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Angelo Matias
Angelo Matias

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Microsoft Ignite 2025: Copilot, Agents e a “Frontier Firm”! O que muda para arquitetos de solução

Se você é dev mirando virar arquiteto de soluções, essa virada é importante porque mexe com tudo o que arquitetos realmente carregam nas costas: governança, segurança, integração, observabilidade, compliance e desenho de processos.

Frontier Firm na prática: “agent-first” sem virar bagunça

A proposta é clara:

  • Cada colaborador tem um assistente (Microsoft 365 Copilot).
  • Times trabalham com agentes colaborativos (Teams + agentes por canal).
  • Processos de negócio ganham automação orientada a agentes (da pesquisa à execução).
  • A TI ganha um plano de controle para cadastrar, governar, monitorar e proteger esses agentes.

Tradução: o que antes era “um bot aqui e ali” vira uma frota de agentes com identidade, acesso a dados e capacidade de executar ações. E isso exige arquitetura séria.


2) Work IQ: a camada que faz o Copilot “entender trabalho”, não só texto

O anúncio mais estratégico (e mais arquitetural) é o Work IQ: a camada de inteligência por trás do Copilot e dos agentes.

Pense em Work IQ como a combinação de três coisas:

  1. Dados de trabalho: e-mails, arquivos, chats, reuniões — o conhecimento vivo da empresa.
  2. Memória: seu estilo, preferências, hábitos e workflows — como você e seu time realmente trabalham.
  3. Inferência: conexões e “próxima melhor ação” — vai além de buscar informação; sugere caminhos, decisões e execução.

O salto aqui é que a IA deixa de ser só “resposta” e vira feedback loop: aprende com o sinal do trabalho real e devolve ações mais contextualizadas.

Para arquitetos, isso muda a pergunta de:

“Como conecto o Copilot ao meu sistema?”

para:

“Como projeto grounding, permissões, labels, auditoria, logs e monitoramento para uma inteligência que opera dentro do fluxo do negócio?”


3) Agents no Office: do “assistente” para “produção iterativa de artefatos”

Uma mudança prática: Word, Excel e PowerPoint entram num modo onde você trabalha iterativamente com agentes para gerar artefatos de alta qualidade.

O Office vira uma “linha de produção”:

  • você descreve intenção,
  • o agente rascunha,
  • você revisa,
  • ele ajusta,
  • você publica.

Isso parece simples, mas em empresas impacta diretamente:

  • padronização de documentos (templates, playbooks, padrões de proposta)
  • rastreabilidade (fontes, versões, responsabilidade)
  • risco de dados (o que entra no prompt, o que pode sair como output)

Se o Copilot acelera a geração, a arquitetura precisa acelerar a governança do conteúdo.


4) Agent 365: o “control plane” que finalmente conversa com realidade corporativa

Se Work IQ é a inteligência, o Agent 365 é o plano de controle: o que impede sua empresa de virar um zoológico de agentes.

Na visão apresentada, ele traz capacidades-chave:

  • Registry: inventário central de agentes (fonte de verdade).
  • Access control: privilégio mínimo (least privilege) para cada agente.
  • Visualização/analytics: conexões entre agentes, pessoas e dados; comportamento e performance.
  • Interoperabilidade: agentes equipados com apps e dados para fluxos humano-agente.
  • Security: proteção contra ameaças e resposta a ataques voltados a agentes.

Para quem quer ser arquiteto: esse é o ponto em que “agente” vira uma entidade operacional de primeira classe — quase como um microserviço com identidade, escopo e telemetria.


5) Teams + MCP: integração de agentes começando a virar padrão

Outro ponto relevante: agentes em canais do Teams se conectando a apps/agentes terceiros via Model Context Protocol (MCP) (ex.: GitHub, Asana, Atlassian/Jira).

Isso é um sinal de maturidade do mercado: em vez de integrações ad hoc, começa a aparecer um contrato padrão para contexto + ferramentas + ações.

Se você é arquiteto, anote:

  • padrões desse tipo reduzem lock-in,
  • aceleram integração,
  • e criam governança mais consistente (porque “como integrar” deixa de ser um caso por vez).

6) Como eu venderia isso internamente: a jornada de adoção por camadas

Se você quer defender Copilot + agentes sem parecer “apenas empolgação”, uma boa estratégia é desenhar adoção em camadas:

Camada 1 — Fundacional (sem isso, escala vira risco)

  • identidade e controle de acesso (RBAC/ABAC)
  • classificação/rotulagem (sensitivity labels), DLP, retenção
  • auditoria e logs centralizados
  • diretrizes de uso e catálogo de dados

Camada 2 — Produtividade (quick wins com guardrails)

  • Copilot Chat como entrada segura para o usuário
  • Agent Mode no Office com templates e padrões
  • casos de uso internos: resumo de reunião, status report, triagem de e-mails

Camada 3 — Processos (onde o ROI aparece)

  • agentes por domínio (vendas, jurídico, RH, TI)
  • automações por eventos (workflows)
  • integrações padronizadas (MCP/ITSM/DevOps)

Camada 4 — Operação (AgentOps real)

  • inventário + lifecycle + versionamento de agentes
  • telemetria: custo, qualidade, drift, segurança, incidentes
  • esteira de governança: aprovar, publicar, monitorar e desativar

Minha leitura final: “agentic enterprise” é arquitetura, não feature

O Ignite 2025 deixa o recado: a unidade de automação está mudando. Não é só workflow, não é só bot, não é só RPA. É um ecossistema de agentes com:

  • inteligência corporativa (Work IQ),
  • execução no fluxo do trabalho (Office/Teams/Windows/Edge),
  • e governança (Agent 365).

Se você quer virar arquiteto, a habilidade crítica é tratar agentes como você trata sistemas:
identidade, contrato, integração, observabilidade, segurança, governança e custo.


Pergunta para discussão (comentários)

Se você pudesse colocar um único agente na sua empresa hoje, qual seria o primeiro?

  • Facilitador de reuniões (agenda, notas e ações)?
  • Agente de status de delivery puxando riscos do Jira?
  • Agente de triagem e resposta de e-mails?
  • Agente de pré-vendas para acelerar pipeline?

Eu começo: o primeiro que eu colocaria é um agente de execução de governança... aquele que automatiza conformidade e evidencia (logs, labels, acessos) antes de sair criando agente para todo lado.

Obrigado por ler até aqui!

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