Desde os primórdios da humanidade, a matemática tem sido um enigma. Quem nunca olhou para uma equação e sentiu um arrepio na espinha, como se estivesse diante de um enigma indecifrável? Nesse momento, em algum lugar do mundo, deve haver uma criança xingando seu professor de matemática.
Eu mesmo já me senti assim muitas vezes. Eu era terrível em matemática. Frações, geometria, álgebra - tudo parecia um mistério insondável para mim. Mas como diria Joseph Climber,"a vida é uma caixinha de surpresas" e foi justamente quando me vi mergulhado na programação que comecei a desvendar esse enigma.
Quando comecei a estudar programação, percebi que muitos dos conceitos que me confundiam na matemática começaram a fazer sentido. A lógica por trás dos loops, das condições e das operações matemáticas era como um farol no meio da escuridão. De repente, eu podia ver padrões onde antes só via caos, e os problemas que pareciam insolúveis se tornaram desafios estimulantes.
Nunca acreditei que isso fosse possível, assim como aprender uma língua, achava que era mais difícil aprender depois de certa idade, pior, acreditava que gostar de matemática era algo genético, tipo doença.
Hoje, anos depois de ter saído do ensino médio, me pego prazerosamente estudando gráficos e mais recentemente até derivada, para aprender como desenhar utilizando a linguagem de programação glsl
por exemplo.
A ótica da matemática e programação na prática
A primeira vez que senti o "prazer matemático" foi lendo o livro "Entendendo Algoritmos: Um Guia Ilustrado Para Programadores e Outros Curiosos". Mais precisamente na parte em que explicam o algoritmo binário.
O algoritmo binário é uma técnica fundamental na computação, especialmente na representação e manipulação de números em sistemas digitais.
Imagine que você tem uma lista telefônica enorme com milhões de nomes organizados em ordem alfabética. Você quer encontrar um número específico, digamos o de "Ana". Se você procurar de forma linear, começando pela primeira página e passando por cada nome até encontrar "Jorge", pode levar muito tempo, especialmente se "Jorge" estiver perto do final.
Agora, pense em como você faria isso de forma mais eficiente. Você poderia dividir a lista em duas partes, verificando o nome no meio. Se "Jorge" estiver antes do nome no meio da lista, você descartaria a metade superior e continuaria procurando na metade inferior. Se estiver depois, faria o contrário. Em cada passo, você está cortando pela metade o número de nomes a serem verificados.
Isso é essencialmente o que o algoritmo binário faz. Ele divide repetidamente o espaço de busca pela metade até encontrar o elemento desejado. Em cada iteração, reduz drasticamente o número de opções a serem consideradas. Mesmo que tenhamos milhões de nomes na lista, o algoritmo binário pode encontrar "Jorge" em apenas algumas dezenas de passos, graças a essa estratégia de divisão e conquista.
Essa é a magia da eficiência algorítmica: milhões de possibilidades são reduzidas a algumas dezenas de passos, economizando tempo e recursos computacionais.
O prazer pela matemática pode ser intensificado quando vemos sua aplicação prática na resolução de problemas do mundo real, como no caso do algoritmo binário, onde a habilidade de pensar logicamente e usar conceitos matemáticos nos permite encontrar soluções mais eficientes e elegantes. E isso é incrível!
Um Novo Amor pela Matemática
Hoje, olho para trás e vejo o quanto minha jornada na programação transformou minha relação com a matemática. O que antes era um enigma assustador se tornou uma fonte de fascínio e inspiração. Aprendi que a matemática não é apenas sobre números e equações; é sobre descobrir padrões, resolver quebra-cabeças e desvendar os segredos do universo.
Então, se você, como eu, já se sentiu intimidado pela matemática, não desista! Às vezes, tudo o que precisamos é de uma nova perspectiva, um novo conjunto de ferramentas para nos ajudar a desvendar o enigma. E quem sabe, talvez a programação seja a chave que você estava procurando para abrir essa porta e descobrir um novo amor pela matemática.
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