O que será visto durante esta postagem:
- Instalação do Windows Terminal.
- Instalação do WSL 2.
- Instalação e configuração do Ubuntu.
- Instalação do Git.
- Instalação do PostgreSQL.
- Instalação e configuração do VSCode.
- Instalação do Rails.
Observação inicial
Pessoal, alguns dos passos apresentados neste guia podem ser acompanhados em vídeo no canal Vídeos de TI no Youtube, que também traz tutoriais práticos e explicativos sobre a temática aqui abordada. Para quem aprende bem por meio de audiovisual, fica a dica. Alguns dos exemplos de conteúdos aqui presentes que vocês também encontrarão por lá são os comandos básicos do terminal Ubuntu (video) e o processo de instalação do RVM (video).
Assim, você poderá optar por seguir via texto por aqui, ou por acompanhar visualmente pelo canal, o que for mais confortável a sua pessoa.
1 - Começando pela instalação do Windows Terminal
Este passo é opcional
O Windows Terminal é uma interface moderna para usar vários shells (CMD, PowerShell, WSL, etc). Apesar de ser opcional, ele é muito recomendado pois facilita quando formos utilizar o WSL 2.
Para instalá-lo é muito simples.
1.1 - Vá até a Microsoft Store
1.2 - Na Microsoft Store busque por ‘Windows Terminal’
E clique nessa opção do menu:
1.3 - Clique em 'Abrir'
Pronto! Já temos o Windows Terminal instalado!
2 - Instalando o WSL 2
O que é o WSL 2 e por que instalá-lo?
WSL 2 (Windows Subsystem for Linux 2) é uma tecnologia da Microsoft que permite rodar um ambiente Linux completo dentro do Windows, de maneira leve e integrada.
Em vez de usar uma máquina virtual tradicional, o WSL 2 roda um kernel Linux real dentro do Windows - só que em segundo plano - permitindo executar comandos, ferramentas e aplicações Linux, como se você estivesse num Ubuntu ou Debian, contudo sem sair do Windows.
Por que o WSL 2 é importante no desenvolvimento em Ruby?
A maioria das aplicações Ruby (especialmente as do Rails) são desenvolvidas e implantadas em servidores Linux.
Usar WSL 2 faz com que seu ambiente local seja idêntico ao do servidor de produção — evitando aquele clássico “funcionava no meu Windows”.
Muitas gems Ruby dependem de bibliotecas nativas do Linux
2.1 - Checando a nossa versão do Windows
Por que checar a versão: É importante checar a versão do Windows antes de instalar o WSL 2 (Windows Subsystem for Linux 2) porque nem todas as versões do Windows suportam o WSL 2 ou suas funções mais recentes.
O WSL 2 requer recursos específicos do sistema operacional, como o subsistema de máquina virtual (Virtual Machine Platform), que só está presente a partir do Windows 10 ( versão 1903 - build 18362 ou superior) e do Windows 11 (em todas as versões).
Para checar a versão do SO vamos pressionar:
Na janela de execução que se abrir digite ‘winver’ e dê um ‘ok’.
O Windows lhe trará a versão que está em vigor na sua máquina.
Certifique-se de que é versão 10 ou alguma acima desta.
2.2 - Verificando se há atualizações a serem feitas
Antes de seguir com o processo, é importante verificar se há atualizações a fazer. Para isso:
Abra o menu iniciar e vá em ‘configurações’.
Vá em ‘Atualização e segurança’.
Verifique se há alguma atualização disponível, caso exista, instale-a.
2.3 - Ativando recursos
Agora vamos ativar alguns recursos do Windows que serão necessários à instalação do WSL 2. Vamos acessá-los.
No menu iniciar vá em ‘ativar ou desativar recursos Windows’.
2.3.1 - Subsistema do Windows para Linux
explicação: É o componente principal do WSL, ele cria a camada de compatibilidade que permite rodar binários Linux (ELF64) diretamente no Windows.
Na janela de opções que irá se abrir ative o ‘Subsistema do Windows para Linux'.
2.3.2 - Plataforma de Máquina Virtual
explicação: Ela fornece os recursos básicos de virtualização que o WSL 2 precisa para rodar um kernel Linux real. Ou seja, ela cria e gerencia pequenas máquinas virtuais leves, usadas pelo WSL 2 para executar o kernel Linux.
Ative também a opção ‘Plataforma de Máquina Virtual’.
2.3.3 - Plataforma do Hipervisor do Windows
explicação: É o conjunto de APIs que permite que o sistema operacional e aplicativos (como WSL 2 ou Docker) usem o Hyper-V — o hipervisor nativo do Windows. É interessante ativar, pois o kernel Linux do WSL 2 roda em uma VM gerenciada por esse hipervisor, que faz o isolamento entre o Windows e o Linux.
