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Guilherme Goulart
Guilherme Goulart

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ARQUITETURA REST: O QUE É E SEUS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a adoção de modelos arquiteturais de software se tornou essencial para o desenvolvimento de sistemas robustos, escaláveis e padronizados. Este artigo tem como objetivo contextualizar o conceito de modelos arquiteturais, destacando sua importância como guia estratégico no planejamento e implementação de sistemas. Em especial, aborda-se a arquitetura REST, um dos padrões mais utilizados atualmente para integração entre sistemas distribuídos, apresentando seus princípios, funcionamento e métodos.

2 MODELO ARQUITETURAL

Um modelo arquitetural de software atua como um guia estratégico que orienta a estrutura de um sistema. Em vez de oferecer uma solução única, ele estabelece um padrão que define os componentes permitidos, seus padrões de interação e as restrições a serem seguidas, garantindo que o desenvolvimento siga uma abordagem coesa e padronizada¹.

Essa configuração serve como a base para construir todo o sistema. Quando a arquitetura está bem definida, ela torna o processo de desenvolvimento mais fácil e ajuda a garantir que o produto final atenda a requisitos importantes, como bom desempenho, segurança e possibilidade de crescimento. Além disso, ela reflete as principais decisões do projeto, que são difíceis de mudar depois e que têm impacto direto na manutenção e na longevidade da aplicação¹.

3 ARQUITETURA REST

O modelo arquitetural REST (Transferência de Estado Representacional), criado por Roy Fielding, define um conjunto de regras para construir sistemas distribuídos, como a internet. O objetivo dele é fazer com que esses sistemas possam crescer facilmente, tenham interfaces padronizadas e permitam que os diferentes componentes sejam implantados de forma independente.

Para alcançar isso, o REST se apoia em seis princípios principais: a estrutura cliente/servidor, a comunicação sem precisar manter o estado entre as trocas de mensagens, a possibilidade de usar cache para melhorar o desempenho, uma interface padrão que garante consistência, a organização do sistema em camadas e, de forma opcional, a capacidade de usar código sob demanda.

A figura 1, mostra um exemplo do fluxo de comunicação da arquitetura REST. O processo funciona da seguinte forma:

1 - O cliente a esquerda que pode ser um navegador de internet ou um aplicativo de dispositivos móveis, iniciando a interação enviando para o servidor.

2 - Essa requisição utiliza os métodos HTTP para indicar a ação que deseja ser feita. Cada método tem sua função, geralmente associado a operações de CRUD (Cadastrar, Ler, Editar e Deletar).

  • GET: Busca ou lê algum registro.
  • POST: Usado para criar algum registro.
  • PUT: Atualiza um registro.
  • DELETE: Remove um registro.

3 - Por fim, o servidor a direita da figura 1, após receber as requisições HTTP, faz o processamento da solicitação e ‘conversa’ com o banco de dados e prepara uma resposta de acordo com a ação que foi feita pelo cliente.

Figura 1 - Exemplo funcional arquitetura REST:

Fonte: DIOME²

4 BOAS PRÁTICAS EM ARQUITETURA REST

Quando pensamos em criar sistemas que funcionem bem e durem por bastante tempo, não basta só seguir o modelo REST. É preciso cuidar de alguns detalhes que fazem diferença no dia a dia. Um deles é organizar bem os endereços (URLs) usados pela aplicação, deixando-os simples e fáceis de entender, tanto para quem desenvolve quanto para quem usa. Também é importante que o servidor responda de forma clara às solicitações, usando códigos que mostrem se deu tudo certo ou se houve algum problema³.

Outro ponto essencial é manter a segurança. Usar métodos confiáveis de autenticação e autorização ajuda a proteger as informações que circulam entre cliente e servidor. Além disso, é importante pensar em como a API vai evoluir ao longo do tempo. Versionar os serviços, trabalhar com paginação e filtros em listas muito grandes são maneiras práticas de evitar confusão e manter tudo funcionando sem travar. Conforme Neto (2020, p. 21, p. 30) Com essas boas práticas, a arquitetura REST fica mais simples, segura e preparada para acompanhar o crescimento e as mudanças dos sistemas modernos³.

5 CONCLUSÃO

A utilização de modelos arquiteturais bem definidos, como o REST, proporciona inúmeros benefícios para o desenvolvimento de sistemas modernos. Ao adotar padrões claros de comunicação, organização em camadas e princípios como escalabilidade e independência entre cliente e servidor, torna-se possível criar aplicações mais seguras, estáveis e preparadas para crescer. Além disso, esses modelos favorecem a manutenção e a evolução contínua das soluções, garantindo que elas acompanhem as necessidades dos usuários e do mercado. Dessa forma, compreender e aplicar corretamente as arquiteturas apresentadas neste levantamento bibliográfico é essencial para alcançar qualidade, eficiência e inovação no desenvolvimento de software.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 - AGUIAR, Francisco Jairo Araújo. APLICAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS NA ENGENHARIA DE SOFTWARE NO DESENVOLVIMENTO DE UMA API REST PARA PLATAFORMA DE GESTÃO DE QUESTÕES E LISTAS DE EXERCÍCIOS. 2024. 67 f. TCC (Doutorado) - Curso de Engenharia da Computação, Universidade Federal do Ceará, Sobral, 2024. Disponível em: https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/79103/1/2024_tcc_fjaaguiar.pdf. Acesso em: 14 set. 2025.

2 - DIOME. Melhores práticas da API de REST. 2024. Disponível em: https://www.dio.me/articles/o-que-diabos-e-uma-api-e-pior-ainda-uma-api-restful. Acesso em: 20 set. 2025.

3 - Neto, José André Carneiro. "Um mapeamento de práticas em projetos de APIs REST." Disponivel em: https://www.cin.ufpe.br/~tg/2020-3/TG_CC/tg_jacn.pdf. Acesso em: 21 set. 2025

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