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Yan Justino
Yan Justino

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Classificação de Antipadrões em Microsserviços ‐ Parte 03

YAN JUSTINO
MSc. Software Engineering · PhD. Student
AWS · MCSD · OCA · ORCID · Tech Lead at ITAÚ Unibanco

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1. CONTEXTO

Olá, Dev! Neste post listaremos um catálogo de antipadrões associados a implementação de Microsserviços. Esse catálogo contém uma breve descrição de cada antipadrão, os problemas que eles podem causar e as possíveis soluções que podem ser aplicadas para sanar possíveis problemas de design.

Na parte 01, listamos 5 antipadrões do catálogo de antipadrões de microsserviços. Os antipadrões apresentados foram Wrong Cuts (WC); Cyclic Dependencies (CD); Mega Service (MS); Nano Service (NS); e Shared Librararies (SL).

Já na parte 02 aparesentamos quatro antipadrões: Multiple Service Instances Per Host (MSIPH); Shared Persistence (SP); No API Versioning (NAV); No API Gateway (NAG).

2. ANTIPADRÕES

Nesta terceira e última parte vamos abordar alguns Antipatterns relacionados a monitoria de microsserviços. Eles são: No Health Check (NHC); Local Logging (LL); e Insufficient Monitoring (IM).


✍️ No Health Check (NHC)


Microsserviços são por natureza instáveis, podendo ser implementados em variados locais e ficarem indisponíveis temporariamente ou sob certas condições. Esse antipadrão ocorre quando não existe um endpoint disponível para avaliar o estado operacional do microsserviço.

PROBLEMAS

  • A ausência de verificações de status regulares através de requisições HTTP, ou a falta de um gateway de API ou sistema de descoberta de serviços, podem sugerir esse antipadrão.
  • Consumidores do microsserviço podem enfrentar atrasos ou falhas ao receber respostas se o microsserviço estiver fora do ar.

SOLUÇÃO

  • Incorporar endpoints de verificação de estado nos microsserviços que verifiquem periodicamente sua disponibilidade e capacidade de resposta: Introduzindo endpoints de verificação de estado, microsserviços desativados não processarão requisições, e os consumidores serão informados sobre a indisponibilidade antes de fazerem suas solicitações. Isso evita atrasos e tempos de espera desnecessários.

LEITURAS RECOMENDADAS


✍️Local Logging (LL)


Cada microsserviço gera uma grande quantidade de informações que são registradas em sistemas de arquivos diferentes. Essas informações são extremamente úteis para monitoramento e devem ser acessíveis e armazenadas de maneira eficiente. Esse Antipadrão ocorre quando cada microsserviço registra suas informações em um armazenamento local. Indícios desse antipadrão incluem a presença de arquivos de log dentro dos microsserviços, arquivos sendo escritos pelo microsserviço, uso de bancos de dados conscientes de tempo e ferramentas e frameworks de registro.

PROBLEMAS

  • Logs locais podem ser muito difíceis de agregar e analisar. Isso desacelera o processo de monitoramento proporcionalmente ao número de microsserviços e ao tamanho do log.

SOLUÇÃO

  • Implementar um sistema de registro distribuído que seja responsável por agregar os logs de todos os microsserviços: Utilizar um mecanismo de registro distribuído permite ter um repositório único de logs, força os microsserviços a usar o mesmo formato de log e simplifica os processos de monitoramento e análise.

LEITURAS RECOMENDADAS


✍️ Insufficient Monitoring (IM)


Dado que os microsserviços fornecidos são frequentemente sujeitos a acordos de nível de serviço (SLA), monitorar seu comportamento e desempenho é crucial. Esse Antipadrão ocorre quando o desempenho e as falhas dos microsserviços não são rastreados. Algumas indicações desse antipadrão incluem o uso de registros locais para alguns microsserviços ou a ausência de endpoints de verificação de saúde.

PROBLEMAS

  • Um monitoramento insuficiente pode prejudicar as atividades de manutenção em um sistema baseado em microsserviços. Falhas tornam-se mais difíceis de detectar e rastrear problemas de desempenho torna-se mais tedioso. Isso pode até afetar a capacidade de cumprir com o SLA.

SOLUÇÃO

  • Utilizar uma ferramenta de monitoramento que colete dados de desempenho e estatísticas de falhas de cada microsserviço no sistema: Monitorar todos os aspectos de um sistema baseado em microsserviços fornece uma compreensão completa do comportamento da aplicação. Ele também fornece dados que podem ser usados para melhorar o desempenho e a qualidade de toda a aplicação.

LEITURAS RECOMENDADAS

3. CONCLUSÃO

Nesse post listamos alguns antipadrões associados a microsserviços. Cada antipadrões de microsserviços aponta para desafios comuns que podem comprometer a eficiência, escalabilidade e manutenibilidade de arquiteturas baseadas em microsserviços.

Desde problemas de design, como dependências cíclicas e serviços excessivamente grandes ou pequenos, até questões operacionais como configuração manual, falta de integração e entrega contínuas, e monitoramento insuficiente, cada antipadrão destaca uma área crítica onde as práticas inadequadas podem levar a falhas sistêmicas e degradar a qualidade do serviço.

Reconhecer e refatorar esses antipadrões é essencial para maximizar os benefícios de uma arquitetura de microsserviços, garantindo que eles permaneçam robustos, ágeis e capazes de atender às demandas dinâmicas dos ambientes de TI modernos.

ATENÇÃO!!!

Os artigos referenciados possuem outros antipadrões não abordados nesse post. Recomendo fortemente sua leitura.

REFERÊNCIAS

  1. MENDONCA, N. C. et al. The monolith strikes back: Why istio migrated from
    microservices to a monolithic architecture. IEEE Software, Institute of Electrical and
    Electronics Engineers (IEEE), v. 38, n. 5, p. 17–22, set. 2021. ISSN 1937-4194.

  2. BOGNER, J. et al. Industry practices and challenges for the evolvability assurance of
    microservices: An interview study and systematic grey literature review. Empirical
    Software Engineering, Springer Science and Business Media LLC, v. 26, n. 5, jul. 2021.

  3. FORD, N. Software architecture: The hard parts : modern trade-off analyses for
    distributed architectures. First edition. Cambridge, Massachusetts: The MIT Press, 2021.
    Made available through: Safari, an O’Reilly Media Company. ISBN 1492086843.

  4. NEWMAN, S. Building microservices: Designing fine-grained systems. Second edition.
    Beijing: O’Reilly, 2021. ISBN 9781492033998.

  5. Tighilt, R., Abdellatif, M., Trabelsi, I., Madern, L., Moha,
    N., and Guéhéneuc, Y.-G. (2023). On the maintenance
    support for microservice-based systems through the
    specification and the detection of microservice antipatterns.
    Journal of Systems and Software, 204:111755. DOI:
    https://doi.org/10.1016/j.jss.2023.111755.

  6. Taibi, D. and Lenarduzzi, V. (2018). On the definition of microservice
    bad smells. IEEE Software, 35(3):56–62. DOI:
    10.1109/MS.2018.2141031.


Caro leitor,

Espero que tenham encontrado insights valiosos na discussão sobre a co-localização de arquivos de teste e código de produção, uma prática que pode transformar significativamente o desenvolvimento de software.

Se você já experimentou essa metodologia em seus projetos, como foi? Quais vantagens e obstáculos você encontrou? Se ainda não tentou, consideraria implementá-la após essa leitura?

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João Angelo

Hi YAN JUSTINO,
Your tips are very useful
Thanks for sharing