Ative adicionalmente a 'Plataforma do Hipervisor do Windows'
2.3.4 - Depois de marcar todas essas opções clique em ‘ok’
2.4 - Reiniciando a máquina para efetivar as mudanças
Depois de feito o carregamento dos recursos selecionados anteriormente, o Windows vai pedir para reiniciar a máquina, clique em ‘reiniciar agora’.
2.5 - Baixando o pacote
explicação: Nós já ativamos os componentes: Subsistema do Windows para Linux, Plataforma de Máquina Virtual e Plataforma do Hipervisor, ou seja, habilitamos o ambiente onde o WSL 2 vai rodar. Mas, ainda falta o kernel Linux propriamente dito — ou seja, “coração” do sistema. O Windows não vem com ele instalado por padrão, o que vamos fazer agora é baixar e instalar o pacote kernel Linux compilado pela Microsoft.
Reiniciada a nossa máquina, agora vamos ao navegador. Insira esta URL neste para baixar o WSL, posteriormente, dê um ‘Enter’:
https://wslstorestorage.blob.core.windows.net/wslblob/wsl_update_x64.msi
Depois de baixado, vamos executá-lo. Clique no arquivo baixado.
E depois clique em 'Executar'.
E instale o pacote.
2.6 - Definindo o WSL 2 como a versão padrão
Como o WSL possui duas versões, o WSL e o WSL 2, vamos dar um comando para definir o WSL 2 como a versão padrão para todas as novas distribuições Linux que você instalar no Windows.
Para definir isso, precisaremos dos 'poderes' de Administrador.
Portanto, vamos abrir o terminal ‘PowerShell’ e executá-lo como 'Administrador'.
No terminal ‘PowerShell’ vamos digitar/colar a seguinte opção e rodá-la:
wsl --set-default-version 2
3 - Instalação e configuração do Ubuntu
3.1 - Instalação do Ubuntu
Uma vez instalado o WSL 2, vamos finalmente poder instalar agora o Ubuntu.
Para isso, vá até a ‘Microsoft Store’.
Uma vez nesta, vamos procurar por ‘Ubuntu’ e instalar a versão 'Ubuntu 24.04.1 LTS'.
Clique em ‘Abrir’ para confirmar se a instalação foi concluída corretamente.
3.2 - Checando se o Ubuntu consta no Windows Terminal
Vamos checar se o Ubuntu foi certinho para o menu de terminais do Windows Terminal.
- Para isso acesse o seu Windows Terminal.
- Clique na setinha ao lado do ‘+’ na parte superior da janela.
- No menu que aparecer clique na opção ‘Ubuntu’.
Como mostrado na figura à seguir:
Assim que abrir o terminal no Ubuntu ele vai mostrar essa mensagem na tela:
Aguarde uns segundinhos até ele terminar de instalar.
3.3 - Atribuindo Usuário e Senha ao Ubuntu
Depois disso ele vai pedir para você atribuir um nome para o novo usuário UNIX em:
Enter new UNIX username:
Insira o nome de usuário desejado.
E vai pedir uma senha - e uma repetição de senha - a esse novo usuário em:
New password:
e em
Retype new password:
Depois disso ele vai terminar de configurar o Ubuntu.
A tela vai ficar mais ou menos assim:
3.4 - Confirmando se as distros estão utilizando o WSL 2
Vá até o PowerShell, digite o comando:
wsl --list –-verbose
O terminal vai mostrar algo assim - caso o WSL que está em uso seja o 2 - na coluna ‘Version’, nesta estará o número 2:
4 - APRENDENDO OS COMANDOS BÁSICOS NO TERMINAL DO UBUNTU
Alguns comandos são essenciais para uma boa navegação em terminais do Ubuntu. Aqui traremos alguns, vale a pena revisar:
- pwd — Exibe o caminho completo da pasta onde você está.
- ls — Lista arquivos e pastas.
- cd Documentos - Entra na pasta Documentos.
- cd .. - volta uma pasta.
- cd ~ - volta para o diretório pessoal.(home)
- mkdir projetos — Cria uma nova pasta.
- rm -r pasta - apaga uma pasta e seu conteúdo.
- cp arquivo.txt backup.txt - copia um arquivo.
- cp -r pasta1 pasta2 - copia uma pasta com tudo dentro.
- cat arquivo.txt - — Exibe o conteúdo de um arquivo.
