Se você trabalha com produto, já percebeu que entre o “nosso design está pronto!” e o “isso está no ar!” existe um universo paralelo de desalinhamentos, ajustes de última hora e aquele eterno vai e volta entre Figma e código. Nada mais normal.
Mas agora temos um novo personagem nessa história: o Figma MCP (Model Context Protocol) — uma ponte direta entre seus arquivos Figma e ferramentas de IA que geram código.
E aí você pensa: “Beleza… mas eu sou designer. O que eu tenho a ver com isso?”
A resposta curta: tudo.
A resposta longa: vem comigo.
O MCP traduz seu design de forma fiel para o código
O Figma MCP cria um servidor que permite que agentes de IA — como Cursor, VS Code ou outros editores — acessem o contexto real do seu arquivo: componentes, variáveis, tokens, layouts, constraints.
Ou seja, quando você manda a IA implementar um card, ela não está só “vendo um retângulo bonito”, ela está entendendo:
- spacing real do design system
- layout grid
- variantes
- tokens aplicados
- comportamento definido no Dev Mode
Isso transforma o handoff. Literalmente.
Benefícios que designers vão sentir na prática
1) Converter frames direto em código confiável
Você seleciona um frame, copia o link e a IA escreve o código já alinhado ao design system — sem “interpretações criativas”.
Pra quem já trabalhou estruturando DS (como eu), isso é ouro puro.
2) As variáveis entram automaticamente no prompt
Nada de prompts longos explicando spacing, grids ou tokens.
O MCP envia tudo isso sozinho, deixando a IA mais esperta que nunca.
3) Colaboração com devs melhora MUITO
O MCP até audita diferenças entre design e implementação, sugerindo ajustes ou avisando onde algo não bate.
É quase um mini Design QA automatizado.
Um exemplo real do meu dia a dia em que MCP teria salvado tempo
Quando eu trabalhava ajustando componentes do design system, muitas vezes criava layouts complexos — tabelas responsivas, modais com várias variantes, dropdowns cheios de estados.
Mas para validar tudo isso, eu dependia de um dev parar o que estava fazendo para montar uma versão funcional.
Com o MCP, teria sido assim:
copiar link → pedir no Cursor → “gera esse componente seguindo meu design system”
Eu teria uma implementação inicial em minutos, pronta para iterar e testar. Sem interrupções, sem esperar sprint, sem perder contexto.
Mas… e os desenvolvedores frontend?
Eles continuam absolutamente essenciais.
O MCP não substitui devs — ele substitui o retrabalho, a adivinhação e as idas e vindas desnecessárias.
O frontend ainda será responsável por:
- lógica de negócio
- performance
- arquitetura de componentes
- integrações reais
- otimizações
- acessibilidade avançada
- padrões de engenharia
- boas práticas que IA nenhuma domina sozinha
O que muda é o foco:
menos tempo reescrevendo interface e mais tempo criando soluções melhores.
O MCP não tira o espaço do dev — ele tira o peso do handoff manual e dá espaço para que o dev faça o que só ele sabe fazer.
Então… Figma MCP: sou designer, o que eu tenho a ver?
Tudo.
Você tem a ver porque o MCP coloca designers no centro do fluxo: seus componentes, suas variáveis, sua lógica visual passam a ser entendidas pelo código — sem intermediários distorcendo suas intenções.
Ele acelera protótipos, reduz ruído, aumenta fidelidade e melhora a colaboração.
É um daqueles raros momentos em que design, dev e IA entram em sintonia real.
Se você trabalha com UX, prototipagem, design system ou quer entregar mais rápido sem depender de dez etapas intermediárias…
o MCP é exatamente onde você deveria prestar atenção.
Quer aprender mais sobre? Te recomendo ver o vídeo do próprio Figma aplicando a funcionalidade a Design Systems aqui: https://www.youtube.com/watch?v=A4mqzgFbmjI
Top comments (1)
Ótimo artigo! O MCP finalmente faz o Figma "falar a língua" da IA — seus tokens e variantes viram código de verdade, não interpretação. Isso não substitui devs, só elimina o retrabalho chato. Design system bem feito agora gera código bem feito automaticamente. Quem dominar isso sai na frente.