A resposta mais conhecida é "programando". Bem, essa nunca me deixou satisfeita. Se você se sente assim, vamos conversar sobre aprender a programar.
Se você já passou pela fase do vestibular, já deve ter tido contato com as diversas formas de aprendizado. Se rapidamente se identificou com uma delas, visual, auditiva ou cinestésica, então, sorte sua!
Não consegui ficar satisfeita com esse tipo de redução. Aprender algo para mim sempre foi um processo de múltiplas fontes e formas, mesmo praticando posso não estar completamente atenta ao que estou executando, acabo divagando por outros temas ao praticar. Por exemplo, ao efetuar uma conta e me pego pensando em como o enunciado me levaria a outra conclusão se tivesse sido escrito de outra forma. E por aí vai minha mente.
Bem, nessa minha busca, sou mais propensa a pensar estratégias de aprendizado amplas e sempre abertas para testar práticas, sei um pouco o que melhor funciona para o meu desenvolvimento e nem sempre passa por copiar código e ficar mudando coisas para ver novas saídas de dados.
Criar significado
Aprender para algumas pessoas passa por decorar e aplicar. Na minha trajetória, digo que sei algo quando consigo explicar o sentido de algo. Entender como cheguei alí e que significado tem determinada solução dentro do código, framework ou arquitetura.
Isso faz com que a tarefa seja cumprida em uma meta muito clara, aprendi quando entendi o que é e significa. O nível mais profundo ou mais raso de entendimento vai da necessidade gerada pelo contexto. Talvez nesse momento não me interesse saber exatamente como a lib trabalha por baixo dos panos, mas como ela se aplica à minha solução basta, às vezes, a lib terá que ser sabatinada, vamos aderir ao uso dela? Por que optar por ela?
Planejamento
Estudar o que aparece e sem roteiro nunca me agradou, apesar de importante sempre tentar conectar algo novo com que esteja em contato com aquilo que conhece, assim, fortalecer os laços cognitivos entre temas. A prática de a cada momento esbarrar em conceitos novos como acontece na programação gera uma angústia de nadar em um oceano de coisas por estudar e não conseguir mergulhar com profundidade em nenhuma delas.
Na minha mente prefiro sempre o estudo sistematizado.Gosto de marcos, pontos de parada em que me sinto progredindo em meus estudos e processos de revisitar conhecimentos para melhor fixá-los.
Aplicação ou aplicabilidade?
Finalmente chegamos na mão no código? Nem sempre. Entender a aplicabilidade de algo tem a ver com o completo entendimento do propósito. Legal saber fazer pesquisas complexas num banco de dados, mas aquele banco de dados aceita mesmo essa sintaxe ou você está aprendendo isso só por curiosidade?
Bacana quando alguém me diz que aprendeu React, mas se eu pedir uma página de site, saberia me dizer se cabe ou não usar essa biblioteca? Se cabe, por quê?
Agora, se estamos falando de aplicação, então sim, mão no teclado que o código não se escreve sozinho, ainda.
Compreender e dominar sintaxe, elementos e interação com o sistema de uma determinada solução escolhida demanda prática. Mas novamente, prática sem propósito, sem contexto e conexão com o problema, é mais diversão de quem programa que estudo.
Bem, esse foi o texto inicial de uma série que pretendo escrever como registro de alguns estudos que tenho feito para me tornar melhor no que faço. Ficaria muito feliz de receber suas opiniões e contribuições nessa conversa sobre aprender. Até a próxima!
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