O link para a videoaula é esse:
5 - COMANDOS ESSENCIAIS ANTES DAS INSTALAÇÕES
Se você acabou de instalar o Ubuntu via WSL 2 ou precisa instalar um novo programa, é bom começar com:
sudo apt update
E depois, se quiser aplicar as atualizações de fato dando um:
sudo apt upgrade
explicação: Porque dar esses comandos antes de começar as instalações? Rodar ambos os comandos antes de instalar qualquer pacote no WSL 2 é uma prática essencial por motivos técnicos e de segurança. Quando você instala o Ubuntu no WSL 2, ele vem com uma lista de pacotes desatualizada.
Se você não rodar sudo apt update, o sistema pode: não encontrar o Git (ou outro pacote), instalar versões antigas, ou gerar erros de dependência ao instalar.
Já o ‘sudo apt upgrade’ vai atualizar os pacotes que já estão no sistema, isso é importante para: corrigir bugs e falhas de segurança, garantir que tudo esteja compatível com os pacotes novos que serão instalados (como o Git).
6 - INSTALAÇÃO DO GIT
Vá ao Windows Terminal (no Ubuntu) e dê o comando para atualizar a lista de pacotes disponíveis nos repositórios.
sudo apt update
Depois dê o comando para instalar as atualizações disponíveis dos pacotes listados
sudo apt upgrade
Se ele perguntar se quer continuar a instalação aperte ‘y’ para ‘yes’ se ele perguntar:
Do you want to continue? [Y/n]
Ok, agora que tomamos medidas seguras, vamos instalar o GIT de fato.
Para isso utilizaremos o comando:
sudo apt install git
Para checar se o GIT foi de fato instalado podemos dar os seguintes comandos (de mesma função):
git -v
ou
git --version
Pronto, agora já temos o Git instalado!
7 - INSTALAÇÃO DO RUBY
Nós vamos instalar a nossa primeira versão do Ruby e todas as demais versões que quisermos utilizar depois de uma mesma maneira: Ruby Version Manager(RVM), ou seja, via Gerenciador de Versões do Ruby. Usa-se essa forma pois é bem mais eficiente do que as demais e mais fácil de gerenciar também.
Para isso, vamos lá:
- Abra o Windows Terminal.
- Dê os dois comandos de praxe que sempre damos antes de instalar qualquer coisa:
sudo apt update
e
sudo apt upgrade
- Vamos ao site oficial do RVM (Ruby Version Manager), na parte de instalação.
- Copie a chave GPG que estiver lá e cole no seu terminal.
A do nosso caso aqui é essa:
gpg --keyserver keyserver.ubuntu.com --recv-keys 409B6B1796C275462A1703113804BB82D39DC0E3 7D2BAF1CF37B13E2069D6956105BD0E739499BDB
- Verifique que ele importou as chaves.
Importadas com sucesso. Vamos ao próximo passo.
- Retorne ao site do RVM, copie o comando à seguir e cole-o no terminal:
No nosso exemplo:
\curl -sSL https://get.rvm.io | bash
Se tudo der certo, vai aparecer uma tela assim:
- Feche o Windows Terminal. Posteriormente a isso, abra-o novamente para tirar a prova real se a instalação do RVM deu certo ou não. Dê um:
rvm -v
Se a instalação tiver sido bem sucedida vai aparecer isso aqui:
Uma vez instalado o RVM podemos baixar a nossa primeira versão do Ruby. Vá ao site oficial da linguagem e veja qual é a current version do momento.
Pegue a numeração da current version e aplique o seguinte comando no terminal (contendo essa versão):
'rvm install '.
Exemplo prático, eu quero a versão 3.4.7:
rvm install 3.4.7
O processo de instalação será exibido no terminal.
- Dê um ‘rvm list’ para checar se a versão do Ruby que queremos foi instalada de fato.
8 - INSTALAÇÃO DO POSTGRESQL
- No Windows Terminal, digite:
sudo apt install postgresql postgresql-contrib libpq-dev
Nota: Esse comando serve para instalar o PostgreSQL, os módulos adicionais (postgresql-contrib) e a biblioteca de desenvolvimento (libpq-dev).
Durante a instalação ele pede a senha do seu usuário do Ubuntu, bem como pergunta se você deseja seguir com o processo de instalação.
- Vamos checar a versão do PostgreSQL que foi instalada.
Para isso utilizamos o seguinte comando no terminal.
psql --version
Apesar de instalado o PostgreSQL ainda não está funcionando, para que ele funcione precisamos startá-lo.
Mas antes disso precisamos setar uma nova senha para o SGBD.Alterando a senha do usuário postgres no sistema (usuário padrão do PostgreSQL).
Dê o comando:
sudo passwd postgres
Insira a senha que deseja e depois repita-a e ele dará uma mensagem de sucesso.
