É estranho dizer isso, mas é só você pensar um pouco que você vai entender o que eu quero dizer.
Quando você baixa um aplicativo ou se cadastra numa plataforma, tudo o que você fizer vai ser pra ver se aquele aplicativo te atende ou simplesmente se você acha a interface bonitinha.
Aí se a usabilidade for ruim ou não funcionar do jeito que você queria, você vai simplesmente largar e testar outro, não é?
Agora, vamos pensar que estamos falando do seu sistema:
se você soubesse que o usuário tá pensando em trocar de app por falta de uma funcionalidade ou por alguma coisa que estava simples demais… o que você faria?
Se você tiver qualquer tipo de carinho pelo seu app (ou vontade de ganhar dinheiro), você com certeza iria tentar melhorar a experiência dele.
E pra te ajudar com isso, tem duas coisas que PRECISAM estar sempre no seu processo de criação:
Analisar a experiência do usuário e o “Fator UAU”.
Experiência de Usuário (UX)
Muitas empresas tem uma pessoa responsável por isso, mas não deveria ser só papel dela: é uma coisa que tem que ser pensada desde o começo de qualquer funcionalidade.
E podem ter muitos UX que vão me xingar por dizer isso, mas pensar em UX não é tão difícil quanto parece (pelo menos do lado dos devs e arquitetos).
A intenção é fazer a vida do usuário mais fácil dentro do seu sistema.
Não tô falando só de como o seu produto vai resolver os problemas dele, mas como vai ser fácil dele entender e conseguir fazer isso.
E pra atingir uma boa experiência, tem umas perguntas que precisam ser respondidas, como:
- “Esse texto explica o que esse botão faz?”
- “Com quantos cliques o usuário consegue fazer isso?”
- “Esse formulário está longo demais?”
- “Dá pra saber bem o que tá acontecendo no sistema o tempo todo?”
E são o tipo de pergunta que fazem você pensar como usuário e ver o que parece chato de fazer ou mesmo o que te deixaria confuso.
Se for difícil pensar assim, aqui vão umas regrinhas:
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Toda ação precisa de um feedback O usuário precisa saber que algo aconteceu. Se ele clicou num botão e nada mudou, ele vai clicar de novo — e de novo. 
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Os comportamentos invisíveis precisam ser informados Se algo está processando, mostre um loading. Se algo foi salvo, mostre uma confirmação. Se os itens da página não carregaram ainda, mostre um Skeleton. 
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Os erros precisam ser claros e dar um direcionamento “Erro 500” não significa nada pro usuário. Diga o que deu errado e o que o usuário pode fazer pra resolver. 
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Botões precisam dizer o que fazem Evite ícones aleatórios, labels genéricas (“ver”, “abrir”) ou abreviações internas (“CAD”, “ALT”). Use texto direto e que o usuário entenda! 
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Evite surpresas Se um botão “Excluir” não pede confirmação, você está pedindo pro usuário cometer erros. O usuário precisa saber quando algo é irreversível e precisa ser protegido de cliques em querer. 
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Mantenha os assuntos em seus lugares Não misture os assuntos pela tela. Mantenha todos os botoes e links de pedidos no bloco de pedidos e só! Organização visual também é usabilidade. 
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Mantenha consistência entre telas. Se o botão de salvar é verde em uma tela, não o coloque vermelho em outra. O cérebro do usuário cria padrões — não bagunce isso! 
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Use padrões conhecidos Não tente reinventar o botão de fechar ou o ícone de busca. UX boa é previsível — e isso é uma virtude. E não esqueça: VERDE é sucesso, AMARELO é alerta e VERMELHO é erro! 
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Evite “camadas de cliques” Quanto mais cliques o usuário precisar, maior a chance dele desistir. Simplifique o caminho. 
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Os textos também fazem parte da interface “Campo inválido” é diferente de “Ops, o e-mail precisa ter @”. UX também é comunicação. 
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Tudo que parece clicável deve ser clicável E o que não for clicável, não deve parecer que é (Essa é clássica, mas muita gente ainda erra). 
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Mostre progresso em ações demoradas Upload, importação, geração de relatório… tudo precisa ser mostrado. Barra de progresso vai evitar ansiedade. 
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Dê saídas seguras Sempre deixo o usuário cancelar, voltar, desfazer ou confirmar durante processos irreversíveis. 
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Priorize o que é mais usado O botão mais importante não pode estar escondido, tem que ser fácil de ver e de clicar. 
Mas ainda podem haver informações que você não vai conseguir só testando ou se perguntando, então você precisa ouvir o que ele tem a dizer.
E você nem precisa perguntar diretamente pra ter a resposta… você pode monitorar o seu sistema.
Ver qual dos menus o usuário usa, o fluxo que ele segue sempre que quer criar um novo pedido…
E ainda pode usar testes A/B: que é quando você coloca 2+ versões da mesma funcionalidade, botão ou texto e observa para descobrir qual converte ou chama mais atenção.
Assim, você consegue perceber quais são as dores do usuário, quais são os caminhos que ele tá preferindo, qual tá sendo mais difícil de usar e até quais formulários ele tá abandonando no meio do caminho.
Fator “UAU”
Depois de garantir que o usuário não vai ter uma experiência ruim, tá na hora de garantir que ele vai ter uma experiência boa usando “O fator UAU”.
Pensa assim: enquanto pensar na “UX básica” garante que ele não vai largar seu app, o “Fator UAU” vai garantir que ele vai se apaixonar por ele!
A ideia é simples: você tem que fazer o uso da sua aplicação ser satisfatório.
Lembra no Super Mario?
Quando você pega a moedinha, ela não só sumia: ela brilhava e soltava aquele barulhinho — o que deixava pegar moedas uma coisa bem mais satisfatória.
E você pode fazer a mesma coisa…
E não tô falando de colocar um efeito sonoro ou efeito especial em tudo.
E sim em dar “recompensas” para o usuário enquanto ele faz tarefas simples e humanizar um sistema que o usuário precisa pra resolver os problemas dele.
E isso pode ser feito com coisas simples:
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Animações que interagem com o usuário Como é exemplo da página de login do NPM ou da MetaMask, que o avatar acompanha enquanto você digita, mas tampa os olhos quando você vai digitar a senha. 
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Textos humanos e “personalizados” Colocar mensagens que pareçam específicas para aquela pessoa e, quem sabe, levando em consideração coisas como horário, comportamento do usuário, a página de onde ele veio ou até a localização dele. 
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Micro-animações em botões finais Pode ser uma animação simples que vai mostrar um ✅, um confete saindo do botão ou um alerta sonoro simples. 
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Animação de carregamento contextual Em vez do spinner genérico, mostrar algo relacionado à ação. Ex.: um ícone de avião decolando enquanto o app envia um pedido de viagem. 
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Feedback sonoro ou tátil discreto Um toque sutil no celular ao concluir algo com sucesso, ou um som curto quando uma tarefa termina. O cérebro entende que deu certo sem nem precisar olhar. 
Pode parecer trabalhoso, mas é isso que vai ser a diferença entre um sistema “Ok” e um sistema “UAU”.
Porque no fim, é isso que faz o usuário perceber que alguém realmente pensou nele.
É o tipo de detalhe que transforma o uso de um sistema em algo prazeroso — e faz ele querer voltar.
No fim das contas, é simples:
O usuário é teu chefe.
Mas se você fizer ele sorrir, ele vai virar teu fã.
 
 
              
 
    
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