DEV Community

mylena
mylena

Posted on • Edited on

Redes: pt. 3 - IP

Registros do meu aprendizado sobre Redes, seguindo a trilha da Cisco.



IP - Internet Protocol

O Protocolo de Internet (IP) é o protocolo base da internet, sendo responsável pelo endereçamento e o roteamento de dados.

No caso, o IP é um endereço exclusivo que identifica um dispositivo. Seu computador, seu notebook e seu celular possuem endereços únicosa. Uma prova de que o IP é uma identificação única é o fato do IPv6 (com comprimento de 128 bits) ter sido introduzido e expandido por conta da escassez de novas combinações únicas de endereços do tipo IPv4 (Possibilidade de ter aproximadamente 4,3 bilhões de combinações únicas).

A exibição da numeração do IPv4 é em valores decimais, a fim de simplificar. Porém o processo é: O IPv4 têm o comprimento de 32 bits. O binário é transformado em um agrupamento de 4 bytes de 8 bits cada em que são convertidos para a exibição final.

É possível conferir o seu IP através do comando ipconfig no cmd:

C:\Users\mylena>ipconfig

Configuração de IP do Windows


Adaptador Ethernet Ethernet:

   Sufixo DNS específico de conexão. . . . . . :
   Endereço IPv6 de link local . . . . . . . . : fe80::88c1:----:----:855b%11
   Endereço IPv4. . . . . . . .  . . . . . . . : 192.---.0.105
   Máscara de Sub-rede . . . . . . . . . . . . : 255.255.255.0
   Gateway Padrão. . . . . . . . . . . . . . . : 192.168.0.1
Enter fullscreen mode Exit fullscreen mode

IPv4 x IPv6

  • O NAT e endereços privados ajudam a retardar o esgotamento de espaço de endereços IPv4. Com o surgimento do IPv6, a IETF criou algumas formas pra ajudar a migração dos IPs pro IPv6 e elas são divididas em três categorias:

  • Pilha dupla: O IPv4 e IPv6 coexistem e executam simultaneamente em um dispositivo.

  • Tunelamento: O IPv6 é encapsulado por uma rede de IPv4 quando ocorre o transporte de pacotes.

  • Conversão: O IPv6 é traduzido para um pacote IPv4 e o contrário também ocorre. Esse processo é feito através do NAT64.

Estrutura IP

O endereço de um IP é dividido entre: número de rede e número do host.

Número de rede: Representa todos os dispositivos que estão conectados em uma mesma LAN.

Número do host: Representa um dispositivo específico. A numeração do host é única.

Ex:

IP Parte da rede Host
111.111.1.46 111.111.1 46
111.111.1.58 111.111.1 58
111.111.4.53 111.111.4 53

Os dispositivos com IPs 111.111.1.46 e 111.111.1.58 têm o mesmo grupo de rede, porém com hosts únicos, então eles conseguem estabelecer uma comunicação entre si por estarem na mesma LAN.

Já o IP 111.111.4.53 não faz parte da mesma LAN que os outros dois IPs, então ele não vai conseguir estabelecer uma comunicação com os outros.

Como dispositivos de redes diferentes se comunicam? -> Através do roteamento.

Roteamento

Quando se está em uma rede privada (LAN), o roteamento é feito através do gateway padrão dos roteadores. Se não, o roteamento é feito através dos IPs pelo provedor (ISP).

Exemplo: Uma empresa tem duas redes diferentes e existem dois dispositivos que querem estabelecer uma comunicação.

Rede 1: 192.168.1.0/24 (Gateway: 192.168.1.1)

Rede 2: 192.168.2.0/24 (Gateway: 192.168.2.1)

Se o IP 192.168.1.100 quiser enviar um pacote para o 192.168.2.100, ele vê que o destino não está na sua rede. Então, ele encaminha o pacote para o seu gateway padrão (192.168.1.1).

Quando esse processo ocorre de forma interna, significa que o tráfego não passou pela ISP, por isso que é utilizado o gateway padrão como rotamento. Pois os dispositivos não conhecem as rotas globais.

Caso não exista em nenhuma rede interna, o roteador encaminha para o ISP e assim é feita a conexão com a internet. Nesse caso existe uma diferenciação quando o IP de origem é privado ou público.

  • IP privado: Nesse caso, o NAT descarta o privado e traduz para um IP público para que o ISP o utilize e trafegue pela internet.

Vale lembrar que IPs privados não são exclusivos. Eles existem e podem ser usados internamente em qualquer rede, porém não são globalmente roteáveis.

  • IP público: Não há interferência do NAT nesse caso em específico, o ISP vai utilizar o IP de origem normalmente.

Classes de endereços IPv4

O RFC 790 atribui os endereços IPv4 em classes

  • Classe A (0.0.0.0/8 to 127.0.0.0/8) – Projetado para suportar redes extremamente grandes com mais de 16 milhões de endereços de host. A Classe A usou um prefixo fixo /8 com o primeiro octeto para indicar o endereço de rede e os três octetos restantes para endereços de host (mais de 16 milhões de endereços de host por rede).

