Parte 1: Da Filosofia à Arquitetura de um Self-Host Resiliente
Olá, comunidade.
Meu nome é Lucas, e após mais de 10 anos em gestão de negócios, estou em uma jornada de transição de carreira para Administração de Sistemas e DevOps. Este não é apenas um log de projeto; é o diário de bordo dessa transição, onde busco aplicar minha filosofia de trabalho focada em autonomia, profundidade e melhoria contínua.
A Filosofia: A Vontade sobre o Algoritmo
No coração deste projeto está uma filosofia de trabalho que chamo de "Construção Deliberada", guiada por um manifesto pessoal focado em autonomia e aprendizado profundo. A ideia central é simples: "Recuso a terceirização da minha vontade". Em um mundo de soluções "as-a-service", decidi construir meu próprio ecossistema de serviços (nuvem, senhas, git, etc.) para entender a tecnologia em seu nível mais fundamental. O objetivo é criar uma "Fortaleza Digital", um ambiente que sirva aos meus propósitos, e não aos de algoritmos de terceiros.
A Filosofia de Código
Este projeto segue um conjunto de regras que defini para meu desenvolvimento:
- Extremamente bem documentado e versionado.
- Foco em funcionalidade, simplicidade, privacidade e controle.
- Soluções open-source que me deem controle total.
- Construção com as próprias mãos: Entender "por baixo do capô" é um requisito.
O Início da Implementação: O Muro Invisível
A jornada começou com a instalação de um servidor Debian (fortaleza
) em hardware dedicado. O plano era expor os serviços à internet. No entanto, a realidade da infraestrutura residencial no Brasil se impôs rapidamente.
Troubleshooting #1: O Diagnóstico de Rede
- Sintoma: Nenhuma conexão externa chegava ao meu servidor local.
-
Investigação: Utilizando ferramentas como
ping
,traceroute
e verificadores de portas online, confirmei que as portas 80 e 443 estavam bloqueadas. Uma análise mais profunda do meu roteador revelou que o IP da minha interface WAN era um IP privado (192.168.xx.xx
), enquanto meu IP público era outro. - Causa Raiz: Diagnóstico duplo - CGNAT e bloqueio de portas pelo meu provedor de internet. Minha Fortaleza era uma ilha inacessível.
A "Ruminação": Recalculando a Rota
A solução não poderia ser um simples workaround. Precisava ser uma decisão de arquitetura que tornasse a Fortaleza "independente desses tipos de impedimentos". A resposta foi evoluir de um modelo de servidor único para uma arquitetura híbrida.
A Nova Arquitetura: O Hub e a Ponte
- O Hub na Nuvem (
fortaleza-hub
): Um VPS "Always Free" na Oracle Cloud, rodando Ubuntu, atuaria como o único ponto de presença público da minha infraestrutura. É nele que o "Porteiro Chefe" (Nginx Proxy Manager) residiria. - A Ponte Segura (Túnel SSH Reverso): A
fortaleza
local estabelece uma conexão de saída, persistente e segura, com o Hub. Esta ponte usaautossh
e um serviçosystemd
para garantir resiliência. Todo o tráfego destinado aos meus serviços web viaja por este túnel.
Estado Atual e Próximos Passos
Até o momento, a fundação está completa. A fortaleza
local e o fortaleza-hub
estão operacionais. O Docker e o Traefik estão instalados na fortaleza
, e o Nginx Proxy Manager está no hub
. O túnel SSH reverso está ativo e funcional. Nosso primeiro serviço, o Vaultwarden, já está rodando, acessível globalmente via https://vault.lucasbrbz.duckdns.org
através desta arquitetura.
No próximo artigo desta série, detalharei a implementação passo a passo do Nginx Proxy Manager e do túnel SSH, incluindo os desafios de depuração que enfrentei.
Obrigado por acompanhar. Esta é uma jornada de aprendizado, e cada linha de log é uma lição. Estou construindo minha próxima década, uma linha de código de cada vez.
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