Spring Boot API REST: Construa uma API
Anotações do curso https://cursos.alura.com.br/course/spring-boot-api-rest
O que é uma API Rest?
API REST, também chamada de API RESTful, é uma interface de programação de aplicações (API ou API web) que está em conformidade com as restrições do estilo de arquitetura REST, permitindo a interação com serviços web RESTful. REST é a sigla em inglês para "Representational State Transfer", que em português significa transferência de estado representacional. Essa arquitetura foi criada pelo cientista da computação Roy Fielding.
Lembretes
URI → Identificador de recurso
Aluno(/alunos)
Topico(/topicos)
Manipulação de recursos → verbos HTTP
Get /alunos
Post /alunos
Put /alunos/{id}
Delete /alunos/{id}
Representações de Recursos → Media Types
XML
JSON
Comunicação Stateless
Não guarda estado, sem usar sessão para armazenar dados de usuário.
Primeiro endpoint da API
@Controller
public class TopicosController {
@RequestMapping("/topicos")
@ResponseBody
public List<Topico> lista() {
Topico topico = new Topico("Duvido", "Duvida com Spring", new Curso("Spring", "Programação"));
return Arrays.asList(topico, topico, topico);
}
}
Conforme o código acima, podemos notar a annotation @ResponseBody, essa anotação serve para dizermos ao Spring que queremos retornar a reposta no body e não em alguma página web, como por exemplo uma página do Thymeleaf.
Por padrão, o Spring considera que o retorno do método é o nome da página que ele deve carregar, mas ao utilizar a anotação
@ResponseBody
, indicamos que o retorno do método deve ser serializado e devolvido no corpo da resposta.
Em seguida instanciamos uma classe de tópico para podermos simular um tópico criado. E retornamos para a requisição uma lista de tópicos.
💡 Arrays.asList é um método static para retornar uma lista de objetos. Nesse exemplo passamos os mesmos três objetos, para ele retornar uma lista de Tópicos.Rest Controller & Controller
Após efetuarmos o primeiro Controller, podemos melhorar ele da seguinte forma. Colocamos no código anterior a anotação para indicar ao Spring que o retorno não é uma página e que deve ser retornado no corpo da resposta, para isso usamos a annotation @ResponseBody.
Porém pode ficar muito repetitivo efetuar isso para todo os endpoints. Nesse caso, ao invés de usar o @Controller, podemos utilizar o @RestController, ele já assume por si que o retorno será no corpo da resposta. Ou seja, não será necessário a annotation @ResponseBody.
💡 Usamos o @RestController para substituir o @Controller, assim por padrão ele já assumirá que a resposta será no corpo da resposta.DTO (Data Transfer Object) & VO (Value Object)
Conversão Entity para DTO
Podemos converter da seguinte forma:
public static List<TopicoDTO> converterParaTopico(List<Topico> topicos) {
return topicos.stream().map(TopicoDTO::new).collect(Collectors.toList());
}
Estamos usando a API de Stream do Java, para podermos fazer um map entre o objeto (Entity) Topico, e retornar uma lista do objeto DTO.
Spring Data JPA
💡 Se adicionarmos um arquivo data.sql no resources o Spring executa os scripts que estão dentro toda vez que inicializar.
A partir da versão 2.5 do Spring Boot houve uma mudança em relação à inicialização do banco de dados via arquivo data.sql, sendo necessário adicionar uma nova propriedade no arquivo application.properties
para que ela ocorra sem problemas:
spring.jpa.defer-datasource-initialization=true
A propriedade mencionada acima indica à JPA que o arquivo data.sql
deve ser lido para popular o banco de dados após a criação das tabelas.
Busca com Filtros
Conforme o modelo usado acima para exemplo, ao fazermos uma consulta dos tópicos por curso, precisamos fazer JOIN com a tabela de Curso, assim conseguimos pegar os tópicos de determinado curso.
