Atualmente trabalho com JavaScript e Node.js em uma grande operadora daqui do Brasil e muitas de nossas soluções não podem estar públicas na internet por questões de segurança.
No projeto que trabalho temos o costume de compartilhar módulos JavaScript entre microserviços para aumentar nossa produtividade.
Isso no levou a desenvolver muitas libs internas, até então estávamos utilizando um gitlab interno como repositório de pacote para essas libs, mas o processo de governança e publicação não ficou muito bom.
Por isso migramos para o Nexus Repository Manager (também conhecido como Nexus), que é um gerenciador de repositório de código aberto fornecido pelo Sonatype.
A nossa intenção é continuar usando o NPM e tudo aquilo que a comunidade JavaScript pode nos oferecer de open-source. Combinando com nossas libs privadas do Nexus, além de conseguir utilizar de maneira decente um processo de controle de pacotes.
Neste artigo vamos ver um resumo de porque escolhemos o Nexus como repositório privado, como configura-ló para funcionar com o NPM e como conseguir consumir os pacotes guardados no Nexus.
Por que não estamos usando os produtos do NPM?
Bem, aqui a gente entra um pouco no processo de contratação de serviço da empresa, geralmente não se contrata ou compra serviços que vão atender a somente um time, como temos muitos projetos e muitos times trabalhando a empresa tenta contratar o serviço para o máximo de times possíveis.
No momento que estou escrevendo esse artigo o NPM a nível enterprise que possuí toda a estrutura de serviços que uma grande corporação precisa está custando ao mês 10 mil dólares.
Com 10 mil dólares nosso time de DevOps é capaz de subir toda infraestrutura necessária, configurar backups regulares, camadas de segurança e ainda vai sobrar bastante dinheiro porque o Nexus pode atender diversas plataformas de programação.
Se você só utiliza JavaScript em seus projetos e pode pagar pelos produtos oferecidos pelo NPM ou não possuiu um time que possa manter uma infraestrutura decente para você, recomendo optar pelo NPM.
O mínimo que você precisa saber para prosseguir
O Nexus vai expor para você um repositório “publico” chamado group
que internamente é combinação do nosso repositório privado, ou seja, hosted
e um proxy
para o registro público do NPM.
O proxy é extremamente importante se seu projeto precisa utilizar libs open source que estão hospedadas no NPM ou em qualquer outro repositório que não seja o teu Nexus.
Por padrão sempre que a gente consumir um pacote publico o Nexus vai criar um cache para que a gente não precise acessar o NPM a todo momento por exemplo.
No final de nossa configuração teremos a seguinte somatória group = hosted + proxy
e nosso fluxo de uso será sempre baixar os pacotes do group
e fazer uploads para o hosted
.
No fim, vamos arregaçar um pouco as mangas e entender.
Criando um repositório Host
Repositórios hospedados são os repositórios particulares que criamos para armazenar nossos pacotes particulares. O que torna esses repositórios privados é a incapacidade de ler o conteúdo desses repositórios sem um authToken. Veremos isso em um exemplo no final do artigo.
Para criar um repositório do tipo hosted
vá em Settings => Repository => Repositories => Create Repository
.
Depois de clicar em Create Repository o Nexus vai nos exibir uma quantidade enorme de plataformas que gerenciam dependências. Se for sua primeira vez usando Nexus, aproveite a oportunidade para da uma explorada no que a plataforma pode te oferecer.
Dessa lista vamos focar no npm, o primeiro repositório que vamos será npm(hosted)
.
Na tela de criação o Nexus vai nos solicitar um nome único e em storage vamos guardar os nossos artefatos.
E é isso, basta clicar no botão Create Repository para finalizar.
Criando um proxy e grupo do NPM
Volte novamente para Repository => Repositories => Create Repository
, para criamos um novo repositório do tipo npm(proxy)
.
Na tela de configuração nos vamos especificar que queremos nos comunicar com o NPM no campo Proxy Location adicionando a URL https://registry.npmjs.org
.
Com os repositórios npm(hosted) e npm(proxy)
criados, podemos finalmente criar o npm(group)
.
