se refere à necessidade que a empresa está enfrentando.

Ainda assim, o NoSQL não rompe com o “império” dos bancos relacionais, mas complementa-os, já que ambas as tecnologias podem coexistir.

Sinceramente gosto muito de bancos não relacionais e utilizo os mesmos em vários projetos pessoais que tenho para fins de conhecimento e aprendizado. Mas, em grande partes deles, os banco não relacionais são dispensáveis pois o seu uso não faz sentido e não há uma razão obvia, além do aprendizado, para se usá-lo. São projetos pequenos que não demandam escalabilidade e que possuem os dados organizados. Todavia, esse tipo de banco de dados não pode ser visto como “modinha”, sendo que há aplicação cabivel com razões obvias para seu uso, como BigData por exemplo.

Portanto, ao se deparar com determinado projeto cabe uma reflexão sobre as possíveis tecnologias que podem ser utilizadas no mesmo. É sabido também que várias empresas trabalham com linguagem e banco de dados fixos e a mudança demanda custo que, em grande parte das vezes, a empresa, por vários fatores, não pode arcar (tendo aqui custo não somente como o gasto financeiro). Mas, quando formos debater, sejamos no mínimo capazes de apontar o porque utilizamos determinada tecnologia e não outra, saibamos ao fundo os benefícios de cada uma. (Ou pelo menos sejamos - aqui eu me acrescento - humildes para escutar)

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