  • Classe B (128.0.0.0 / 16 - 191.255.0.0 / 16) - Projetada para oferecer suporte às necessidades de redes de tamanho moderado a grande com até aproximadamente 65.000 endereços de host. A Classe B usou um prefixo fixo /16 com os dois octetos de alta ordem para indicar o endereço de rede e os dois octetos restantes para endereços de host (mais de 65.000 endereços de host por rede).

  • Classe C (192.0.0.0 / 24 - 223.255.255.0 / 24) - Projetado para oferecer suporte a pequenas redes com no máximo 254 hosts. A Classe C usou um prefixo fixo / 24 com os três primeiros octetos para indicar a rede e o octeto restante para os endereços de host (apenas 254 endereços de host por rede).

Observação: Há também um bloco multicast Classe D consistindo de 224.0.0.0 a 239.0.0.0 e um bloco de endereço experimental *Classe E * consistindo de 240.0.0.0 - 255.0.0.0.

Os endereços de IPv4 e IPv6 são gerenciados pela IANA e são alocados blocos de endereços IPs aos registros regionais de internet, onde existem 5. Os registros regionais (RIRs) são responsáveis por alocar endereços IP aos ISPs.

  • AfriNIC(Centro de Informação de Redes Africanas) - Região da África

  • APNIC(Centro de informações de redes da Ásia-Pacífico) - Região Ásia/Pacífico

  • ARIN(Registro Americano de Números da Internet) - Região da América do Norte

  • LACNIC(Registro regional de endereços IP da América Latina e do Caribe) - América Latina e algumas ilhas do Caribe

  • RIPE NCC(Centro de coordenação da rede Réseaux IP Européens) - Europa, Oriente Médio e Ásia Central

Transmissões de pacotes

1. Transmissão unicast: Comunicação um-para-um. Onde só existe um destinatário.

O IP de origem sempre vai ser unicast, afinal um pacote se origina a partir de uma única origem.

2. Transmissão broadcast: Comunicação um-para-todos. O destino são todos os dispositivos que estão na mesma LAN.

  • Essa transmissão pode causar lentidão dependendo da quantidade de dispositivos conectados, por isso é ideal que se usada, seja de forma limitada.

No broadcast existe o limitado e o dedicado. No dedicado o compartilhamento do pacote é enviado para todos os dispositivos, mas apenas os dispositivos da mesma sub-rede recebe esse pacote.

3. Transmissão multicast: Comunicação para um grupo específico da rede.

O compartilhamento é feito da mesma forma que o broadcast, onde o pacote é enviado para todos os dispositivos da mesma LAN, porém apenas recebe de fato quem fizer parte de um grupo.

Nesse caso, o que diferencia o multicast do broadcast dedicado, é que no multicast os dispositivos precisam se inscrever no grupo. O IGMP (Internet Group Management Protocol) permite que um dispositivo diga ao roteador que quer participar de um grupo multicast.

Loopback

Os endereços de loopback (127.0.0.0 / 8 ou 127.0.0.1 a 127.255.255.254) são comumente identificados apenas como 127.0.0.1. É um tipo de endereço especial em que o host direciona o tráfego para ele mesmo.

Link-local

O IP link-local só funciona localmente, sem ser roteável e sem estabelecer comunicação com a internet. A criação desse IP acontece quando um dispositivo não adquire um IP pelo DHCP.

É mais comum em redes privadas e temporárias.

DHCP e atribuição dos IPs

O DHCP é um protocolo que gerencia a configuração e associação de IPs aos dispositivos. Ou seja, lida com informações de endereçamento, máscara de sub rede, gateway padrão e outras configurações.

Isso significa que os IPs não são fixos, é como se fossem "alugados" e conforme um host é desligado ou retirado da rede, o endereço volta ao pool e pode ser reutilizado.

Com essa prática do DHCP, dizemos que o endereço foi atribuído de forma dinâmica. Na forma estática, é necessário que o administrador de rede configure tudo manualmente, o que aumenta as chances de erros.

Em redes LAN, o roteador age como servidor e cliente DHCP. Ele recebe a configuração DHCP do ISP e repassa os endereços aos hosts internos da rede.

DHCP para IPv6

O DHCP também serve para o IPv6, porém com o IPv6 existe outra forma além da manual e do DHCPv6, que é a SLAAC.

  • SLAAC: O dispositivo gera seu próprio endereço IPv6 automaticamente com base nas informações da mensagem Router Advertisement (RA) que é enviada pelo roteador.

Com o SLAAC, não é necessária a utilização do DHCP. Mas é possível trabalhar junto do DHCP, onde o endereço vem pelo SLAAC e o DNS via o DHCPv6.

Top comments (0)