Nos últimos meses, tenho usado IA com frequência no meu dia a dia como desenvolvedor. Não é exagero dizer que ela tem sido uma extensão da minha mente. Me ajuda a estruturar ideias, revisar código, resumir RFCs longas, explorar novas linguagens e até simular entrevistas. A produtividade dispara — aquele tempo entre pensar e produzir encurta de um jeito que ainda me surpreende.
Mas nem tudo são flores (ou commits bem-sucedidos).
Quanto mais uso, mais percebo que essa mesma ferramenta que me ajuda tanto também mexe com meu emocional. Surge uma ansiedade quase silenciosa:
“Será que vou ser substituído?”
“Se ela gera esse código em segundos, qual será meu papel daqui 2 anos?”
“E se eu parar de entender o que está por trás porque tudo está sendo gerado por prompt?”
Já vi códigos gerados com falhas graves de segurança. Já escrevi prompts que resolveram problemas, mas que criaram soluções overengineered — difíceis de manter, difíceis de explicar. E confesso: já aceitei respostas da IA sem questionar, só para depois ver que introduzi um bug no sistema.
Não, eu não sou contra IA. Pelo contrário. Sou entusiasta. Mas estou aprendendo que mais do que saber usar IA, a chave está em saber quando confiar, quando revisar, quando parar e pensar. É quase como pair programming: você não entrega o teclado completamente.
Talvez o futuro seja menos sobre "ser substituído" e mais sobre como nos adaptamos ao novo papel de sermos curadores, mentores e arquitetos daquilo que a IA ainda não entende: contexto, ética, empatia, propósito.
E você, como tem lidado com tudo isso?
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