O uso do Git para nós Devs é algo essencial, seja em projetos pessoais, de código aberto com muitas pessoas ou uma comunidade.
Dado isso, é importante utilizarmos o git commit apropriadamente. Termos uma linguagem coerente e padronizada ajuda a todos os envolvidos no projeto a entenderem as mudanças ocorridas.
Na imagem acima, percebemos o quão prejudicial podem ser commits mal comentados, uma vez que não conseguimos entender a natureza da mudança ocorrida e o contexto que se aplica. A longo prazo, o efeito é ainda mais danoso, dado que a manutenibilidade do software é prejudicada devido a incoerência no escopo dessas mudanças, e como afetaram o projeto no passado.
Diante disso, vamos falar um pouco sobre o Conventional Commits Pattern.
O que é ?
O Conventional Commits é uma convenção simples de mensagens de commit, que segue um conjunto de regras e que ajuda os projetos a terem um histórico de commit explícito e bem estruturado.
Como utilizar
As regras são muito simples, como demonstrado abaixo temos um tipo de commit (type), o escopo/contexto do commit (scope) e o assunto/mensagem do commit (subject).
!type(?scope): !subject
<?body>
<?footer>
Dessa maneira, !
indica os atributos obrigatórios e ?
indica os atributos não obrigatórios.
Subject: Imperativo ao invés de pretérito (modo passado)
Desse modo nós estamos dizendo à nossa equipe o que fará o commit se aplicado.
“If applied, this commit will change the markup”, o que faz mais sentido do que: “If applied, this commit will changed the markup”
Type: Quais são os tipos de commit
O type é responsável por nos dizer qual o tipo de alteração ou iteração está sendo feita, das regras da convenção, temos os seguintes tipos:
test
: indica qualquer tipo de criação ou alteração de códigos de teste.
Exemplo: Criação de testes unitários.feat
: indica o desenvolvimento de uma nova feature no projeto.
Exemplo: Acréscimo de um serviço, funcionalidade, etc.refactor
: usado quando houver uma refatoração de código que não tenha qualquer tipo de impacto na lógica/regras de negócio do sistema.
Exemplo: Mudanças após um code reviewstyle
: empregado quando há mudanças de formatação e estilo do código que não alteram o sistema de nenhuma forma.
Exemplo: Mudar o style-guide, mudar de convenção lint, arrumar indentações, remover espaços em brancos, remover comentários, etc..fix
: utilizado quando há correção de erros que estão gerando bugs no sistema.
Exemplo: Aplicar tratativa para uma função que não está tendo o comportamento esperado e retornando erro.chore
: indica mudanças no projeto que não afetem o sistema ou arquivos de testes. São mudanças de desenvolvimento.
Exemplo: Mudar regras do eslint, adicionar prettier, adicionar mais extensões de arquivos ao .gitignoredocs
: usado quando há mudanças na documentação do projeto.
Exemplo: adicionar informações na documentação da API, mudar o README, etc.build
: utilizada para indicar mudanças que afetam o processo de build do projeto ou dependências externas.
Exemplo: adicionar/remover dependências do npm, etc...perf
: indica uma alteração que melhorou a performance do sistema.
Exemplo: alterar ForEach por whileci
: utilizada para mudanças nos arquivos de configuração de CI.
Exemplo: Circle, Travis, BrowserStack, etc.revert
: indica a reversão de um commit anterior.
Observações:
Só pode ser utilizado um type por commit;
O type é obrigatório;
Caso esteja indeciso sobre qual type usar, provavelmente trata-se de uma grande mudança e é possível separar esse commit em dois ou mais commits;
A diferença entre
build
echore
pode ser um tanto quanto sutil e pode gerar confusão, por isso devemos ficar atentos quanto ao tipo correto. No caso do Node.js por exemplo, podemos pensar que quando há uma adição/alteração de certa dependência de desenvolvimento presente emdevDependencies,
utilizamos ochore.
Já para alterações/adições de dependências comuns aos projeto, e que haja impacto direto e real sobre o sistema, utilizamos obuild
.
Scope: contextualizando o commit
Nesse ponto — e seguindo as convenções passadas — conseguimos entender o tipo de alteração que foi realizada no commit (commit type) e entender com clareza o que o commit irá trazer se aplicado (commit subject).
Mesmo o scope não sendo obrigatório, ele pode ser utilizado para contextualizar o commit e trazer menos responsabilidade para a subject, fazendo com que ele seja mais breve e conciso possível. Lembrando que o scope deve ser inserido no commit entre parênteses.
Observação: Os escopos devem ser separados com /
Conclusão
Escrevi este artigo no intuito de registrar um dos meus aprendizado meu (eram só umas notas no notion), mas espero que possa ajudar outros desenvolvedores por ai.
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