Eaí, bão?
Você leu meu outro texto sobre a mochila? Não? Corre lá e lê rapidão que essa groselha aqui tem a ver com aquela lá!
Recentemente, assisti a maravilhosa Paola Carosella no Podpah #650 e quando perguntada sobre o motivo de ter deixado o MasterChef Brasil, a resposta dela me inspirou a escrever esse texto. Dentro da resposta dela, ela fala que quando está fazendo algo e percebe que aquilo não tem mais nada a agregar, que não a motiva mais, ela encerra o ciclo. Ela diz que ama aprender, ama o sentimento de aprender, ama a sensação de "fragilidade sem ser frágil". E que diabos é isso?
Quando nos deparamos com algo que não fazemos ideia do que é ou como funciona e precisamos aprender, é natural sentir a fragilidade. Não temos o domínio, estamos vulneráveis em relação àquilo. Mas, ao mesmo tempo, já aprendemos várias outras coisas na vida. A vida é aprender. Chegamos até o presente momento aprendendo e aprendendo. Então, esse algo nada mais é do que mais uma coisa a ser aprendida. Portanto, não somos nada frágeis. É só mais uma coisa. Ou seja, essa é a sensação de fragilidade, sem ser frágil.
Eu, particularmente, adorei essa síntese. Eu sinto isso também. Lembra quando falei, lá no texto da mochila, que mesmo que não seja possível, no momento, trabalhar com aquilo que desejamos dominar, devemos manter a aprendizagem e a curiosidade vivas?
Em relação à aprendizagem, entender essa sensação de fragilidade sem ser frágil é um ponto muito importante. Tirar nosso cérebro da inércia, fazê-lo se exercitar, é algo difícil que facilmente perde para qualquer outra coisa. Literalmente. Já viu alguém falar que precisava estudar, mas acabou indo lavar uma louça ou limpando a casa? Pois é, eu não só ouvi como já fui assim em algum momento da vida.
Nosso cérebro, quando está quieto, tende a querer permanecer quieto. Gasta menos energia, se poupa. Lembre-se disso quando passar por essa situação, racionalize, se organize e meta a mão na massa, nem que seja um pouquinho por vez. Constância vence a empolgação, sempre! E a curiosidade?
Um vez vi Neil deGrasse Tyson falando sobre sua filha criança, numa entrevista. Ele disse que o que mais o animava era estigar a curiosidade da filha. Responder à ela todos os porquês que ela perguntava, estigar ela a perguntar cada vez mais, estigar ela a experimentar as coisas, a testar, a ver com os próprios olhos os resultados, validar suas pequeninas hipóteses de como o mundo funciona.
A curiosidade é algo que nasce com a gente. É o que nos move, pois no começo, não sabemos nem temos noção de nada. Sem curiosidade, não passaríamos de amebas. Mas, a medida em que vamos crescendo, aprendendo e entendendo o mundo, tendemos a deixar a curiosidade de lado, como se ela não fosse mais necessária. Aí que mora o perigo.
A curiosidade, durante toda a nossa vida deve funcionar como o motor que nos faz querer aprender. Afinal de contas, aprender para responder uma pergunta interna é sanar uma dor, a da dúvida. Mas como faço para voltar a sentir curiosidade pelas coisas?
Talvez o ponto que eu queira chegar aqui é relacionar o fato de entender a si mesmo e encontrar algum propósito profissional. Desse propósito surgem objetivos a serem alcançados. E esses objetivos te exigirão aprender. Se você teve sucesso em entender a si mesmo nisso, o primeiro empurrão da aprendizagem, motivada pelo objetivo planejado, tende a te despertar curiosidade, porque será algo que motiva você. Se não motivar, volte algumas casas.
Nesse sentido, observamos uma relação de causa e efeito: Aprender gera curiosidade e curiosidade gera vontade de aprender. Zonas de conforto matam a curiosidade e, por consequência a vontade de aprender. O caos, nos força a aprender para voltarmos à tranquilidade. Caos? Sim, estar em busca de algo que te motive, é um certo caos.
Era isso. Espero ter ajudado e continuo querendo ouvir as opiniões de vocês. Não quero ficar bitolado por apenas esse ponto de vista. É bom ler opiniões diferentes e complementos, exemplos, etc. Valeeu!
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