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João Miguel Fortunato Rita
João Miguel Fortunato Rita

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Arquitetura Cliente-Servidor com Go: Aplicações Escaláveis para a Web

​​Resumo​

A arquitetura cliente-servidor é um dos pilares da computação distribuída, sustentando aplicações que demandam alta disponibilidade, escalabilidade e desempenho. Nos últimos anos, a linguagem Go, desenvolvida pelo Google, tem se consolidado como uma alternativa promissora para a construção de aplicações web escaláveis, devido à sua simplicidade sintática, gerenciamento eficiente de concorrência e desempenho próximo ao de linguagens compiladas tradicionais. Este artigo tem como objetivo discutir a utilização da linguagem Go no desenvolvimento de aplicações baseadas na arquitetura cliente-servidor, destacando suas principais características, vantagens e desafios. Além disso, apresenta-se um exemplo prático de implementação de um servidor HTTP em Go, evidenciando sua capacidade de lidar com múltiplas requisições simultâneas de forma eficiente. Os resultados demonstram que Go é uma linguagem adequada para sistemas modernos que necessitam de escalabilidade e robustez, especialmente em ambientes distribuídos.

Palavras-chave: Arquitetura cliente-servidor; Go; escalabilidade; aplicações web.

Introdução

Na geração web atual, incontaveis requisições são feitas todos os dias a todo momento para um servidor. Um dos modelos essenciais para o desenvolvimento de aplicações distribuídas é a arquitetura Cliente-Servidor, para entender melhor precisamos compreender o seu princípio, e alguns termos. Essa arquitetura está diretamente relacionada a servidores e sua construção para troca de mensagens. Neste contexto um cliente é o programa responsável por verificar conexão, enviar a mensagem e aguardar mensagem resposta. Enquanto isso, o servidor é o responsavel por receber, processar e devolver uma resposta para o cliente. Um plano de software com essa arquitetura pode conter uma ou mais máquinas conectadas a um servidor, que por sinal, nada mais é do que outra máquina.

Essa conversar de um ponto para outro utiliza de um protocolo padrão inventado por Thomas, chamado de protocólo HTTP, que possui métodos de ações tomadas pelo cliente para manipulação de informações, que são elas o GET, POST, PUT, PATCH, OPTION e o DELETE.

Sabendo disso, precisamos entender que por se tratar de um computador respondendo a diversos outros, uma aplicação pode possuir gargalos de performaces significativos, por esse motivo, nosso exemplo aplicado traz como linguagem de programação o Go (Golang).

Desenvolvida pelo Google em 2009, possui atributos que a fazem particularmente apropriada para aplicações cliente-servidor contemporâneas. A construção de sistemas escaláveis e resilientes é facilitada pela sua simplicidade sintática, tipagem estática e, principalmente, pelo suporte nativo à concorrência por meio de goroutines e channels (Donovan & Kernighan, 2015; Chisnall, 2020).

O objetivo deste estudo é examinar o uso de Go na criação de arquiteturas cliente-servidor, abordando seus benefícios para o desenvolvimento de aplicações web escaláveis.

Fundamentação Teórica

Arquitetura Cliente-Servidor

A arquitetura cliente-servidor é caracterizada pela divisão entre componentes que requisitam serviços (clientes) e aqueles que os fornecem (servidores). Esse modelo permite a centralização do processamento e o controle da informação, facilitando a manutenção e a escalabilidade de sistemas (Coulouris, Dollimore & Kindberg, 2012).

Escalabilidade em Aplicações Web

Escalabilidade é a capacidade de um sistema de lidar com o aumento da carga de trabalho mantendo desempenho satisfatório. Em aplicações Web, pode ser obtida por meio de técnicas como balanceamento de carga, microsserviços e arquiteturas distribuídas (Bondi, 2000). Essas abordagens se tornam cada vez mais relevantes diante da crescente demanda por sistemas de alta performance na nuvem.

Go e o Modelo Concorrente

Go oferece recursos nativos para concorrência que simplificam a construção de servidores Web capazes de lidar com milhares de conexões simultâneas. O uso de goroutines, leves em comparação a threads tradicionais, combinado com canais para sincronização, proporciona alto desempenho em sistemas cliente-servidor (Donovan & Kernighan, 2015; Cox, 2012).

Metodologia.

Este estudo baseia-se em revisão bibliográfica e análise prática. Foram consultadas obras clássicas de arquitetura de sistemas e documentação oficial da linguagem Go. Além disso, elaborou-se um exemplo prático de servidor HTTP em Go, a fim de demonstrar suas capacidades no modelo cliente-servidor.

Resultados e Discussão.

Exemplo Prático em Go: O código abaixo ilustra a implementação de um servidor HTTP simples em Go:

package main

import (
"fmt"
"net/http"
)

func handler(w http.ResponseWriter, r *http.Request) {
fmt.Fprintf(w, "Olá, cliente! Você acessou: %s", r.URL.Path)
}

func main() {
http.HandleFunc("/", handler)
fmt.Println("Servidor rodando na porta 8080...")
http.ListenAndServe(":8080", nil)
}

Esse servidor responde a requisições HTTP na porta 8080, retornando ao cliente a rota acessada. Com poucas linhas de código, é possível disponibilizar um serviço funcional.

4.2 Análise de Escalabilidade: A principal vantagem do Go nesse modelo é a facilidade de lidar com múltiplas conexões simultâneas. Diferente de linguagens interpretadas, como Python e JavaScript, Go oferece goroutines que consomem apenas alguns kilobytes de memória cada, permitindo a criação de milhares de processos concorrentes sem sobrecarga significativa. Por outro lado, alguns desafios ainda persistem, como a menor quantidade de bibliotecas especializadas em comparação a ecossistemas mais consolidados, como o Java ou Node.js.

Conclusão.

Este artigo analisou a aplicação da linguagem Go no desenvolvimento de sistemas baseados na arquitetura cliente-servidor, evidenciando sua capacidade de construir aplicações web escaláveis. O exemplo prático demonstrou que a implementação de servidores em Go é simples e eficiente, aproveitando ao máximo o suporte nativo à concorrência.

Embora apresente alguns desafios relacionados à maturidade do ecossistema, Go se mostra uma linguagem promissora para o desenvolvimento de aplicações distribuídas, especialmente em cenários que exigem alta performance e escalabilidade.

​​Referências

DONOVAN, Alan A. A.; KERNIGHAN, Brian W. The Go Programming Language. Addison-Wesley, 2015.

KLEPPMANN, Martin. Designing Data-Intensive Applications. O’Reilly Media, 2017.

TANENBAUM, Andrew S.; WETHERALL, David J. Computer Networks. 5. ed. Pearson, 2011.

GOOGLE. The Go Programming Language. Disponível em: https://go.dev/. Acesso em: 28 set. 2025.

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