Sabe quando você quer aprender um novo framework, abre a documentação e não entende absolutamente nada, e pensa:
"Ok, virei um analfabeto técnico!"
Pois é. Já passei por isso várias vezes — e é frustrante!
Depois entendi que não era falta de QI ou de qualquer tipo de habilidade, mas sim algo estranho, que eu nunca tinha visto: uma lib JavaScript, uma linguagem de programação exotérica e cheia de mistérios.
E para desmistificar esse emaranhado de informações, acabei desenvolvendo meus próprios métodos (cada um desenvolve o seu). E vou compartilhar um pouco sobre isso neste post.
Spoiler: não tem nada a ver com um curso de 12 horas no YouTube que, muito provavelmente, você vai esquecer depois.
Passo 1: Antes de saber, eu ensino!
Sim, parece um paradoxo: "Ensinar sem saber?"
Calma, isso tem fundamento.
Quando começo a dar meus primeiros passos em um assunto novo, já me imagino lindo em um palco, explicando para milhares de pessoas com autoridade e propriedade!
No começo, parece vergonhoso, mas depois passa a ser inspirador — e até mesmo um desejo íntimo.
Imagino meu canal do YouTube bombando com aquele novo assunto, e começo a falar sozinho! Aham, falar de frente para o espelho, imaginando uma plateia ou uma câmera Nikon de 10 mil dólares.
Por que isso? Simples: essa é a velha técnica de Feynman, que defende a ideia de estudar e explicar — para si mesmo ou para outra pessoa — o que se está aprendendo.
Dessa forma, você identifica gaps de conhecimento no assunto (é normal, você está só começando) e começa a criar perguntas, entender o que falta e lapidar até encontrar a forma dentro da pedra.
Dica: use IA para perguntar o que quiser!
Assim, você vai aprendendo o assunto ao passo que desenvolve segurança para falar sobre ele!
Passo 2: Engenharia reversa de aprendizado (meu preferido)
Sempre fui curioso, e sempre que me pegava estudando uma nova tecnologia, me perguntava:
"Como isso funciona na camada que meus olhos não conseguem ver?"
Exemplo: no React, é fácil aprender no YouTube a usar um useState
. Mas que diabos esse cara faz por debaixo dos panos? Quando crio um useState
, o que acontece? Como ele sabe que meu componente mudou? Do que ele se alimenta? haha!
Tá aí: essas perguntas te fazem buscar um fluxo contrário. Você estuda isso e aprende muito mais sobre aquele hook — e, no fim das contas, ele fixa melhor na sua cabecinha limitada.
Eu sei que parece contraintuitivo, mas veja bem: você não se sente mais seguro conhecendo melhor o seu inimigo? Leve isso para a vida.
Outra técnica extremamente interessante aqui é atuar como um investigador. Saiba que qualquer framework sempre esconde uma mágica, um segredinho oculto. Por exemplo:
- React esconde a reconciliação → estude o algoritmo de diffing.
- Tailwind esconde o CSS → estude como as classes utilitárias são geradas.
Procure esses “segredinhos” dentro do assunto que está estudando, foque neles — e verá o quanto sua visão sobre aquilo vai se expandir!
Ainda sobre engenharia reversa, uma técnica que gosto bastante é comparar o que aprendi com tecnologias similares.
Ex: “Como o React renderiza comparado ao Vue ou Svelte?” ou “Como funciona o ciclo de vida dos componentes React comparado ao Angular?”
Isso te força a pensar nos porquês das decisões arquiteturais.
Passo 3: Crio algo (mesmo que tosco)
Essa é a parte divertida! Você já fez a engenharia reversa, já leu, escreveu e explicou para sua plateia imaginária. Pronto, você já virou especialista! (É melhor acreditar em você.)
Agora, é hora de colocar em prática!
Peça para o GPT qualquer ideia que possa te permitir explorar o assunto em questão: um CRUD, um aplicativo para cadastrar clientes de uma barbearia, um app para mapear a saúde do seu pet — tanto faz. Você só precisa criar algo!
Atente-se a simplificar a jornada neste momento. Está estudando React? Esqueça o Docker, esqueça o servidor onde isso vai rodar. Isso não importa agora.
Você só precisa criar, sozinho, consultando apenas o conteúdo anotado dos seus estudos!
Depois, pode repetir o processo: explique sua aplicação “genial” para sua plateia.
Eles vão adorar!
Conclusão
Não existe um jeito certo de aprender — mas existe o seu jeito.
Esse é o meu: meio caótico, meio autodidata, totalmente curioso.
No próximo post, vou listar 7 técnicas que programadores experientes usam para aprender melhor e mais rápido (inclusive algumas que uso sem nem perceber).
Enquanto isso, me conta: como você aprende?
Ou melhor: como você DESaprende antes de aprender direito?
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