Trabalhar para empresas multinacionais ou internacionais pode ser desafiador, mas está longe de ser impossível.
O que acontece, na maioria das vezes, é que você perde oportunidades porque nem tenta, no fim, acaba se sabotando.
1. O medo de tentar
Trabalhar para uma empresa internacional parece um sonho distante até o dia em que você percebe que a maior barreira não está lá fora, mas dentro da sua cabeça.
Muitos profissionais brasileiros têm qualificação técnica, mas se bloqueiam por causa do inglês, da síndrome do impostor ou simplesmente pela falta de informação sobre o processo.
Muita gente nem se candidata porque pensa: “meu inglês não é bom o suficiente” ou “não vou dar conta”.
Mas o segredo é simples: ninguém começa pronto, você se prepara no caminho.
2. Passos antes da primeira entrevista
Tenha sua estrutura legal pronta
Se o seu objetivo é trabalhar como contractor (PJ) para fora, abra seu CNPJ e pesquise sobre emissão de invoice internacional, contratos e recebimento por plataformas como Deel, Payoneer ou Wise.
Isso mostra profissionalismo e evita surpresas quando a proposta chegar.
Avalie as opções CLT nacionais
Nem toda vaga precisa ser internacional para ser global.
Multinacionais que operam no Brasil oferecem cargos CLT com salários competitivos e benefícios sólidos, como férias, plano de saúde e estabilidade.
Lembre-se: 30 dias de férias é um luxo até em empresas dos EUA.
Em muitos casos, vagas internacionais oferecem apenas 10 a 15 dias de PTOs, ou até o famoso “ilimitado”, que raramente é usado de verdade.
Prepare seu inglês funcional
Você não precisa soar como um nativo, mas precisa se comunicar bem.
Foque em inglês técnico e inglês conversacional para reuniões.
Hoje há muito acesso a professores, plataformas e até comunidades gratuitas para praticar.
O inglês é uma ponte e você não precisa atravessá-la correndo. Apenas comece a caminhar.
Fortaleça seu portfólio técnico
Antes de se candidatar, revise seus projetos no GitHub.
Mostre código limpo, organização e boas práticas.
Inclua um README bem feito, isso demonstra profissionalismo e facilita a avaliação por recrutadores estrangeiros.
Evite criar projetos inteiros com IA se você não entende o que está implementando.
3. A mentalidade
“Você pode ter toda a skill técnica do mundo, mas se não tiver consistência e iniciativa, vai continuar vendo os outros conquistarem o que você quer.”
A comparação é cruel e quase nunca reflete a realidade.
Você se compara com o fulano, o ciclano, o influenciador que já está lá fora e acaba parado no mesmo lugar.
O que realmente faz diferença é dar o primeiro passo.
Caminhe ao lado de pessoas que buscam o mesmo que você.
Converse com quem já conseguiu.
Afaste-se de quem joga baldes de água fria nos seus sonhos.
A cada processo, teste e entrevista, você ganha experiência.
Ninguém acerta de primeira, e tudo bem.
Você aprende com os “nãos”, com os feedbacks e com o tempo.
A consistência e o hábito de melhoria contínua fazem toda a diferença, especialmente nos soft skills.
Com cada entrevista, você se comunica melhor, se apresenta com mais clareza e ganha confiança.
Se tiver amigos mais experientes, simule entrevistas. Converse em inglês sobre o seu trabalho. Isso já é um treino valioso.
4. Os desafios reais
O processo não é um conto de fadas.
Cuidado com quem vende consultorias prometendo emprego internacional em 30 dias. Pode acontecer? Pode.
Mas na maioria dos casos, leva tempo e exige preparo.
A rotina internacional também tem suas diferenças.
- Fuso horário (reuniões muito cedo ou muito tarde)
- Comunicação 100% em inglês
- Autonomia e disciplina (menos supervisão)
- Adaptação cultural e de comunicação
Nos primeiros meses é normal sentir nervosismo, ansiedade e até travar no inglês.
Você vai esquecer palavras, errar verbos, ficar inseguro, e isso é parte do processo.
Com o tempo, a confiança vem.
E a recompensa é enorme: crescimento profissional, aprendizado contínuo e uma experiência global que transforma sua carreira.
O maior desafio é entrar na primeira empresa. Depois disso, tudo flui com muito mais naturalidade.
5. O primeiro passo ainda é o mais importante
Você não precisa ser o melhor, só precisa estar preparado quando a oportunidade aparecer.
Trabalhar com empresas internacionais não é um prêmio, é a consequência natural de quem se prepara, se expõe e continua evoluindo.
Top comments (0)