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Bruno Pulis
Bruno Pulis

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Como é ser um QA de acessibilidade?

Recentemente me tornei um QA de acessibilidade. Não foi uma decisão fácil, mas aceitei o desafio de participar do time de acessibilidade que mais cresce no Brasil.

Na NTT Data, temos um time com cerca de 70 profissionais dedicados em tempo integral pela acessibilidade. Nossa tendência é crescer mais.

Em breve, vou escrever sobre o time de acessibilidade da NTT Data.

Neste artigo vou contar para vocês, como é a rotina de um QA focado em acessibilidade, as curiosidades, desafios e oportunidades. Vamos lá?


Cotidiano

Nosso cotidiano é um pouco diferente, além de seguirmos as boas práticas de testes e técnicas, utilizamos a WCAG, que é nosso norte para reportar as inconsistências relacionadas à acessibilidade.

Hoje atendo mais de uma squad por vez. Nossas demandas de testes são menores em relação aos nossos colegas funcionais. Isto contribui para acompanhar melhor os cenários.

Relacionamento com os times

Squad de futebol americano

Photo by football wife on Pexels.com

Sempre procuramos manter um bom relacionamento com o time, os QAs funcionais sempre são bastante solícitos e curiosos sobre o tema, acessibilidade.

Inclusive, é gratificante quando conseguimos colocar a semente da acessibilidade no coração deles.

Os outros papéis como PO's, UX's e Team Leads nos auxiliam bastante e conseguimos ter uma boa sinergia para realizar nosso trabalho.

Nem tudo são flores, volta e meia precisamos exemplificar com bons argumentos nossa posição, em relação, a algum bug ou postura que adotamos.

Formas de validação

Para validarmos usamos como norte a WCAG , um documento da W3C, que contém as diretrizes de acessibilidade. Nossos testes são baseados em:

  • testes exploratórios;
  • testes manuais;
  • testes semi automatizados;
  • testes automatizados (apesar de hoje não atuar com eles).

O testes mais exaustivos, que fazemos são, os testes manuais com os leitores de tela. Atualmente testamos com o NVDA, TalkBack e VoiceOver.

A forma de interagir com a informação em cada um é similar, porém, existem algumas exceções. Validamos através de títulos e também por palavras.

Vale uma ressalva para os testes automatizados, eles contribuem em cerca de 57% para previnir possíveis inconsistências de acessibilidade. Esse número é resultado de uma pesquisa da Deque Systems.

Existem diversas possibilidades de automação em testes de acessibilidade. Este é um outro tema que prometo surgir por aqui.

Recursos e ferramentas

Usamos diversos recursos para garantir que as aplicações estejam acessíveis, irei listar alguns recursos:

  • O Guia WCAG, uma referência rápida para consultar as diretrizes de acessibilidade;
  • Colour Contrast Analyzer;
  • leitores de telas;
  • checklist para nos orientar.

Soft Skills

Como um QA de acessibilidade, alguns pontos valem a pena ser destacados como:

  • boa comunicação verbal e escrita;
  • ser preciso;
  • entender os conceitos de agilidade;
  • ter flexibilidade.

Curiosidades

Essas características nos auxiliam e deixam nosso trabalho mais tranquilo em relação ao time que trabalhamos.

Existem algumas curiosidades bem interessantes sobre nossa atuação e como lidamos com os problemas do cotidiano:

  • trabalhamos em dupla;
  • utilizamos a todo tempo, tecnologias assistivas (leitores de tela);
  • realizamos testes de contraste;
  • o reporte de bugs de acessibilidade é um pouco diferente;
  • validamos a estrutura do HTML.

Outro fato legal, a acessibilidade é considerada desde a concepção do design. Isso contribui consideravelmente para nosso trabalho.

Desafios

Os desafios que enfrentamos geralmente, são relacionados ao desconhecimento da WCAG e das direitrizes de acessibilidade. Também da escrita incorreta do HTML, esse já foi um tópico de outro artigo no blog.

Outro ponto importante, é demonstrar quão crucial a acessibilidade é para o produto que está sendo desenvolvido.

Oportunidades

O QA de acessibilidade está rodeado de oportunidades de crescimento, cada vez o assunto "acessibilidade" vem a tona.

Recentemente fiz um curso de "QA de acessibilidade" pela INSEP, o Maurício Pereiro um dos instrutores, comentou que a projeção desses profissionais irá crescer exponencialmente.

Concordo com o comentário, pois as empresas, estão despertando para o tema e entendendo que além de cumprir uma legislação, devem promover um acesso justo e igualitário a todos.

Está gostando desse conteúdo?

Escrevo semanalmente na Pulis Letters e compartilho insights valiosos sobre acessibilidade digital para desenvolvedores, QA’s e designers.

Conclusão

Ser um QA de acessibilidade é olhar de uma forma mais humana e contribuir com o acesso igualitário para todas as pessoas, independente de sua deficiência.

E sair de uma zona de conforto e se importar pelo outro, talvez seja por isso que a acessibilidade me encanta tanto.

Esse conteúdo de ajudou em algo? Considere apoiar meu trabalho.

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