Nas últimas três semanas, estive analisando o mercado de vagas em TI, tanto para estágio quanto para júnior. Procurei ser mais específico ao estudar oportunidades em frontend, backend, fullstack e mobile áreas em que atuo atualmente.
O principal motivo para essa análise é que, durante o mestrado, percebi que talvez eu ainda não tenha um foco tão profundo em pesquisa. Escolhi um período relativamente curto para essa avaliação, então precisei aproveitar ao máximo o tempo disponível para obter uma visão eficaz nessa primeira tentativa.
Agora que expliquei minhas motivações e objetivos, posso apresentar os resultados que consegui levantar.
período de pesquisa:
Para embasar a análise na duração do boom do setor de TI, defini como período de estudo os anos de 2019 a 2024/25. Esse intervalo foi escolhido por abranger a fase anterior ao choque inicial, o auge do ciclo de transformação digital e a manutenção do crescimento até 2024/25, facilitando a observação de tendências, picos de investimento e mudanças de produtividade. Além disso, o recorte permite alinhamento com séries históricas disponíveis e com projeções recentes do setor. Reconheço, porém, que esse recorte pode introduzir vieses, como a influência de choques macroeconômicos (juros, inflação, câmbio), fatores geopolíticos e variações regionais, bem como a possibilidade de que o pico tenha ocorrido em momentos distintos entre subsetores (software, hardware, serviços em nuvem, terceirização, etc.). Nos próximos passos, pretendo aprofundar a discussão com janelas alternativas para comparação (por exemplo, 2015–2019 ou 2025 em diante), aplicar testes de ruptura estrutural para avaliar a robustez da identificação do auge e detalhar a metodologia de coleta de dados, critérios de inclusão de indicadores e de empresas/organizações analisadas.
Golpes
Decidi tratar do tema golpes em entrevistas, estruturando em uma sequência de posts em ordem cronológica. Isso ajuda a mapear a evolução das táticas e facilita a compreensão do público sobre como esses golpes se manifestam ao longo do tempo. Nas últimas três semanas tenho conversado com pessoas nas minhas redes sociais e percebido, de forma clara, que esse não é um caso isolado da área de TI: ocorre em diversos setores e contextos, em situações que remontam a mais de 20 anos, ou até mais, conforme relatos históricos que consegui reunir nesse curto período de observação. A ideia é apresentar uma linha do tempo que permita acompanhar padrões, variações setoriais e mudanças nas abordagens utilizadas pelos Golpistas.
bom vamos falar das mudanças que o mercado teve nesse período
Antes
Entre 2020 e 2023, o mercado de tecnologia passou por um período excepcionalmente intenso. A pandemia acelerou a transformação digital, levando organizações de diversos portes a buscar soluções digitais e, com isso, aumentando a demanda por profissionais de tecnologia. O trabalho remoto tornou-se uma prática dominante, expandindo o alcance de recrutamento para candidatos de outras regiões e apoiando a contratação de perfis de entrada, incluindo iniciantes sem experiência prática. Esse ambiente favoreceu a entrada de novos talentos, mas também introduziu desafios, como a necessidade de avaliação de competências à distância e o aumento da competição entre candidatos.
Agora
Entre 2023 e o presente, após o término da pandemia, houve demissões em massa que reconfiguraram o mercado. Com orçamentos mais restritos, as contratações tornaram-se mais seletivas, priorizando perfis que agreguem valor imediato. Menos vagas de entrada e mais espaço para juniores plus ou perfis híbridos. A competição por vagas remotas tornou-se global, com candidatos mais preparados de várias regiões. A filtragem de candidaturas permaneceu rígida, elevando a exigência de comprovação de competências e de alinhamento com objetivos organizacionais.
Barreira de entrada está mais alta
Certificados, por si só, não carregam o peso que costumavam ter no recrutamento atual. As empresas passam a exigir prova prática do conhecimento: projetos end-to-end com deploy, métricas de resultado e demonstração de impacto real. Essas evidências tornaram-se diferenciais claros, evidenciando experiência prática. O conceito de “juniores” mudou: hoje significa autonomia básica, código limpo e noção de processo de desenvolvimento. Essa transformação representa uma mudança substancial desde 2020, quando várias organizações passaram a investir em capacitação com cursos pagos pela empresa ou programas de upskilling para alinhar equipes às necessidades de negócio. Com a pressão por entregas rápidas e qualidade, avaliação por portfólios, repositórios de código, pipelines de CI/CD e provas de código ganhou prioridade sobre certificados isolados.
Este artigo terá continuação; ficou longo demais e não houve tempo para revisar as partes subsequentes.
Top comments (0)