Seguindo essa ideia, no Java fica assim:
URL da chamada:
http://localhost:8080/topicos?nomeCurso=java
Controller:
@RequestMapping("/topicos")
public List<TopicoDTO> lista(String nomeCurso) {
System.out.println(nomeCurso);
if (nomeCurso == null) {
List<Topico> topicos = topicoRepository.findAll();
return TopicoDTO.converterParaTopico(topicos);
} else {
List<Topico> topicos = topicoRepository.findByCursoNomeIgnoreCase(nomeCurso);
return TopicoDTO.converterParaTopico(topicos);
}
}
Aqui estamos falando o seguinte, caso venha o parâmetro pela requisição, usamos a informação para efetuar o SELECT, caso o parâmetro seja igual a nulo faremos a consulta e traremos todos os tópicos de todos os cursos.
Repository:
public interface TopicoRepository extends JpaRepository<Topico, Long> {
List<Topico> findByCursoNomeIgnoreCase(String nomeCurso);
}
Notamos que o Join é feito, porque o Spring Data JPA entende que o nome escrito no comando acima (findByCursoNomeIgnoreCase) pertence a classe Curso.
Ou seja, estamos dizendo ai que queremos efetuar um JOIN na tabela de Tópico e Curso, para buscar os Tópicos que diz respeito a um curso especifico.
Cadastrando
@RequestBody tem como objetivo indicar ao Spring que os parâmetros enviados no corpo da requisição devem ser atribuídos ao parâmetro do método.
Podemos efetuar um cadastro da seguinte forma:
@PostMapping
public void cadastrar(@RequestBody TopicoForm form) {
Topico topico = form.converterParaTopico(cursoRepository);
topicoRepository.save(topico);
}
Boas práticas Cadastro
💡 Como boa prática, usamos o status code 201 - Created, para operação de cadastro.
Toda vez que devolver 201 para o client, além do status code, precisa devolver duas coisas:
1 - Um Header com a Location - com a localização desse novo recurso que acabou de ser criado.
2 - No corpo da resposta uma representação desse novo recurso.
⚠️ Para métodos void, será devolvida uma resposta sem conteúdo, juntamente com o código HTTP 200 (OK), caso a requisição seja processada com sucesso.
Devido a necessidade de passar a location(URI) via header, precisamos (conforme abaixo) instanciar uma URI, mostrado na linha em destaque.
@PostMapping
public ResponseEntity<TopicoDTO> cadastrar(@RequestBody TopicoForm form, UriComponentsBuilder uriBuilder) {
Topico topico = form.converterParaTopico(cursoRepository);
topicoRepository.save(topico);
URI uri = uriBuilder.path("/topicos/{id}").buildAndExpand(topico.getId()).toUri();
return ResponseEntity.created(uri).body(new TopicoDTO(topico));
}
No return, por se tratar de uma criação de um novo recurso, devolvemos o status code 201, por isso passamos no ResponseEntity o created.
E no body (no corpo da resposta) estamos devolvendo um TopicoDTO.
Bean Validation
⚠️ A partir da versão 2.3.0 do Spring Boot o Bean Validation não vem mais incluído automaticamente no projeto.Precisa adicionar no pom.xml →
<dependency>
<groupId>org.springframework.boot</groupId>
<artifactId>spring-boot-starter-validation</artifactId>
</dependency>
Após colocar as annotation na classe beans, colocar no controller o @valid no parâmetro que será validado. Para o Spring saber que você quer validar aquele objeto.
Controller Advice
Para criarmos um handler para tratarmos as exceções lançadas o primeiro passo é criar um DTO, que irá conter as informações que iremos devolver ao client.
Nesse exemplo iremos tratar as exceções do Beans Validation, que são emitidas pela classe MethodArgumentNotValidException.
Criado nosso DTO, que deverá ficar algo semelhante a isso:
@Getter
public class ErroDeFormularioDTO {
private String campo;
private String erro;
public ErroDeFormularioDTO(String campo, String erro) {
this.campo = campo;
this.erro = erro;
}
}
Precisamos criar a classe interceptadora, o handler.
💡 Handler na sua tradução literária significa domador ou treinador, o que faz sentido, tendo em vista que, é essa classe que ficará responsável em "treinar" nosso programa para quando determinadas exceções forem lançadas.
Primeiro passo para criação do handler é anotar a classe com a annotation @RestControllerAdvice.
