Eu tive a oportunidade de aprender com pessoas com qualidade técnica incríveis e que o métodos interpessoal eram adequadas para aquele momento e contexto.
A maneira mais fácil de agradar alguém é ser igual a ela.
Quando somos pequenos em nossa criação normalmente a gente tenta repetir o que nossos pais são no sentimento de agradá-los. Isso funciona por muito tempo e em muitas ocasiões fazem algum sentido.
Até pouco tempo atrás seguir as carreiras de nossos pais era comum, e para isso, repetir o modelo técnico e de relacionamento funcionava muito bem. Para muitas profissões ainda funcionam muitos modelos criados antes da década de 90, em especial a parte técnica talvez ainda seja a mesma, porém os temas relacionados a dignidade humana, tenham passado por evoluções e precisam ser observadas atualmente, seja por força de leis ou apenas por vontade de viver um mundo mais agradável.
Aprender com os outros é algo esperado, aprender detalhes técnicos da forma como a pessoa consegue compartilhar é um exercício de empatia de sua parte, mas não precisamos replicar esses modelos ao compartilhar esse conhecimento. Os tempos mudam e podem existir novas formas de se conseguir resultados melhores e mais sustentáveis a longo prazo.
No começo de minha carreira eu cheguei a trabalhar com dois diretores simultâneamente, pois a área de tecnologia esta ligado a controladoria e operações.
Esses dois diretores eram extremamente competentes para alcançar os resultados esperados e seguiam modelos interpessoais que hoje seriam questionáveis.
Já cheguei a presenciar um deles atirando aparelhos de fax pela janela e o outro gritar tanto com uma pessoa que ainda hoje ouço o choro e vejo o rosto da pessoa envergonhado ao sair da sala.
Eu durante algum tempo, trabalhando em minha própria empresa segui e compartilhei muitos desses modelos, não joguei nenhum fax e nunca gritei com ninguém,e consegui resultados que garantiram minha sobrevivência por algum tempo, mas aos poucos fui percebendo que aquele modelo estava causando mais problemas do que sendo solução a longo prazo.
Busca por mais humanidade e processos sustentáveis.
Assim que minha filha nasceu eu comecei a perceber que o mundo em que eu fui criado não seria um bom mundo para receber minha filha.
Eu já presenciei pessoas dando instruções como:
"Não faça de tal forma que eu vou xingar voce muito, então faça assim."
Algumas vezes me senti orgulhoso de ver meus liderados repetindo algo nesse sentido, era como se o trabalho estivesse completo.
Essas são formas que carregam absolutismo impensável para os tempos atuais, onde esse tipo de fala dificulta o aprendizado e impede inovações.
Trilhe seu próprio caminho
Não importa o cargo que você ocupa, compartilhar conhecimento é algo pessoal, algo que deve imprimir a sua forma de ver o mundo, tudo bem trazer os conhecimentos aprendidos, o que precisamos é ter um olhar para o contexto e momento em que vivemos. Entender que as motivações parecerem as mesmas e que os resultados esperados podem ser similares é importante, mas conseguir trilhar seu próprio caminho na construção desse processo é que faz a diferença no mundo.
Saber que você é único e que o outro também é especial, assim como quem te ensinou foi único naquele contexto, é um bom passo para manter as relações pessoais em condições que permitam evoluções e nos mantém abertos para novos modelos, e que evitem falas questionáveis como:
"Foi assim que eu aprendi."
Não é mais sobre a autoria de quem começou a compartilhar, como funcionou ontem ter necessariamente que funcionar hoje, mas sobre como podemos passar esse conhecimento adiante com mais empatia e conseguindo resultados necessários nos ambientes e contextos que estamos inseridos.
Top comments (0)