Quando falamos em acessibilidade digital, não nos referimos apenas à possibilidade de abrir um site em um navegador utilizado por muitas pessoas. A discussão é mais ampla e envolve garantir que diferentes públicos consigam acessar, compreender e interagir com a Web de forma inclusiva.
Na Web, o termo acessibilidade diz respeito ao quanto um site pode ser utilizado por todos os tipos de público, com destaque para pessoas com deficiência. Isso significa que, mesmo que o usuário tenha alguma limitação seja de fala, visão, audição, cognição, mobilidade ou de ordem neurológica ele deve ser capaz de entender o conteúdo, navegar pelas páginas, interagir com os elementos e até contribuir com o ambiente digital.
A implementação de acessibilidade parte sempre da perspectiva do uso real da aplicação. Ela pode ser necessária por motivos diferentes: preferência pessoal, condições permanentes (como deficiências) ou até impedimentos temporários (como usar a Web com um óculos quebrado ou um mouse que não funciona).
Com o objetivo de melhorar essa experiência e padronizar boas práticas, foi criada em 1997 a Web Accessibility Initiative (WAI), que passou a desenvolver diretrizes e materiais educativos voltados para acessibilidade digital. Uma de suas principais entregas foi a criação das WCAG (Web Content Accessibility Guidelines).
WCAG
As WCAG reúnem diretrizes, recomendações e exemplos que explicam como tornar a Web mais acessível para pessoas com deficiência. Elas se apoiam em quatro princípios fundamentais:
- Perceptível: O conteúdo deve poder ser visto ou ouvido.
- Operável: O site deve funcionar por diferentes meios de interação, como teclado ou comandos de voz.
- Compreensível: A linguagem deve ser clara e de fácil entendimento.
- Robusto: O conteúdo deve ser compatível com diferentes tecnologias assistivas.
Critérios de sucesso
Os critérios de sucesso traduzem esses princípios em requisitos práticos e testáveis.
- A WCAG 2.0 contém 61 critérios.
- A WCAG 2.1 ampliou esse número para 78, adicionando 17 novos critérios.
- A WCAG 3.0 está em desenvolvimento e deve ampliar ainda mais os requisitos de acessibilidade.
Esses critérios não dependem de uma tecnologia específica e descrevem situações em que usuários com deficiência poderiam enfrentar desvantagens em comparação com usuários sem deficiência.
Eles estão divididos em três níveis:
- Nível A: Reúne 30 critérios básicos, mais simples de aplicar, geralmente sem impacto profundo no design. É o ponto de partida ideal para quem está começando.
- Nível AA: Soma mais 20 critérios aos do nível A. É o nível mais buscado por equipes de desenvolvimento e, em alguns países, já é exigido por lei. Exemplos incluem regras de contraste de cor.
- Nível AAA: Inclui outros 28 critérios adicionais. Alguns deles são bastante restritivos e, por isso, nem sempre aplicáveis a todos os tipos de site. Ainda assim, adotar parte dessas práticas pode elevar bastante a qualidade da acessibilidade.
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