Essa anotação tem como objetivo, capturar as exceções lançadas para que elas recebam um devido tratamento. Você pode pensar nele como um interceptor de exceções lançadas por métodos anotados com RequestMapping
...
Então nossa classe e método handle() ficará assim:
@Autowired
private MessageSource messageSource;
@ResponseStatus(code = HttpStatus.BAD_REQUEST)
@ExceptionHandler(MethodArgumentNotValidException.class)
public List<ErroDeFormularioDTO> handle(MethodArgumentNotValidException exception) {
List<ErroDeFormularioDTO> dto = new ArrayList<>();
List<FieldError> fieldErrors = exception.getBindingResult().getFieldErrors();
fieldErrors.forEach(e -> {
String mensagem = messageSource.getMessage(e, LocaleContextHolder.getLocale());
ErroDeFormularioDTO erro = new ErroDeFormularioDTO(e.getField(), mensagem);
dto.add(erro);
});
return dto;
}
1 - MessageSource é uma interface que nos permite trabalhar com a mensagem (messageSource.getMessage()) conforme código acima. Além de nos prover uma opção de internacionalização das mensagens de erro. Que mostrarei mais adiante.
2 - Anotamos o método handler com duas principais anotações:
2.1 - @ResponseStatus - Por default o handler retornaria um status code 200, porque ele entende que a exceção esta sendo tratada, mas queremos manter o status code de BadRequest.
2.2 - @ExceptionHandler - Indicamos via parametro qual a classe que emite as exceções que serão interceptadas e tratadas. Ex: @ExceptionHandler(MethodArgumentNotValidException.class)
3 - Instanciamos nossa lista DTO que contem os atributos campo e erro. Que serão enviado no corpo da resposta.
4 - Instanciamos a lista dos fields(Campos) que não estão válidos de acordo com nossa validação.
Para capturarmos os campos precisamos fazer dessa forma Ex: exception.getBindingResult().getFieldErrors().
5 - Depois percorremos a lista de campos com erros, e capturamos as mensagens.
💡 O método getMessage() exige dois parâmetros, o primeiro é a exception e o segundo é o Locale, podemos pegar o Local usando o LocaleContextHolder.getLocale(), dessa forma podemos internacionalizar a mensagem de erro que será transmitida de volta ao client de acordo com o idioma do sistema usado para fazer o Request.6 - Por fim instanciamos nosso DTO que receberá a mensagem e os campos que estão com erro, e retornamos.
GET
Se colocarmos dessa maneira →
@GetMapping("/{id}")
public void detalhar(Long id) {
}
O Spring irá entender que o id ira vir no parâmetro via URL.
ex: http://localhost:8080/topicos?nomeCurso=java
Queremos que o Spring entenda que iremos mandar pelo path uma variável que deve ser feito o binding. Então anotamos o atributo no parâmetro dessa forma utilizando o @PathVariable →
@GetMapping("/{id}")
public void detalhar(@PathVariable Long id) {
}
Então, implementamos o repository, dessa forma →
@GetMapping("/{id}")
public TopicoDTO detalhar(@PathVariable Long id) {
Topico topico = topicoRepository.getById(id);
return new TopicoDTO(topico);
}
No return podemos devolver um new e o DTO*, tendo em vista que o construtor do DTO recebe um objeto do tipo Topico* (que seria nosso entity), sendo assim é possível converter o Topico que retorna da consulta do Repository para uma classe DTO.
⚠️ Importante lembrar que no DTO só devolvemos valores primitivos,enums e DTOs, nunca uma entidade.
Uma boa prática para criação dos DTOs é setar os valores já no construtor. Assim você recebe por parametro a entidade, e faz o binding dos atributos. Dessa maneira →
@Getter
public class RespostaDTO {
private Long id;
private String mensagem;
private LocalDateTime dataCriacao;
private String nomeAutor;
public RespostaDTO(Resposta resposta) {
this.id = resposta.getId();
this.mensagem = resposta.getMensagem();
this.dataCriacao = resposta.getDataCriacao();
this.nomeAutor = resposta.getAutor().getNome();
}
}
⚠️ Importante lembrar que, como já estamos atribuindo os valores dos atributos no construtor não precisamos dos métodos Setters, isso adiciona uma camada extra de proteção na aplicação.