- Startando o PostgreSQL
Para isso vamos dar o comando para startar o serviço:
sudo service postgresql start
E depois vamos checar se o serviço/banco está ativo com um:
sudo service postgresql status
- Entrando no PostgreSQL com o usuário postgres
Podemos acessar o console interativo do PostgreSQL (psql) como usuário postgres dando o seguinte comando:
sudo -u postgres psql
Esse comando vai abrir o terminal, para trabalharmos com o PostgreSQL.
O banco já está funcionando e a instalação do PostgreSQL já foi concluída!
9 - INSTALAÇÃO DO VSCODE
Se você já tiver o VSCode instalado na sua máquina, no seu Windows mesmo, não há a necessidade de baixar uma nova versão no WSL 2. Vamos utilizar o VSCode baixado no Windows mesmo.
Caso ainda não possua o editor de código:
- Acesse o site oficial para baixar.
- Veja esse tutorialrápido para instalação.
10 - CONFIGURANDO EXTENSÃO NO VSCODE
Abra o VSCode que foi instalado.
Uma vez neste clique neste botão para acessar as extensões:
Digite ‘WSL’ e instale a extensão indicada:
Há também outras 2 sugestões de extensões para quem trabalha com o VSCode e com o Ruby/Rails:
A Material Icon Theme - Para que o seu projeto, quando você abre no VSCode saia com aqueles ícones todos bonitinhos.
E essa aqui - Que muda as cores gerais do seu VScode.
11 - INSTALAÇÃO DO RAILS
Você pode instalar o Rails de maneira global no seu sistema. Mas não é uma prática recomendada. o ideal é instalar a versão do Rails especificamente na pasta de cada projeto.
Portanto, vamos começar criando uma pasta para os nossos projetos.
11.1 - Consultando o acesso as pastas em diferentes sistemas
Para evitar problemas de desempenho e de compatibilidade as pastas do nosso projeto NÃO serão criadas no Windows, ou seja, no caminho (/mnt/c/).
Vamos ao Windows Terminal para acessar a pasta do usuário no Ubuntu.
Para consultar essa pasta vamos dar o comando:
pwd
Nota: Esse comando vem de print working directory e serve para mostrar a sua pasta atual e o caminho para ela. Ou seja, o comando localiza aonde você está dentro da hierarquia de pastas.
Por exemplo, ao dar esse comando no Ubuntu vamos ter:
Já no Windows esse caminho estará bem aqui:
11.2 - Criando a pasta para os seus projetos no Ubuntu
Para criar a pasta, escolha e navegue até a pasta mãe - onde deseja deixar os seus projetos Rails - e dê o comando 'mkdir + nome_da_pasta_do_seu_projeto'.
Exemplo:
mkdir Projetos
11.3 - Mude para dentro da pasta que foi criada
Para isso utilize o comando:
cd Projetos
Ou 'cd nomedasuapasta'
11.4 - Instalando o Rails na pasta de Projetos
O Rails além de ser um framework é uma Gem, logo é instalado como uma. Os pacotes no Ruby são Gems.
Aqui você pode acompanhar todas as versões do Rails.
- Se quiser instalar uma versão mais específica do Rails, dê este comando no terminal:
gem install rails -v 8.0.1
- Se eu quiser instalar a versão mais recente e atualizada do Rails eu dou o comando:
gem install rails
A instalação do Rails vai gerar algo semelhante a isso:
11.5 - Checando se o Rails foi instalado com sucesso
rails -v
Dê um comando para consultar a versão do framework Rails.
12 - CRIANDO UM PROJETO NO RAILS NO VSCODE
Para criar um projeto no Rails dê o comando:
rails new nome_do_seu_projeto
Você também pode deixar algumas coisas pré-definidas, como por exemplo o SGBD que será utilizado:
rails new meu_projeto --database=postgresql
Ou deixar pré-definido se vai utilizar o Tailwind no projeto ou não:
rails new meu_projeto -d postgresql -c tailwind
Vamos gerar o nosso próprio projeto aqui:
rails new teste --database=postgresql
- Aqui o projeto sendo criado:
- Uma vez criado o projeto, se mude para dentro da pasta deste utilizando um 'cd teste'.
Posteriormente, abra o seu projeto com o Visual Studio Code e vá mexer nele. Edite-o como quiser. Para isso se utilize do comando: 'code .'
Repare que ele vai - na primeira vez que o VSCode abre ali - instalar o editor de código para o Linux x64:
Com isso, fico por aqui. Espero que tenham gostado da explicação sobre como instalar o setup para desenvolvimento em Ruby/Rails. Tentei deixar o mais detalhado possível, para evitar que as pessoas - mesmo as mais iniciantes em programação - consigam ter um bom entendimento desse processo de instalação da linguagem e dos demais componentes utilizados no desenvolvimento web com a linguagem.
Vejo vocês na próxima.
Tchau tchau.
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