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Arthur Fonseca
Arthur Fonseca

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Paul Arden: Pensando ao contrário! Parte 1 — Insensatez e perfeição

“Se tudo parece estar sob controle, é porque você não está indo depressa o bastante” Mario Andretti

Continuando os posts sobre Paul Arden, falaremos agora sobre o segundo livro da série: Tudo o que você pensa, pense ao contrário


Introdução

Tudo o que você pensa, pense ao contrário é outro livro do ex-diretor-executivo de criação da agência Saatchi & Saatchi.

Nesse livro o autor continua com seu tom provocativo, e de início já nos mostra que a nossa concepção sobre salto em altura é baseada em um atleta que ousou pensar diferente:

Antigamente o salto mais utilizado nessa competição era o Rolo Ventral, mas após Dick Fosbury, o método mudou para o que mais conhecemos hoje, o Fosbury Flop.

Fosbury Flop

O que Paul Arden explicita muito no livro é a necessidade de nos arriscarmos, de falharmos, de nos expormos.

O problema de tomar decisões sensatas, é que na maioria das vezes é uma zona de conforto, e todo mundo já faz exatamente o mesmo.

Novamente ele nos mostra a necessidade de recebermos críticas, sermos o nosso pior crítico.

Enfim, outro excelente livro para ter de cabeceira de cama. Mais um livro para se ler em poucos dias, bem simples e objetivo.


Existe algo de bom na insensatez?

Arden traz um exemplo curioso de como veteranos tendem a não levar vantagens no golfe, mesmo em teoria tendo mais experiência que os competidores menos experientes, além de não possuir nenhum fator físico que o desabone para esse tipo de competição.

A resposta está no fato de com a experiência termos mais receio de coisas que pessoas menos experientes não tem, e com isso parte do nosso ímpeto é freado pela precaução.

A precaução excessiva pode então nos travar, pois se vamos evitar todo e qualquer risco, muita das vezes podemos perder o time-to-marketing de alguns pontos.

Me lembro de uma vez estar próximo a uma grande entrega em produção em um cliente, porém, não estávamos performando com a velocidade desejada e nossa entrega estava comprometida.

O cliente então perguntou porque estávamos performando abaixo do esperado. Apontamos que estávamos querendo garantir a entrega nos resguardando da maior quantidade de erros possíveis, realizando testes.

O cliente falou para assumirmos mais riscos dado o time-to-marketing, diminuindo alguns testes, que ele assumiria os riscos da entrega. Fizemos como orientado.

Não me leve a mal, não estou falando que devemos abolir testes ou coisas do tipo, no repositório do GitHub que irei conversar nos próximos post falaremos bastante sobre ArchUnit, AssertJ, Mockito, JUnit 5, dentre outras bibliotecas para garantir a qualidade.

Dependendo de quando você estiver lendo isso, tais implementações ainda estarão em uma branch separada, como eu tinha um prazo para entregar essa PoC na FIAP, acabei realizando a primeira entrega por conta do prazo deixando um código executável na branch master, porém achei legal como o pessoal Corda Blockchain trabalha com conceitos de testes nas camadas de Flows, Contracts e States, e acabei continuando a implementação. Para não prejudicar meu código na competição, no momento em que estou escrevendo esse post, ainda não realizei o merge.

Voltando à história anterior, um ponto sobre riscos é saber que não adianta ter um código com alta qualidade hoje, sendo que a entrega era para ter sido ontem. Essa foi uma lição bem valiosa que aprendi! Uma dica nesses casos é sempre deixar as coisas acordadas e documentadas sobre os riscos que estamos assumindo. Como desenvolvedores, às vezes acabamos nos apaixonando por escrevermos cada vez mais testes, o ponto é sempre estar alinhado com o negócio, apontando os riscos que estamos correndo.

Sobre o projeto da história, o desfecho foi positivo. Conseguimos realizar a entrega, colocamos algumas coisas como divida técnica e após o dia acordado pudemos melhorar ainda mais as estruturas que tínhamos.


Existe algo de ruim no perfeccionismo?

Existem pessoas demais gastando tempo demais tentando aperfeiçoar alguma coisa antes de sequer fazê-la.

Em vez de esperar pela perfeição, faça com o que tem a mão e conserte enquanto segue em frente.

Creio que essa frase de Arden resume bastante o pensamento.

O problema do perfeccionismo é que geralmente fazemos ele nós mesmos, sem buscar feedbacks menores, o que aumenta o medo de errar e o riscos assumidos.

Seja seu maior crítico, essa é uma lição também extraída do livro, porém, como diz uma das máximas de laçamentos de produtos:

“Se você não se sentir envergonhado pelo produto que está lançando, então você o lançou tarde demais.” Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn


Esse post faz parte de uma série sobre Paul Arden e dois de seus livros: Não basta ser bom, é preciso querer ser bom e Tudo o que você pensa, pense ao contrário.

A série completa é:


Original post published at https://medium.com on September 13th, 2020.

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