PUT
Para efetuarmos a atualização de um recurso podemos usar o verbo PUT ou o PATCH, porém existe uma discussão a respeito desses dois verbos.
O PUT é usado quando você vai sobrescrever o recurso.
Já o PATCH tem a ideia de fazer uma pequena atualização, quando você vai alterar só um ou alguns campos.
Porém, para saber se esta sendo alterado o recurso inteiro ou somente alguns campos precisaria de uma validação, então os desenvolvedores costumam usar o verbo PUT mesmo.
Dado isso, também é importante frisar que, por boas práticas, utilizamos um DTO especifico para atualização, para termos maior controle e flexibilidade a respeito dos atributos que podem ou não, serem atualizados na nossa aplicação.
Dessa maneira começamos pelo DTO, criamos o DTO com os atributos que são permitidos alterações, e depois criamos um construtor que irá receber via parâmetro o ID do recurso que queremos atualizar, e o Repository que esta sendo injetado no Controller. Feito isso no construtor fazemos a pesquisa do recurso que queremos atualizar byId, e setamos as atualizações.
Fica assim →
@NotNull
@NotBlank
@Length(min = 5)
private String titulo;
@NotNull
@NotBlank
@Length(min = 5)
private String mensagem;
public Topico atualizar(Long id, TopicoRepository topicoRepository) {
Topico topico = topicoRepository.getById(id);
topico.setTitulo(this.titulo);
topico.setMensagem(this.mensagem);
return topico;
}
No Controller →
@PutMapping("/{id}")
@Transactional
public ResponseEntity<TopicoDTO> atualizar(@PathVariable Long id, @RequestBody @Valid AtualizacaoTopicoForm form) {
Topico topico = form.atualizar(id, topicoRepository);
return ResponseEntity.ok(new TopicoDTO(topico));
}
Com a annotation @Transactional avisamos que ao Spring que deverá ser comitado após a execução do método.
Métodos anotados com @Transactional
serão executados dentro de um contexto transacional.
E então retornamos ao client um response entity com um status code 200 e no corpo da response um objeto do tipo DTO, contendo as informações do recurso e as informações que foram atualizadas.
Não é a única forma de fazer, poderia ter uma camada de Services e nele ter o repository.save(), passando via parâmetro a entidade atualizada a ser comitada no banco de dados.
DELETE
Para efetuarmos o delete, usamos o verbo delete mesmo. Fica assim →
@DeleteMapping("/{id}")
public ResponseEntity<String> deletar(@PathVariable Long id) {
topicoRepository.deleteById(id);
return ResponseEntity.ok().body("Deletado com sucesso");
}
Caso não deseje retornar nenhuma String informando que o recurso foi deletado ou qualquer outra coisa, pode devolver somente o status code 200. Dessa forma →
@DeleteMapping("/{id}")
public ResponseEntity<?> deletar(@PathVariable Long id) {
topicoRepository.deleteById(id);
return ResponseEntity.ok().build();
}
Tratamento de erro 404
Para tratamento da exceção lançada quando não encontramos algum recurso, precisamos usar o findById(), que por padrão retorna um Optional, ou seja, ele não lança uma exceção caso não encontre o registro na base, porque como o próprio nome já diz ele é opcional.
🚨 O método getOne lança uma exception quando o id passado como parâmetro não existir no banco de dados
O código fica assim →
@DeleteMapping("/{id}")
public ResponseEntity<?> deletar(@PathVariable Long id) {
Optional<Topico> topico = topicoRepository.findById(id);
if (topico.isPresent()) {
topicoRepository.deleteById(id);
return ResponseEntity.ok().build();
}
return ResponseEntity.notFound().build();
}
Primeiro fazemos a consulta com o findBy. O Optional tem um parâmetro que permite que verifiquemos se o objeto esta presente (isPresent()).
Então se ele estiver presente, ele irá efetuar o delete, e retornar o ResponseEntity com o status code 200.
Caso contrário, ele irá retornar o status code 404, recurso not found.
💡 Não é interessante devolver exceptions e stack traces para os clientes, em casos de erros na API Rest.
Continuação
🚧 Spring Boot API Rest: Segurança da API, Cache e Monitoramento
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