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Antonio Lazaro for CollabCode

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Aprendizado Kotlin - Um pouco sobre Kotlin, minhas percepções do primeiro contato

Originalmente publicado no blog do autor.

Introdução

Em abril iniciei um novo ciclo profissional e agora faço parte do time da Jaya Tech trabalhando para o C6 Bank. Enquanto os acessos são criados/liberados, tive a oportunidade de ir me familiarizando mais com a linguagem utilizada no projeto que ficarei alocado. A principo a Stack trabalha com Kotlin e por esse motivo tenho que aprender a linguagem e conhecer suas características.

Kotlin

Kotlin atualmente está na versão 1.3.70. A equipe trabalha na release 1.4 que está em milestone 1.

Você pode testar recursos do Kotlin no site da própria linguagem e ela tem uma documentação rica e muito clara com diversos tutoriais.

Uma boa fonte de informação sobre a linguagem, suas evoluções e usos é o blog da linguagem, bem como a conta do Twitter. Para conhecer os detalhes da linguagem, ela é open-source e pode ser conhecida internamente através da conta do GitHub da JetBrains, empresa responsável pela criação e manutenção do Kotlin. No github da linguagem Kotlin, podem ser conhecidos diversos projetos complementares a linguagem com ferramentas e bibliotecas.

História Kotlin

Acredito eu, que a motivação da JetBrains para criar uma nova linguagem de programação em relação ao Java devia ser uma inquietação em relação a lentidão da evolução da linguagem, bem como seu processo de release. Java nos últimos anos, ganhou status de "Old school" e isso obrigou o JCP a acelerar o processo de desenvolvimento do mesmo. Hoje temos releases semestrais do Java, seguindo a mesma cultura LTS (Long Term Support) que já existem em outros projetos Open Source. O ciclo de evolução ficou mais rápido com mudanças menores. Mas a JetBrains hoje tem um modelo de lançamento de release da linguagem mais livre do processo vinculado ao Java.

Em 2011, a JetBrains lançou a linguagem que recebeu o nome em homenagem a uma ilha russa de mesmo nome situada próxima a costa de São Pertesburgo onde a equipe do Kotlin reside. Essa ilha fica no lado ocidental da Russia, próxima a Finlândia e a Estônia.

A linguagem teve fortes influências de Scala e se pensou muito em interopibilidade com o Java, tanto que é possível misturar código Java com Kotlin e vice-versa.

Em 2017, no Google IO, a Google anunciou que essa se tornaria a linguagem oficial para o Android.

A partir de novembro de 2017, na versão 1.2, foi possível lançar uma release onde se programava código Kotlin para JVM e Javascript.

Na release 1.3, Kotlin trouxe o conceito de coroutines para programação assincrona.

Kotlin foi pensada para ser menos verbosa que o Java e mais produtiva. Fazendo o dev escrever menos código, consequentemente tendo mais tempo para pensar no negócio do que digitando.

Ambiente de desenvolvimento

Por ser feito pela JetBrains, nos meus testes, minha perceção de melhor uso e produtividade no Kotlin é no InteliJ IDE. Porém Kotlin tem plugins para Eclipse e Visual Studio Code e funcionaram bem. Nesse primeiro contato o IntelliJ tem me agradado mais. Mesmo na versão Community Edition.

É possível também utilizar linha de comando para executar código Kotlin.

Características

  • Fortemente tipada: Como Java, porém de maneira mais simples devido a inferência de tipo.
  • Inferência de tipo: Tipo não precisa ser declarado, ele é inferido na associação com o objeto.
  • Concisa: Linguagem pensada para o dev escrever objetivamente seu código.
  • Null Safe: Kotlin é pensada para evitar NullPointerException. Para declarar null a uma variável é necessário definir que a aquela variável suporta null explicitamente.
  • Propósito geral: Mobile cross-platform, server side, native (windows/linux/mac), web development, - Android, data Science
  • Interopelabilidade: Roda em qualquer ambiente JVM, no Browser e no Android. Suporta código Java, então bibliotecas e frameworks Java podem ser usado em ambiente/projetos Kotlin
  • Tool-friendly: Suportada nas principais IDEs, inclusive na linha de comando.
  • Funcional/Orientad a objetos: Suporta os dois paradigmas
  • Extension functions: É possível se extender funcionalidades de uma classe sem usar herança
  • Suporte a imutabilidade: Objetos podem ser considerados imutáveis (não podem sofrer nova atribuição) e esse recurso é muito importante quando falamos de programação funcional.
  • Linguagem concisa para criação de DSLs (Domain Specification Language)
  • Suporta funções como cidadãos de primeira classe e função de ordem superior explicação melhor sobre os temas

Conclusão

Meu primeiro contato foi muito positivo com a linguagem e encontrei em Kotlin, recursos que sempre questionei porque o Java não tinha isso nativamente. Porém, entendo muito o dilema do Java de manter retrocompatibilidade, pensando no Enterprise que sempre foi o foco da linguagem.

Construir uma linguagem sem essas amarras e dependências, permitiu a JetBrains a criar uma Java Clean e com práticas e decisões mais modernas. Eu não conheço C#, porém dizem que Kotlin tem muitas coisas boas que existem no C# nativamente. Acredito que toda ferramenta/linguagem que nasce depois, tem sempre a oportunidade de ser construída de maneira melhor e mais alinhada ao seu presente, que para linguagens mais antigas, teriam que tomar decisões de futuro para acertar o que temos hoje. Algumas coisas dão certo, outras não. Assim se caminha a humanidade, nada se cria, tudo se transforma, aprimora, evolui.

A ciência é algo muito bonito. Vamos valorizar.

Outras Fontes:

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