O fluxo de configurações é igual aos anteriores, coloque um nome e informe o mesmo store utilizado em npm(hosted) e npm(proxy)
.
Além disso precisamos selecionar os usuários ou grupos que podem acessar o repositório npm(group)
.
Enviando pacotes para o Nexus
Agora que estamos prontos com os repositórios criados, podemos configurar nossos projetos.
Para publicar um artefato no Nexus, precisamos alterar o arquivo package.json adicionando um objeto chamado publishConfig que vai guardar a URL do nosso repositório privado.
{
"name": "@ms-ott/tools",
"version": "2.0.4",
"description": "Common and helpers tools to create microservices APIs",
"main": "src/index.js",
"publishConfig": {
"registry": "https://meu.dominio.com/repository/npm-private/"
},
"scripts": {
"lint": "eslint \"{src,apps,libs,test}/**/*.js\" --fix",
"test": "jest",
"test:watch": "jest --watch",
"test:cov": "jest --coverage"
},
"devDependencies": {
"eslint": "^5.16.0",
"eslint-plugin-import": "^2.16.0",
"eslint-plugin-prettier": "^3.0.1",
"jest": "^24.7.1",
"prettier": "^1.16.4"
},
"dependencies": {
"aws-sdk": "^2.263.1",
"dotenv": "^5.0.1",
"dynamoose": "^1.7.3",
"joi": "^13.4.0",
"jsonwebtoken": "^8.5.1",
"node-cache": "^4.2.0",
"restify-cors-middleware": "^1.1.1",
"restify-errors": "^8.0.1",
"uuid": "^3.3.3",
"request": "^2.83.0",
"request-ip": "^2.1.3",
"winston": "^3.2.1"
}
}
Com o package.json configurado, agora precisamos fazer um login no npm cli apontando o registry para o nosso domínio:
npm login —registry=https://meu.dominio.com/repository/npm-private/
Digite seu usuário e senha do nexus e pronto. 🧞
Agora basta executar o comando: npm publish
.
Se tudo deu certo você vai conseguir verificar sua lib hospedado acessando o repositório privado.
Baixando seus pacotes do Nexus
Agora que publicamos nossa lib no Nexus, vamos consumi-la em outros projetos.
Precisamos adicionar um arquivo .npmrc no projeto, para evitar que toda pessoa desenvolvedora do time precise fazer um npm login apontando o registry para o Nexus.
O arquivo .npmrc vai guardar tanto a URL do Nexus como um authToken com permissão de acesso.
Como boa prática, recomendo que você possua configurado em seu Nexus um usuário com permissão de somente leitura que possa ser usado para um fluxo de CI/CD e que você possa deixar o arquivo .npmrc versionado.
Para gerar o authToken você pode usar o comando abaixo:
echo -n 'registryuser:registrypassword' | openssl base64
Com o authToken em mãos, basta criar o arquivo como no modelo abaixo:
registry=https://meu.dominio/repository/npm-group
always-auth=true
_auth=bWF0ZXVzLm1hbGFxdWlhczoxMjM0NTY=
Bônus: Usando Jenkins com Nexus
Se você assim como eu, possui um Jenkins privado e deseja que o teu fluxo de publicação seja automatizado. O código abaixo possui o mínimo necessário para publicar nossas libs usando o Jenkins.
pipeline {
agent any
tools{nodejs "node”}
environment {
REGISTRY_URL = "http://localhost:8081/repository/malaquias-npm-private/“
REGISTRY_USER_EMAIL = "malaquiasdev@gmail.com”
NPM_TOKEN = "bnBtdXNlcjpWbnRlaG1fMDU=“
}
stages {
stage('Git Checkout') {
steps {
git 'https://gitlab.com/malaquiasdev/nexus-study.git'
}
}
stage('Publish to Nexus') {
steps {
sh ‘ls'
sh 'echo -e "registry=${REGISTRY_URL}\nemail=${REGISTRY_USER_EMAIL}\nalways-auth=true\n_auth=${NPM_TOKEN}" >> .npmrc’
sh 'npm publish'
}
}
}
Conclusão
Nesse artigo pincelei um fluxo básico de como publicar e consumir libs privadas usando o Nexus Repository.
Finalizando...
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